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Festival Terras sem Sombra em Montemor-o-Novo revela tesouros escondidos e música renascentista do Ensemble Micrologus

Festival Terras sem Sombra em Montemor-o-Novo revela tesouros escondidos e música renascentista do Ensemble Micrologus

Festival Terras sem Sombra apresenta em Montemor-o-Novo, a 9 de Dezembro, o concerto do Ensemble Micrologus: “L’Arte Gentile e l’Armonia Splendida: A Música Renascentista em Itália na Época de Signorelli e Perugino”

Da aproximação à cidade de Montemor-o-Novo assome, ainda à distância, o contorno das muralhas do castelo, edificado que se assume como um marco na coleante paisagem alentejana. Uma estrutura que, na sua origem, algures no século XIII, aconchegava entre muralhas o recinto da primitiva urbe. Por ocasião da visita ao concelho de Montemor-o-Novo, inserida na sua 19.ª temporada, o Festival Terras sem Sombra (TSS) propõe enveredar caminho no seio da localidade extramuros, aquela que se estende em torno do recinto amuralhado. Um périplo repleto de histórias e significado, ao encontro da arquitectura civil e religiosa – e de tudo o que ele encerra de ornamental. Uma presença no concelho de Montemor-o-Novo que guarda outros dois momentos, o da música, magnificamente entregue ao italiano Ensemble Micrologus, e o da salvaguarda da biodiversidade, numa memorável deslocação a um território classificado na Rede Natura 2000, a freguesia de Cabrela. A apresentação do TSS em Montemor-o-Novo, a 9 e 10 de Dezembro, conta com a parceria do Município local, da Embaixada de Itália, do Instituto Italiano de Cultura e da Direcção Regional de Cultura.

Detenhamo-nos na componente musical, com o palco montado na Igreja da Misericórdia, monumento do século XVI, provido de um belo portal manuelino, e que, a 9 de dezembro (21h30), acolhe o Ensemble Micrologus. O concerto de ilustríssimo nível destaca, entre outras peças, obras da autoria de Araldi Peroscini, Jean Japart, Alexander Agricola, Giovanni Ambrosio e Bartolomeo Tromboncino.

“L’Arte Gentile e l’Armonia Splendida: A Música Renascentista em Itália na Época de Signorelli e Perugino”, leva ao público montemorense, um agrupamento nascido em 1984. Após inúmeras participações no Calendimaggio de Assis, Patrizia Bovi, Adolfo Broegg, Goffredo Degli Esposti e Gabriele Russo decidiram fundar o Ensemble Micrologus. Desde então, conceberam mais de 20 espectáculos distintos e representações teatrais, em muitos países europeus e no Japão. De sublinhar que utilizam cópias rigorosas de instrumentos antigos: viola da braccio, lira da braccio, ribeca, zufolo, tamburina, buttafoco, etc. Em cada ano, preparam um ou dois novos espectáculos sobre temas específicos, alternando entre música sacra e profana – do século XII ao século XV –, além de encomendas de festivais europeus. Participam regularmente em projectos de teatro, dança e cinema e trabalham com muitos artistas de monta da cena musical contemporânea. Em mais de 30 anos de existência, editaram já 28 discos e foram galardoados duas vezes com o prémio Diapason d'Or de l'Année, em França.

A anteceder o concerto da noite de 9 de Dezembro, a tarde desse mesmo dia (15h00) acolhe a habitual visita ao património. Tendo como ponto de encontro a Câmara Municipal (Largo dos Paços do Concelho), os participantes na actividade vão percorrer algumas das mais interessantes praças e artérias de Montemor-o-Novo. “Tesouros Escondidos à Vista de Todos: Artes Decorativas no Centro Histórico da Cidade – Montemor-o-Novo” convida a conhecer um tecido urbano que conserva vários traços artísticos e arquitectónicos que são herdeiros não só da posição geográfica que ocupa, mas, sobretudo, das gentes que ali permaneceram e permanecem. A visita permite aos participantes conhecer melhor a realidade de Montemor-o-Novo, a sua evolução e as suas vivências. Uma jornada vespertina, a culminar junto à ermida de São Lázaro, e que se detém em marcas culturais da Idade Média ao século XXI.

O périplo conta com a presença de dois guias de excelência, a historiadora de Arte Filomena Caetano Ribeiro, autora de uma tese de mestrado sobre o Património de São João de Deus em Montemor-o-Novo; e o arqueólogo Gonçalo Lopes, com larga experiência em projectos de arqueologia de salvamento.

Na sua tríplice dimensão, o TSS acolhe como habitualmente uma acção de salvaguarda da biodiversidade. Desta feita, a visita na manhã de 10 de dezembro (9h30), faz-se sob o tema “Cabrela: Um Sítio Classificado a Descobrir”, com ponto de encontro no Teatro Curvo Semedo (Montemor-o-Novo) e transporte assegurado. A actividade, orientada por António Mira, professor catedrático da Universidade de Évora, propõe aos participantes a redescoberta numa freguesia que, historicamente, se apresentou como sede de concelho entre os séculos XII e XIX. O lugar deverá o seu nome ao facto de, em tempos remotos, ali ter proliferado a cabra selvagem. Hoje, este território guarda importantíssimos traços do património natural. Numa região classificada como Rede Natura 2000, predominam as áreas de montado, sobretudo de azinho e sobro, entrecortadas por vales de acentuado declive, povoados de medronhais. As linhas de água, tomadas por galerias ripícolas, acolhem uma fauna e flora diversa.

O Festival Terras sem Sombra encerra a sua 19.ª temporada no concelho de Sines a 16 e 17 de Dezembro.

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