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Hemodiálise durante a pandemia covid -19

Hemodiálise durante a pandemia covid -19

A ANADIAL – Associação Nacional de Centros de Diálise, face a algumas notícias que têm vindo a público, sente-se na obrigação de comunicar aos insuficientes renais crónicos portugueses, em programa de hemodiálise, às suas famílias e à população em geral que,  desde a primeira hora, em estreita ligação com as autoridades de saúde e com as associações de doentes, definiu planos de contingência para lidar com a emergência sanitária decorrente da pandemia por infeção por SARS – COV – 2 e o risco que a mesma representa para as clínicas de diálise e para os seus doentes e profissionais.

Para além dos seus planos de contingência, tem proposto às autoridades de saúde, diversas medidas de mitigação do risco de contágio do vírus que, sendo a maior parte das vezes “silencioso” e sem sintomatologia associada, tem uma enorme capacidade de propagação.

Boa parte dessas propostas foram já acolhidas e constam da Norma 08/2020 da Direção-Geral da Saúde, norma esta para a qual a ANADIAL deu o seu contributo e que é estrita e integralmente cumprida por todas as clínicas de diálise, na parte que lhes compete, para além do seu já mencionado plano de contingência que foi, em devido tempo, entregue à Direção-Geral da Saúde, mais concretamente, à Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento da Diálise.

A preocupação cimeira das clínicas de diálise nossas associadas foi, desde a primeira hora, o superior interesse e a proteção dos doentes e dos profissionais de saúde ao seu serviço.

Apesar de todos os esforços e do rigor colocado na segurança, nos quais se incluem a realização de testes aos doentes e aos profissionais, não é possível aqui, como o não é nos hospitais do SNS, evitar doentes positivos COVID-19.

Desde logo, porque as clínicas são de ambulatório e os doentes fazem a maior parte da sua vida fora delas, em casa, nos locais de trabalho e nas suas deslocações, nomeadamente de casa para a clínica e volta, tendo também, por vezes, internamentos nos hospitais do SNS com os quais as clínicas se articulam, quando surgem intercorrências.

Por outro lado, alguns dos profissionais de saúde estão nas clínicas em regime de acumulação de funções, desempenhando também a sua atividade nos hospitais públicos, circulando nos dois espaços, com todos os riscos associados. Estão, estoicamente, nas duas “frentes” e merecem todo o nosso reconhecimento e gratidão.

Para mitigar o risco, propusemos no início da pandemia, o transporte individual de doentes de e para as clínicas e a criação, em cada região, de contingentes de profissionais de saúde afetos, durante o período de emergência sanitária, exclusivamente a cada uma das atividades – hospitais do SNS e clínicas de diálise e, mais recentemente, uma “via verde” para estes doentes, nos hospitais com os quais as clínicas se articulam.

A questão dos transportes já foi objeto de tomada de medidas por parte das autoridades de saúde e se ainda não é a ideal, melhorou substancialmente, nomeadamente, com diminuição de lotação dos veículos de transporte de doentes, nos casos em que não é possível o transporte individual e com distribuição de máscaras cirúrgicas pelos doentes e pelos transportadores, por parte das administrações regionais de saúde. A segunda questão é mais difícil de implementar face à escassez de recursos humanos e à necessidade de estruturação e ponderação da medida, incompatível com a vertigem dos acontecimentos na “linha da frente”. Quanto à “via verde”, estamos esperançados que as autoridades de saúde a possam implementar a breve trecho.

Lamentamos todos os óbitos ocorridos no nosso país e no mundo e expressamos a nossa profunda solidariedade com as famílias enlutadas.

Aos doentes insuficientes renais crónicos e profissionais de saúde com a doença COVID-19, desejamos uma completa e rápida recuperação.

Da nossa parte, fica o compromisso e a certeza de tudo, mas tudo, sem qualquer tipo de concessão, fazermos, como até aqui, para mitigar o risco de contágio dos nossos doentes e profissionais.

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