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João Graça: Presidente da Distrital de Faro e Candidato à Câmara Municipal de Vila do Bispo pelo Partido CHEGA

João Graça: Presidente da Distrital de Faro e Candidato à Câmara Municipal de Vila do Bispo pelo Partido CHEGA

João Graça revelou ao CL que está disponível para ser candidato do CHEGA à Câmara Municipal de Vila do Bispo, nas próximas Autárquicas. Recorde-se que já tinha dado a cara em 2017 pelo grupo “Paixão por Sagres”, tendo sido eleito Presidente da Assembleia de Freguesia de Sagres.

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Assim, o jornal Correio de Lagos foi conhecer este rosto do CHEGA no Algarve; como tudo começou, o pontapé de saída na Política e as visitas de André Ventura a Sagres, mas igualmente o seu percurso profissional, raízes e família.

Depois de ter sido o Mandatário no Algarve da candidatura de André Ventura às Presidenciais 2021, João Graça foi eleito Presidente da Distrital de Faro do CHEGA, nas eleições que tiveram lugar no passado dia 6 de Março, em Portimão.

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Quem é João Graça?

João Paulo da Silva Graça, nascido a 26 de Junho de 1973, em Esposende e residente em Sagres desde 1981. Frequentou o 1.º Ano da Licencia-tura em Relações Públicas e Comunicação, vive em União de Facto e tem um filho com 2 anos.

Percurso profissional: 1.º Sargento contratado do Exército Português (1995 a 2002); Oficial de Registos (2002 até à data).

Trajecto político: Eleito Presidente da Mesa de Assembleia de Freguesia em 2017, como independente (grupo "Paixão por Sagres"); militante n.º 49 do Partido CHEGA desde 2019; foi um dos fundadores do partido CHEGA (1.ª Convenção a 29 e 30 de Junho de 2019); eleito Conselheiro Nacional do CHEGA (na 1.ª Convenção a 29 e 30 de Junho de 2019), em mandato de 3 anos; eleito Vice-presidente da Comissão Politica da Distrital de Faro em 29 de Agosto de 2019; candidato n.º 2 e Mandatário de Campanha pelo Algarve às Legislativas de 2019; Presidente Interino da Comissão Politica da Distrital de Faro (Dezembro de 2020 a Março de 2021); Mandatário Distrital da Campanha Presidencial do Candidato André Ventura; eleito Presidente da Comissão Política de Faro (6 de Março de 2020).

Associativismo: 13 Anos como Director Nacional do STRN (Sindi-cato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado), ainda em funções.

Correio de Lagos – Uma pergunta recorrente que o CL faz a outros entrevistados: como nasceu o "bichinho" pela Política? As visitas de André Ventura a Sagres tiveram alguma influência?
João Graça –
Sempre detestei a Política, melhor dizendo, os políticos. A falta de honestidade que diariamente nos entra pela casa dentro através da Imprensa, de gente sem escrúpulos que se aproveita dos cargos para benefício próprio e não para servir o povo que os elegeu, é irreal e inaceitável num Estado de direito. O "bichinho" apareceu tarde. Surgiu através da grande amizade com Luís Paixão que, ao decidir avançar como Independente em 2017 à Junta de freguesia de Sagres, lançou-me o desafio de integrar a sua equipa.

Aos poucos, a vontade de saber mais acerca dos meandros da Política foi crescendo, até que em 2019 ouço falar do projecto CHEGA e do seu líder, Dr. André Ventura, que havia conhecido uns dois ou três anos antes num congresso em Lisboa organizado pelo meu sindicato, mas com quem nunca mantive contacto. Um dia, recebo um telefonema de um colega de profissão de Lamego, que me diz: "Está aqui o teu partido, tudo o que dizias e reivindicavas em Lisboa em 2010 é o que este partido defende". Não pensei duas vezes e inscrevi-me no partido CHEGA, tendo o orgulho de ser o militante n.º 49, sendo que neste momento o partido tem perto de 28 mil.

Quanto às visitas do Dr. André Ventura a Sagres, não tiveram qualquer influência na decisão que já estava tomada, pois tomei conhecimento que todos os anos que vinha de férias ao Algarve, fazia questão de vir a Sagres.

