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PCP revela os efeitos do surto epidémico no emprego e nos direitos dos trabalhadores em Lagos

PCP revela os efeitos do surto epidémico no emprego e nos direitos dos trabalhadores em Lagos

De acordo com informação da comissão concelhia de Lagos do PCP, a que o jornal Correio de Lagos teve acesso, “os últimos dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), permitem já começar a ter uma ideia sobre os efeitos do surto epidémico no emprego e na economia.

Adianta o PCP que “no Algarve, a evolução do desemprego foi em Março, de 15.305 desempregados em 2019 para 21.636 em 2020, e em Abril, de 11.782 desempregados em 2019 para 26.379 em 2020.

Já no Concelho de Lagos, a evolução do desemprego nos mesmos meses foi de 1.266 em 2019 para 1.584 em 2020, e de 927 em 2019 para 1.814 em 2020. “

Verificou-se assim que o desemprego no nosso Concelho no mês de Abril aumentou quase para o dobro em relação ao ano passado.

Avança o comunicado dos comunistas de Lagos que “se os primeiros dados do desemprego são alarmantes, não se pode passar ao lado da realidade para onde foram empurrados dezenas de milhares de trabalhadores algarvios, sujeitos a cortes nos salários por via do layoff, a salários em atraso, a férias forçadas, a alterações abusivas de horários, ao exercício das funções profissionais sem equipamentos de protecção individual, entre outros abusos. Isto quando nos últimos anos os grandes grupos económicos na região apresentaram lucros fabulosos e são eles os primeiros a transferir para cima dos trabalhadores e da segurança social os custos das medidas de combate ao surto epidémico.”

Para o PCP, “a situação que se vive na região e no Concelho, onde estes dados apenas reflectem os meses de Março e Abril e não contabilizam todos os que não se inscreveram nos Centros de Emprego, é o reflexo do desequilíbrio da estrutura económica do Algarve, com predomínio do sector de serviços e monocultura do turismo como actividades criadoras de emprego, com ausência de políticas que diversifiquem a actividade económica.

Mas reflectem também que o recurso massivo ao Layoff, que implica uma severa penalização nos salários (pelo menos 33%) e a utilização dos recursos da Segurança Social ao serviço dos grupos económicos, afinal não impede o desemprego, que tenderá a aumentar se não forem tomadas outras medidas.”

O PCP recorda “como teria sido importante que o Governo, como propôs o PCP, tivesse impedido os despedimentos e criado um fundo, financiado pelo Orçamento do Estado e por Fundos Comunitários, que assegurasse o pagamento dos salários dos trabalhadores cujas empresas, comprovadamente, os não pudessem pagar.”

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