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Células estaminais do tecido do cordão umbilical com potencial na regeneração dos discos da coluna vertebral

Células estaminais do tecido do cordão umbilical com potencial na regeneração dos discos da coluna vertebral

Um estudo recente, publicado na revista científica International Journal of Molecular Sciences, permitiu confirmar o potencial das células estaminais no tratamento de patologias associadas ao desgaste dos discos intervertebrais. O estudo pretendeu avaliar a eficácia do tratamento da degenerescência dos discos intervertebrais usando células estaminais mesenquimais (MSC) do tecido do cordão umbilical, combinadas com um material biocompatível e biodegradável à base de ácido hialurónico e metilcelulose (HAMC).

Nas experiências realizadas em ratos com lesão no disco intervertebral da cauda, foram comparados quatro grupos, sujeitos a diferentes tratamentos - solução salina, HAMC, MSC do tecido do cordão umbilical e MSC do tecido do cordão umbilical combinadas com HAMC – e observou-se que a injecção de MSC em HAMC ajuda a recuperar a hidratação e estrutura dos discos danificados.

Os autores verificaram, ainda, que este tratamento promove a preservação da composição interna normal dos discos intervertebrais e suprime a inflamação e a actividade de enzimas envolvidas no processo de degeneração dos discos. A aplicação das MSC em HAMC mostrou resultados superiores aos da injecção directa de células estaminais sem este suporte, demonstrando a importância do uso deste biomaterial.

«A degenerescência dos discos intervertebrais é, muitas vezes, causadora de dores lombares, cujo tratamento actual visa apenas o alívio dos sintomas. Estão a ser desenvolvidas estratégias inovadoras, baseadas na injecção de células estaminais combinadas com biomateriais, sendo necessária a realização de mais estudos em modelo animal, antes de se poder testar a sua aplicabilidade em humanos», conclui Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

A dor lombar é actualmente a principal causa de incapacidade a nível mundial, com um enorme impacto social e económico. Uma das suas principais causas é a doença degenerativa dos discos intervertebrais, que são estruturas arredondadas situadas entre as vértebras e servem como elemento de ligação entre as mesmas, e de absorção de choques mecânicos, permitindo a flexibilidade e movimento da coluna vertebral.

Em Portugal, o número de pessoas que actualmente sofre de dor lombar ou outros problemas crónicos das costas ascende a mais de três milhões. Uma vez que os tratamentos conservadores e cirúrgicos actualmente disponíveis para tratar este problema se destinam ao alívio dos sintomas, há uma grande necessidade de encontrar soluções que permitam regenerar os discos intervertebrais danificados ou impedir a progressão do seu desgaste.

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