CL – Em 2017 surge como candidato às Autárquicas. Foi eleito Presidente da Assembleia de Freguesia de Sagres.Esperava este resultado ou aspirava a mais?
JG –
O resultado foi histórico. O grupo “Paixão por Sagres” ganhou com maioria absoluta, tendo mais votos que os partidos do sistema.

CL – Como tem vivido esta experiência de autarca e qual a avaliação da gestão de Luís Paixão?
JG –
Tudo é novo, não tinha experiência de presidir a uma Assembleia. Não fazia ideia de como as coisas se processavam, mas tive a sorte de todos os membros eleitos, quer do nosso grupo, quer da oposição, serem pessoas de bem. Aos poucos e todos juntos pela mesma causa, tentamos levar o barco a bom-porto.

Quanto à gestão de Luís Paixão, quero apenas referir que, de todas as promessas que fizemos em campanha, só não está realizada uma, que é a toponímica, mas tenho que referir que é por culpa única e exclusivamente da Câmara Municipal, porque a parte da Junta foi feita, logo, a gestão da Junta está em boas mãos.

CL – Quais os principais problemas que encontra na sua freguesia e no Município de Vila do Bispo?
JG –
Importa referir que ninguém morre de fome ou vive na rua neste concelho, mas isso não quer dizer que tudo está bem. Este concelho parou no tempo e a falta de dinheiro e de controlo das contas não podem justificar tudo. Penso que o governo PS abandonou este e outros pequenos cantos do nosso belo país, onde os votos são poucos e onde têm a sorte de as pessoas votarem PS de olhos fechados, independentemente de quem é o candidato.

O grave é que as cores políticas do Município são as mesmas do governo, e no meu ponto de vista e com todo o respeito, à excepção da Cultura, o nosso concelho parou completamente no tempo: falta de investimento na Saúde, Habitação, instalações escolares, infra-estruturas, manutenção (como o Porto da Baleeira, por exemplo; vias de comunicação...); desastroso acompanhamento e reivindicação da EN-125, a entrada de Sagres, o acesso a Barão de São Miguel, o acesso ao Cemitério da Raposeira, ruas há mais de doze anos à espera de serem feitas, a revitalização do Centro da Vila do Bispo e da Praça do Município, falta de planeamento para o caravanismo, falta de transportes públicos que sirvam o cidadão (exemplo gritante em Barão de São Miguel), e muitos outros que fazem parte do nosso programa.

Não vamos só apontar os problemas, mas sim identificá-los e apresentar ideias, soluções e novos projectos para que seja um concelho mais atractivo para o investimento e captação de novos residentes a fim de aumentar a população e a sua qualidade de vida.

CL − Como classifica este último mandato de Adelino Soares no comando dos destinos de Vila do Bispo?
JG –
Antes de mais, dizer que o Adelino Soares é um amigo de infância, pessoa e família que muito estimo. Quanto ao último mandato, penso que foi igual aos dois primeiros. Ele e a sua equipa fizeram um trabalho sério e honesto, deram muito de si, perderam horas e anos das suas vidas pela causa, mas no meu ponto de vista chegaram todos ao fim da linha. Há muito que as ideias se esgotaram. Se falarmos em obra à vista, vão deixar um legado muito pobre e como tudo na vida se fosse eu teria optado por outras soluções e outros tipos de investimentos.

CL – João Graça foi o Mandatário de André Ventura às Presidenciais de Janeiro de 2021. Tinha a expectativa do segundo lugar no Algarve, e particularmente em Vila do Bispo?
JG –
Sim, e vou explicar porquê. Nós percorremos os 16 concelhos com o carro da campanha, 62 das 67 freguesias, e não vimos ninguém de outro candidato na rua à excepção de 3 a 4 pessoas em Olhão. Eu sentia o olhar envergonhado mas comprometedor das pessoas, como que a dizer "eu vou votar mas tenho receio de gritar CHEGA ou André Ventura", isto porque as televisões (compradas por 15 milhões de euros) querem vender que o partido é isto e aquilo… Estão enganados, o povo já viu que com o CHEGA os compadrios vão acabar, a corrupção vai ser combatida e quem trabalha será recompensado.

