As novas medidas de contenção da pandemia, ontem anunciadas pelo Primeiro-Ministro, António Costa, vêm mais uma vez demonstrar a falta de sensibilidade do Governo relativamente às Micro, Pequenas e Médias Empresas, não se percebendo os critérios para tal discriminação.
As creches e os ATL por um lado, os bares e as discotecas, por outro, terão de encerrar as suas portas, entre 27 de Dezembro e 9 de Janeiro!
No caso das creches e dos ATL ficou, porém, por explicar objectivamente quem vai financiar tal encerramento e quem vai suportar os salários dos pais que vão ter que ficar em casa para cuidar dos seus filhos.
Será que vão atribuir tal responsabilidade, outra vez, às mensalidades dos agregados familiares que têm os filhos nessas instituições ou às empresas que ficam privadas de clientes e de trabalhadore(a)s, ainda que o estado assuma uma parte ou lhes pague alguns dos custos fixos?
No caso dos bares e discotecas, temos mais do mesmo, sem a mínima consideração por estes estabelecimentos, que, relembramos, já sofreram enormes prejuízos nos anteriores 4 surtos epidémicos. Não é pagando mal, e com atrasos significativos, os custos fixos calculados segundo métodos completamente desajustados da realidade, que se ajuda as empresas a fazerem face às suas reais dificuldades económicas e financeiras.
Nem se entende que estas empresas, devidamente apetrechadas de condições de salvaguarda sanitária, sejam discriminadas relativamente a centros comerciais, hipermercados e supermercados, que aglomeram multidões durante o dia todo, sem o cumprimento das exigências que os bares e discotecas há muito conseguem garantir!
Por outro lado, não sendo desta vez encerrados, voltam a hotelaria, o alojamento local e a restauração a ficar debaixo da suspeita de serem “antros de contaminação COVID 19”, impondo-lhes o Governo a exigência de testagem negativa a todos os clientes, no momento em que a capacidade de testagem existente no privado está totalmente esgotada e o estado se pôs de fora de todo esse processo.
Portanto, não servindo os certificados de vacinação nem os autotestes negativos para aceder a tais estabelecimentos, adivinha-se que voltarão a perder grande parte dos seus clientes e a deparar-se com o cancelamento de reservas e estadias, sem que o Primeiro-Ministro lhes tenha dedicado qualquer palavra de conforto e apoio.
Finalmente, os artistas, os agentes culturais e recreativos perdem mais uma época alta de actividade, que tanta falta lhes vai fazer, não havendo justificação para a penalização destes, seja em salas fechadas ou ao ar livre, face à liberalização de outros sectores igualmente mobilizadores de grandes aglomerados de pessoas!
A CPPME – Confederação Portuguesa das Pequenas e Médias Empresas condena veementemente a insensibilidade discriminatória e mal fundamentada, mais uma vez levada a cabo por este Governo, exigindo a compensação Estatal de todos os prejuízos e perdas que vierem a ocorrer.