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A obesidade aumenta a discriminação laboral

A obesidade aumenta a discriminação laboral

Coincidindo com a celebração do Dia Mundial da Obesidade, o Dr. Gontrand López-Nava, diretor da Unidade de Tratamento da Obesidade por Endoscopia do Hospital St. Louis (Lisboa), dedicada ao tratamento da obesidade e excesso de peso, alerta contra o aumento da discriminação laboral pela obesidade que sofrem muitos pacientes.

“No local de trabalho a imagem da pessoa é importante. Pesar mais de 10 kg do que seria o seu peso normal está a criar no trabalhador um estigma social que prejudica as suas relações laborais e a sua carreira profissional”, afirma o Dr. López-Nava.

“Por exemplo, os chefes verbalizam de forma recorrente e exteriormente as suas muitas baixas na empresa, segundo relatam os pacientes. De um modo geral, as pessoas obesas superam mais de um mês de baixa por ano como consequência de que devem realizar muitas provas de diagnóstico relacionadas com as dores de costas, musculares, apneia, colesterol, hipertensão, provas radiológicas, TACs, problemas no pâncreas, vesícula, rins, ou outros; além de pedirem mais frequentemente autorização para a realização de sessões de fisioterapia e reabilitação” adiciona o Dr. López-Nava.

“Esta recriminação no meio laboral traduz-se, inclusive, em importunar estes pacientes com o seu impacto negativo para a rentabilidade da empresa e os gastos em saúde que geram à empresa e ao sistema de saúde. Paralelamente, para estas pessoas fazer horas extra é mais um agravante físico”.

“A consequência desta discriminação laboral – continua o diretor da Unidade de Tratamento da Obesidade por Endoscopia do Hospital St. Louis (Lisboa) – é que muitas pessoas obesas, devido ao seu estado de saúde, sofrem de isolamento no seu entorno laboral, baixa autoestima, mais ainda quando se apercebem que têm muitas dificuldades em perder peso, sendo que também não ajuda o facto dos seus companheiros de trabalho que, constantemente, recriminam a pessoa obesa se come muito ou se não é capaz de seguir uma dieta, o que por sua vez provoca mais ansiedade que pode derivar no incremento de peso noutros 20 kg num ano”.

A mulher obesa ou com excesso de peso é a que mais sofre desta “discriminação laboral” dada a pressão social estética que impera nos meios laborais e a sua situação agrava-se com a menopausa. Trabalhos em que seja necessário estar muito tempo em pé também estão vetados aos obesos que queiram conseguir emprego.

“Definitivamente, a pessoa obesa deve enfrentar, além da sua situação física e familiar, uma discriminação laboral que em muitos casos se soma à necessidade de cuidados médicos extraordinários”, esclarece o Dr. López-Nava.

“Em todo o caso, o problema da obesidade deve ser tratado ativamente pelo paciente, procurando soluções modernas e atuais, como a endoscopia e, incluso, ajudados e incentivados pela empresa. Os procedimentos endoscópicos, somados ao seguimento nutricional e psicológico, melhoram a qualidade de vida tanto laboral como emocional e física”, afirma o Dr. López-Nava.

Sobre o Doutor López-Nava

Doutor cum laude em Medicina e Cirurgia, actualmente participa com a Clínica Mayo na introdução das suas técnicas nos EUA a pedido do centro norte-americano.

É pioneiro no desenvolvimento de tratamentos endoscópicos para a obesidade a nível mundial e o primeiro a criar uma unidade Hospitalar contra a obesidade que aborda este problema desde um ponto de vista multidisciplinar (nutricional, psicológico e desportivo), sendo formador e introdutor dos tratamentos da obesidade por endoscopia em 17 países da Europa, América e Ásia.

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