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Bloco de Esquerda denuncia a gravíssima falta de profissionais do SNS no Algarve

Bloco de Esquerda denuncia a gravíssima falta de profissionais do SNS no Algarve

A eurodeputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, reuniu ontem (dia 3 de março) com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Algarve, com o objetivo de conhecer a situação da saúde no Algarve, nesta que é uma das maiores e mais subfinanciadas ULS´s do país, e que se depara com mais de 20 mil utentes sem médico de família.

A eurodeputada ficou a conhecer os esforços e iniciativas que a administração liderada por Tiago Botelho relataram no sentido de melhorar a organização e o funcionamento desta unidade local de saúde, nomeadamente no que diz respeito ao acesso dos algarvios aos cuidados de saúde. No entanto, nota que esta unidade lida com um subfinanciamento crónico a vários níveis, e sobretudo com uma enorme dificuldade em contratar recursos humanos, numa região com cada vez mais equipamentos de saúde privados, os quais absorvem médicos que fazem falta no Serviço Nacional de Saúde.

Catarina Martins salienta que esta dificuldade é consequência de políticas liberais que fomentam o aparecimento de novos equipamentos de saúde privada e de políticas salariais que precarizam a prática da medicina no serviço público de saúde. Catarina Martins sublinha que o setor público não consegue competir nem em condições de trabalho nem em salários, os quais precisam urgentemente de ser aumentados sob pena de se fecharem mais portas e de se colocar em risco a atratividade da profissão para milhares de jovens portugueses.

Nesta reunião discutiu-se ainda a questão do Centro Oncológico do Algarve, o qual parece estar definitivamente encerrado, visto que se perspetiva a sua inclusão no espaço do futuro Centro Hospitalar do Algarve no Parque das Cidades em Loulé, apesar da administração ter a expectativa da compra do equipamento de radioterapia para breve.

O Bloco de Esquerda lamenta que depois de tantas expectativas criadas no sentido de se resolver um problema grave ao se submeter doentes oncológicos a viagens longas, se chegue a 2025 e o Algarve volte à estaca zero, com claras responsabilidades políticas por parte do executivo camarário de Vitor Aleixo (PS) cuja decisão a este respeito ninguém compreende.

O Bloco de Esquerda reitera que irá continuar a lutar a nível nacional por um serviço de saúde de excelência, e que é fundamental que o contexto muito particular do Algarve, nomeadamente com a questão da sazonalidade e da consequente oscilação da procura, deve ser definitivamente compreendido pelo governo. O Bloco de Esquerda sublinha ainda que, sem investimento público e com a continua subserviência das políticas públicas aos interesses privados, essa excelência está cada vez mais posta em causa, e que sem um Serviço Nacional de Saúde forte é a própria democracia que está em causa.

O Secretariado da Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda/Algarve

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