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As formas e feitios que impulsionam o turismo: O sol de Lagos

As formas e feitios que impulsionam o turismo: O sol de Lagos

Reportagem por Cátia Pacheco, 20 anos. Aluna de Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa. Natural de Lagos.

Com o passar dos anos, a pequena cidade algarvia situada na última paragem de comboio tornou-se cada vez mais apelativa a nível turístico. O aumento do turismo mantém viva a tradição da utilização de barcos e aproveitamento do mar para obter postos de trabalho e rendimento a qual sempre esteve presente na cidade em questão. Hoje, os desenhos e a forma que as rochas transmitem são a nova forma de fazer turismo e proporcionar às pessoas um certo exercício de observação.

 

As formas e feitios que impulsionam o turismo: O sol de Lagos

No alto mar a percorrer a costa d’oiro com a empresa Sol de Lagos, o comandante Samuel Bravo de 22 anos, descreve a história por trás de cada rocha e as suas formas, “esculpidas” através da erosão pela ação do mar, do vento e da chuva. Samuel aproveita a erosão natural das rochas para tornar a descrição mais apelativa e suscitar o interesse dos clientes pela paisagem.

Na tarde do dia 4 de maio de 2019, num sábado, por volta das 16:30 embarcamos numa viagem no alto mar com o objetivo de observar a paisagem da costa d’oiro.

Numa tarde abrasador, a ligeira aragem e os salpicos de água salgada projetadas pelo andamento do barco refrescavam os turistas já de pele queimada. O mar estava sereno mas as ondas formadas pelo barco em constante movimento batiam nas rochas e o barulho era satisfatório. As gaivotas pairavam no ar e grasnam o tempo todo à procura de alimento. Os turistas tiravam fotografias. O flash disparava de segundo a segundo com a beleza das rochas de um lado, e do outro a linha do horizonte com o sol a bater na água. Os sorrisos são notórios na cara dos turistas enquanto o comandante contava a história das rochas.

 

A história das rochas

O percurso feito pelo barco começa na marina de Lagos para apanhar os turistas, percorre as praias e ao longo da viagem conta a história conhecida e contada pelos mais antigos. Começamos pela praia da Batata. Os militares descascavam batatas, antigamente, do cimo da praia até que um dia começaram a crescer batatas no areal. Partindo daqui, há acesso à praia dos Estudantes, entre as grutas, e à praia do Pinhão. Na praia do Pinhão vemos a ponte Romana, na qual havia um castelo que caiu há muitos anos. Mais à frente encontra-se a praia do Camilo composta por aproximadamente 250 degraus, onde os banhistas sobem e descem para à mesma chegar. Continuando o percurso, segue-se a Ponta da Piedade, um monumento natural turístico, do tipo falésia. A sua beleza, coberta pelas deslumbrantes formações rochosas e pelas suas conhecidas grutas esculpidas, de património natural, devem ser visitadas e admiradas por todas as pessoas, uma vez que são: “Tão bonitas e apreciadas” Juliana Fontes, 24 anos.

 

Nas grutas da ponta da piedade encontramos a famosa cozinha, onde estão enumerados “barquinhos pequenos” e onde antigamente os pescadores entravam para se abrigarem do mar, para comer ou para esperar para entrar dentro da cidade. Na seguinte gruta temos a garagem. O nome provém da semelhança com garagens tradicionais. Da gruta da Catedral observa-se o céu. Quando está meia maré a luz passa de um lado para outro do fundo do mar, através de um desnível rochoso, tornando a água cristalina. Dando seguimento à viagem, segue-se a gruta das Belas-Artes, a mais pequena gruta cuja entrada depende da maré. Quando está muito baixa só os barcos pequenos conseguem entrar e se estiver cheia não se consegue, pois tem uma entrada muito pequena. Algumas grutas são mais admiradas que outras pela imaginação que predomina e ganham pontos na viagem. A gruta do Pirata é um dos casos, porque assim que se entra avista-se ao fundo da gruta uma caveira. A rocha do elefante que a erosão desenhou, a gruta do King Kong que tem que ser observada de um certo lado e com uma perspetiva muito precisa, são dois dos pontos de maior imaginação. Por fim, o mais famoso e conhecido Titanic, composto por duas rochas, uma delas parece-se com um iceberg e com a frente o barco do Titanic a naufragar.  Segundo o comandante Samuel, “é mesmo parecido e é o que as pessoas acham mais graça”.

Os passeios de barco são um programa a não perder a quem visita a cidade de Lagos. As viagens proporcionam agradáveis momentos de descontração e de contacto com a natureza da costa D’Oiro.

 

Esta reportagem será publicada na edição impressa de Julho do Jornal Correio de Lagos

 

Foto a preto e branco - créditos F. Castelo

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