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Quebras acentuadas nos fluxos, tráfegos e movimento de passageiros no Algarve

Quebras acentuadas nos fluxos, tráfegos e movimento de passageiros no Algarve

Os indicadores mais recentes do portal da mobilidade e transportes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve) são fortemente marcados pela implementação das medidas decorrentes da Declaração de Estado de Emergência (em 18 de Março) no país, e também influenciados pela situação vivida na região da Andaluzia.

No âmbito do Boletim Trimestral de Conjuntura, foi desenvolvido um Portal da Mobilidade e Transportes, em parceria com o Centro de Cartografia da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Esta plataforma na Internet é dedicada à divulgação regular e periódica dos indicadores dos fluxos de tráfego e de passageiros na Região do Algarve. A informação divulgada resulta de um trabalho entre a CCDR Algarve, entidades públicas com a tutela dos diversos modos de transporte e os operadores regionais, permitindo uma perspectiva regional e dinâmica da evolução dos diversos indicadores.

No segundo trimestre de 2020, as quebras nos fluxos e movimentos de passageiros são muito acentuadas de uma forma geral em todos os meios e modos de transporte. São particularmente notórias no modo aéreo, o Aeroporto Internacional de Faro praticamente suspendeu a atividade, mas estendidas a todos os restantes meios e modos, tendo inclusivamente o movimento de passageiros sido nulo na carreira fluvial Vila Real de Santo António/Ayamonte. Os fluxos que, ainda assim, registaram menos quebras, mas em todo o caso superiores a 40 e a 50 por cento, foram os tráfegos médios diários nos eixos rodoviários secundários.

O Aeroporto Internacional de Faro (AIF) registou somente 614 voos e 36.381 passageiros (movimento comercial). Tratam-se sem dúvida de acentuadíssimos decréscimos relativamente ao trimestre homólogo de 2019 – 98,8 por cento relativamente ao número de voos e 96,9% em relação ao movimento de passageiros –, e são também os mais pronunciados dos 5 aeroportos nacionais (Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada). O AIF movimentou um total de 661 passageiros com os restantes aeroportos do espaço nacional, valor que corresponde a 1,8 por cento do total do movimento de passageiros no trimestre. Comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior, destaca-se também o quase absoluto decréscimo (99,5 por cento). Os decréscimos tinham sido já bastante acentuados no primeiro trimestre de 2020, mas a quase total supressão da atividade no segundo trimestre colocou os valores em patamares baixíssimos.

Também no modo ferroviário o movimento sofreu quedas muito acentuadas: no serviço regional (Lagos – VRSA) houve um movimento de 131.041 passageiros, uma redução de 74,4 por cento relativamente ao trimestre homólogo de 2019; e o serviço de Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentou somente 43.767 passageiros, valor inferior em 82 por cento ao valor do trimestre homólogo anterior. O serviço regional, que fora ainda dos poucos movimentos no primeiro trimestre, apesar da quebra no mês de março, a ter um valor ligeiramente positivo, regista assim uma variação trimestral homóloga (fortemente) negativa após cinco trimestres positivos consecutivos.

No modo fluvial/marítimo as quebras são também muito acentuadas: o movimento nas carreiras da Ria Formosa registou apenas 138.772 passageiros, uma diminuição de 65,6% relativamente ao trimestre homólogo anterior; e o movimento na carreira do Guadiana (VRSA/Ayamonte) foi inclusivamente nulo, em razão da supressão total do serviço (em parte do mês de março e na totalidade dos três meses seguintes).

Relativamente ao Tráfego Médio Diário (TMD) nos eixos rodoviários principais destacam-se igualmente os acentuados decréscimos: um decréscimo de 53,2 por cento do TMD no troço da A2 Almodôvar / S. B. Messines (5.582 veículos/dia); um decréscimo de 64,4 por cento do TMD na A22 (5.366 veículos/dia); e um decréscimo de 91,6 por cento do TMD na Ponte Internacional do Guadiana (858 veículos/dia). Em todos estes três registos, os sinais já dados no primeiro trimestre, sobretudo em razão da acentuada queda na segunda quinzena do mês de março, verificaram-se em absoluto nos meses do segundo trimestre e, como também no modo fluvial/marítimo, com expressão ainda maior na fronteira com Espanha. Os valores para os TMD nos eixos rodoviários secundários revelam também de forma muito expressiva as drásticas reduções da circulação e do tráfego. Em todos os 27 postos de contagem as variações trimestrais homólogas são muito negativas, a esmagadora maioria na ordem dos 40 e 50 por cento, atingindo no troço de acesso ao AIF um máximo de 72,7 por cento.

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