Isso está a incomodar muita gente, mas aqueles que se levantam às 5, 6 e 7 da manhã para ir trabalhar, que chegam ao fim do mês e vêm mais de um quarto do seu vencimento ficar retido em impostos para depois ver que outros que não fazem nada levantam cheques de subsídios nos postos de correio. Os trabalhadores deste país já perceberam que quando o CHEGA for governo, ao fim do mês terão mais para dar às suas famílias.

CL – Em nota enviada ao CL, João Graça descarta o epíteto atribuído ao CHEGA de "partido de extrema-direita", aliás, uma designação repetidamente aplicada por todos os órgãos de Comunicação Social. Afinal, como define o seu partido?
JG –
Deixe-me corrigir, eu não descartei. Pedi para que apresentassem factos que suportassem essa afirmação, o que não foi feito. Se o afirmaram apenas por repetição do que a Imprensa tem feito, lamento que assim seja.

Para os militantes e simpatizantes do CHEGA, a resposta é simples. Esse rótulo de "extrema-direita" custou 15 milhões de euros a este Governo. Já agora, deixava aqui uma questão. Expliquem uma coisa aos portugueses, como se fôssemos todos muitos burros, coisa que não somos: durante a pandemia, practicamente todos os sectores fecharam. Um dos que nunca fechou foram os meios de Comunicação Social, e repare que só não fecharam, como viram as audiências subir em virtude de as pessoas estarem confinadas em casa e verem muito mais televisão de manhã à noite. Porque carga de água se vai dar um subsídio a estas empresas, enquanto outras que provavelmente devido ao encerramento correm o risco de não voltar a abrir portas?

Se pensarem, a resposta é simples: corrupção, tráfico de influência, etc. E para gozarem ainda mais com o povo, estes mesmos meios de Comunicação fazem contratações milionárias de profissionais que deveriam ser isentos e o que se vê? "André Ventura é isto e aquilo", "O CHEGA é isto e aquilo". Manipulam e inventam o que for preciso para denegrir o partido e o seu líder. Meus senhores, o CHEGA não é um partido da extrema-direita, mas sim um partido extremamente necessário para Portugal.

Para finalizar, e a todos aqueles que me conhecem, pergunto: alguma vez viram em mim um sinal de racismo, um sinal de xenófobo? Aqueles que me conhecem acham que, ao tempo que estou no partido e pelos cargos que tenho e ao acesso directo ao grande homem que é André Ventura, se sentisse que existia esse tipo de pensamento interno, estava aqui?

CL − Decidiu candidatar-se à liderança do CHEGA no Algarve. Qual a motivação e como olha para o resultado eleitoral?
JG –
A motivação foi muita, a começar por alguns daqueles que comigo estavam na anterior Direcção. Nos meses em que ficámos à frente da Distrital formámos quatro concelhias e reformulámos outras tantas. Neste momento, só Monchique não tem representação.

A pedido do Dr. André Ventura, em Dezembro começámos a preparar programas e candidatos para as autarquias, pois o mandato só terminava em Agosto. No entanto, por decisão do partido devido à demissão do Presidente suspenso, decidiram ir a eleições. Assim, seria injusto que as 15 concelhias que estavam a trabalhar em conjunto com o que restava da anterior Direcção (5 elementos de 10, incluindo suplentes), não apresentassem uma candidatura para continuar o trabalho. Ao mesmo tempo, não se avizinhavam outros candidatos capazes de "pegar no barco" neste momento, pois o partido sairía muito a perder uma vez que as eleições se aproximam a passos largos.

Quanto aos resultados, não deixam dúvidas. A lista A venceu em todas as frentes com mais de 80% dos votos, o que espelha bem a vontade dos militantes no Algarve.

CL − Quais as principais medidas que vai tomar para reforçar o partido na região?
JG –
Para já, temos quatro objectivos: duplicar o número de militantes no Algarve, que neste momento é de cerca de mil; encontrar um local para a nossa sede; formar a Concelhia de Monchique, para termos representação nos 16 concelhos do Algarve e todos os anos, no mês de Maio, fazer campanha de rua.

