Entre os dias 3 e 18 de setembro a FNAM reuniu com vários partidos políticos, onde apresentou soluções para atrair mais médicos ao SNS e ouviu os partidos sobre o seu programa para o recuperar.
A ronda de reuniões com os partidos teve início com o Livre, a 3 de setembro, seguiram-se o BE, a IL, o PCP, o PS, o PAN e o CDS, este no dia 18 de setembro. Ao contrário do que aconteceu no período pré-eleitoral, o PSD não mostrou disponibilidade para reunir.
Nestas reuniões, a FNAM apresentou a sua análise sobre o estado do SNS e desmascarou algumas das operações de propaganda que o Ministério da Saúde de Ana Paula Martins colocou em marcha para disfarçar as inúmeras insuficiências.
São exemplos o caos na Obstetrícia com dezenas de grávidas nascer em ambulâncias; os números que se escondem atrás do programa do Onco Stop e o aumento da lista de espera cirúrgica; a falta de médicos de Saúde Pública e de Medicina Geral e Familiar. Assistimos a um aumento de utentes sem médico de família que ascendeu aos quase 1.7 milhões, com risco de vir a agravar, dado o potencial desvio de recursos humanos e financeiros do SNS para as USF modelo C, de natureza privada.
É clara a tónica conflituosa da atual Ministra da Saúde Ana Paula Martins para com os diversos parceiros, insistindo em negociações de fachada e na publicação unilateral de diplomas que agravam a situação da falta de médicos no SNS, como a alteração dos concursos de recrutamentos de médicos e o pagamento do trabalho suplementar.
Por fim, a FNAM apresentou a todos os partidos as reais soluções para atrair mais médicos para o SNS.
Apesar dos partidos divergirem no modelo de gestão e organização do SNS, todos concordam que os médicos têm que ter condições de trabalho melhoradas e ser pagos condignamente, em função da sua grande responsabilidade. Até o líder do maior partido da oposição reconhece que estas medidas são fundamentais para evitar a fuga dos médicos para o setor privado e estrangeiro.
Todos os partidos afirmam focar a atividade parlamentar no sentido do reforço do SNS. Foi reconhecido que qualquer que seja o Ministério da Saúde, a negociação tem que incorporar as soluções trazidas pelos médicos.
A FNAM convidou todos os partidos a estarem presentes na manifestação do dia 24, às 15h00, no Ministério da Saúde, para marcar o primeiro de dois dias de greve médica agendada para dia 24 e 25 de setembro, onde exigimos uma Ministra que sirva o SNS.