
As mortes escondidas pelo regime na construção da ponte sobre o Tejo
A manhã de 6 de agosto de 1966 trouxe a Lisboa um espetáculo cuidadosamente encenado. A inauguração da então designada Ponte Salazar representava, para o Estado Novo, uma prova material da sua capacidade de conduzir o país à modernidade. O acontecimento foi transmitido pela Emissora Nacional e noticiado na imprensa como um triunfo da engenharia nacional, ainda que a construção tivesse sido dirigida pela United States Steel Export Company. A ponte surgia como vitrine do regime, um monumento erguido para perdurar e servir de argumento de propaganda.