Muito mais será feito, e muito do trabalho passará por passar a mensagem que o Dr. André Ventura, o CHEGA e seus militantes não são o que é apregoado a toda a hora na Imprensa e pelos políticos do sistema. As pessoas têm que começar a colocar em dúvida tudo o que lhes é dito através da Imprensa e dos políticos dos partidos tradicionais, mas sobretudo, seremos a voz do povo.

O Algarve tem problemas graves, quer na Saúde, na Habitação, na Educação, na Segurança, nos Transportes, na falta de água e na Economia, ainda mais agravada agora com a pandemia, onde o Turismo, a Pesca e a Agricultura (e até mesmo a pouca Indústria) desesperam por soluções do Governo que não aparecem.
O PS odeia o Algarve e isso é um facto. Elegeu 5 deputados e qual a compensação? Migalhas, migalhas que da "bazuca" a região vai receber e agora ate a água poderá ficar mais cara para pôr em prática o plano de eficiência hídrica.

CL – Espera destronar o PS na Câmara Municipal de Vila do Bispo?
JG –
Sem dúvida que espero, é legítimo! Neste momento, a minha disponibilidade para ser candidato é total. Caso a Comissão Política Distrital e Nacional assim o entendam, apresentar-me-ei a eleições.
Irei apelar à consciência das pessoas, que pensem no futuro dos seus filhos e netos.

O concelho está a perder habitantes, temos de pensar alto e em grande e a médio e longo prazo ou deixamos andar e o PS, com os votos fanáticos, irá continuar a reinar a seu bel-prazer; ou vai chegar a hora da mudança radical, com um novo partido, novas pessoas (na sua maior parte sem passado político), o que vai trazer ideias novas. Apenas peço que me dêem uma oportunidade de, daqui a 4 anos, sermos avaliados. A escolha é simples: manter a mesma linha e votar PS, ou ser inteligente, pensar no futuro da nossa terra e das nossas gentes e votar no candidato do CHEGA.

CL – Já tem rostos para se candidatarem aos concelhos de Aljezur e Lagos?
JG –
Para Aljezur já, para Lagos o processo está mais atrasado, mas todos os candidatos sugeridos pela Comissão Distrital terão primeiro de ser aprovados pela Nacional.

CL – Mudando a agulha, que razões conduziram João Graça a optar por viver com a sua família e trabalhar em Vila do Bispo?
JG –
Tal como muitos outros pescadores no final da década de 70/ início de 80, muitos saíram do conforto dos seus lares e suas terras do Norte à procura de melhor faina e mais rendimentos para alimentar as suas famílias. O meu querido pai foi um desses bravos e corajosos homens, só que ao contrário da maioria não regressou ao Norte e chamou a sua família para o Algarve, em Abril de 1981. A família era, na altura, constituída pela minha mãe, eu e mais dois irmãos, que actualmente residem todos no concelho. Temos filhos, todos nascidos em terras Algarvias e a residir desde sempre na mais linda terra do Algarve que é Sagres (para mim, claro).

Em relação ao meu trabalho na Vila do Bispo, foi circunstância natural da vida. Cheguei a morar nos Açores, onde estive ao serviço do Exército Português. Mais tarde, ingressei no serviço das Conservatórias e quando terminei uma relação, não pensei duas vezes em regressar para junto daqueles que mais amo. Entretanto, conheci a minha mulher e tornámo-nos pais babados, há dois anos, do nosso lindo e querido filho.

Para terminar, quero publicamente agradecer a oportunidade desta entrevista; agradecer a todos os militantes e apoiantes do Algarve do partido CHEGA, a todos os elementos das concelhias, à minha Direcção e restantes órgãos, ao apoio de amigos, conhecidos e à minha família, em especial à minha mulher e ao meu filho, porque sei que vamos por vezes privar de estarmos juntos, mas que seja para bem de Portugal e dos Portugueses.

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In: Edição Impressa do Jornal Correio de Lagos nº365 · MARÇO 2021

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