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Andebol Clube Costa Doiro Uma referência do Desporto Lacobrigense

Andebol Clube Costa Doiro Uma referência do Desporto Lacobrigense

“Pelo A.C.C.D., tudo!  Juntos venceremos, sempre!”

Boletim - Publireportagem    Edição 346 · AGOSTO 2019 

O andebol é uma modalidade agregadora dos bons valores sociais, que procura incutir bom espírito de equipa e que desenvolve, de uma forma equilibrada, a progressão desportiva do atleta. O Andebol Clube Costa Doiro foi fundado a 25 de Agosto de 1998 e surgiu da fusão das secções de Andebol do Clube de Futebol Esperança de Lagos, Grupo Desportivo Amador de Lagos e Andebol Clube Lacobrigense, com o objectivo de reforçar a qualidade do andebol lacobrigense. Tem manifestado, ao longo destes anos, um acentuado crescimento, apoiado numa estrutura técnica e administrativa fortes  que,  de forma sustentada, têm projectado  o clube a um patamar superior no andebol nacional. 

FORMAÇÃO

Actualmente treinamos mais de uma centena de atletas entre os 6 e os 20 anos de idade, de Setembro a Julho. Gostarias de jogar andebol connosco? A tua inscrição é sempre bem-vinda em qualquer altura do ano. Aparece! Podes ainda assistir um dos nossos jogos em casa, que habitualmente acontecem ao fim-de-semana, sendo que ambos decorrem no Pavilhão da Escola Secundária Júlio Dantas.

Um Clube, um Torneio e um Campus: eis o A.C.C.D.! 

Muito trabalho, dedicação, resiliência, tolerância, inovação, respeito e amor pelo andebol envolveram toda a estrutura do clube durante as 4 semanas em que preparámos e realizámos os nossos dois eventos de eleição: o Torneio Intermarché & Bricomarché Costa Doiro Lagos 2019 (que decorreu de 30 de Junho a 7 de Julho) e o Campus ADM+ Lagos 2019 (que decorreu de 8 a 22 de Julho). A edição de 2019 teve  um modelo mais abrangente face às edições anteriores, contemplando um total de 12 treinos semanais; regime interno (com dormida); regime semi-interno (treinos+alimentação).

Nos dois regimes, o Campus  Lagos promoveu também actividades diversas como praia, palestras, golfe e várias visitas (o Centro de Ciência Viva  foi uma delas), piscina, etc. Humildemente, orgulhamo-nos do enorme sucesso destes dois eventos que vêm sendo reconhecidos por todos os seus participantes e apoiantes.

Em termos de trabalho, a dimensão da estrutura dos dois eventos foi de tal forma grande, que nos obrigou a recorrer a trabalhos extra, para que tudo corresse pelo melhor. As nossas estruturas organizadoras foram inexcedíveis na colaboração e trabalharam por vezes até à exaustão com total empenho. Quanto à dedicação, membros do corpo técnico, directivo, atletas, pais e encarregados de educação, amigos do A.C.C.D., colaboradores das escolas e do município, dedicaram-se com a cumplicidade e cooperação que caracteriza as grandes cidades e as grandes causas. Uma dedicação para a qual não encontramos o justo adjetcivo para a caraterizar. De enaltecer a resiliência no âmbito de eventos desta dimensão e complexidade, pois por vezes surgem constrangimentos que, numa primeira fase, parecem impossíveis ou difíceis de solucionar.

Só uma grande, inconformada e resiliente equipa é capaz de transformar os problemas em oportunidades. A tolerância esteve sempre presente, pois os maiores constrangimentos e dificuldades não se resolvem sem ela. Os nossos convidados foram enormes neste valor e a sua compreensão e tolerância foram determinantes para o sucesso das soluções. Apostámos na inovação dado que os dois eventos deste ano foram alvo de experiências únicas, que contribuíram igualmente para o enriquecimento das actividades.

No Torneio promovemos, mais que nunca, o convívio/animação diária: DJs, música ao vivo, disco glow party, sardinhada, porco no espeto, Slide&Splash e festa da espuma são exemplos disso. A Sardinhada doiro teve o apoio da totalidade dos comerciantes de peixe do Mercado de Santo Amaro, em especial as bancas: Nº 13/14/15 - Fátima Vieira; Nº 10 - Flávio Vieira; Nº 5 - Lília; Nº 1 - Agostinha; Nº 2/11/2 - Demostenes; Nº 3 - João Nunes; Nº 4/8 Batistas; Nº 6 - Camarinha; Nº 7 - Dilar; Nº 9 - Jorge Almeida. Não existem palavras que possam expressar o nosso profundo agradecimento pela solidariedade mais uma vez demonstradas por estes lacobrigenses. Apostámos de forma efectiva na qualidade da estrutura da arbitragem, representada ao mais alto nível pela EHF, com 3 prestigiados formadores e 5 duplas do Projecto Young Referees e ainda pelo Conselho de Arbitragem da FAP que chefiou e orientou 10 conceituadas duplas nacionais (uma delas internacional).

No Campus Lagos merecemos a confiança da FAP, com a organização conjunta na primeira semana da 1ª fase do Curso de Treinadores Grau III, no qual participaram cerca de 20 formandos de várias regiões do país. E como na vida nada se consegue sem paixão,  é o respeito e o amor pelo andebol que nos move para lutar pela felicidade desta grande “família” e pelo sucesso dos nossos eventos e actividade desportiva.

 

Entrevista a João Carneiro - Presidente do A.C.C.D.

Quem é? João Carneiro tem 53 anos, nasceu e reside em Lagos. O desporto foi sempre uma paixão. Em tempos esteve ligado a uma rádio local, onde fazia relatos de futebol e um programa semanal em direto. O A.C.C.D. e o andebol são agora a sua paixão. É bancário há trinta anos, tendo feito carreira na área numa instituição bancária.

Correio de Lagos - Como começou no Andebol e quais as funções que desempenha no clube?

João Carneiro - Estou no clube em atividade (em pleno) há 10 anos e como presidente do mesmo desde Janeiro de 2019, por um mandato de 4 anos. Comecei a colaborar e integrei a equipa directiva quando o meu filho veio treinar andebol para o A.C.C.D. Sempre tive uma ligação muito próxima, pois o meu irmão, Carlos Carneiro, foi o único Presidente e um dos fundadores do clube.

CL - Qual o balanço que faz relativamente ao Torneio Intermarché & Bricomarché Costa Doiro 2019?

JC - O balanço geral é extremamente positivo. Foi um torneio muito exigente e já sabíamos que assim o ia ser. Somos um clube dinâmico, participamos com muita frequência noutros torneios, onde vamos também com um espírito observador. Procuramos identificar os pontos fortes e os menos conseguidos, para transportar essas experiências para o nosso. Com modéstia podemos afirmar que procuramos a excelência na organização e no convívio. Queremos ser reconhecidos por saber receber bem os nossos convidados, promovendo a cultura lacobrigense para que todos os que nos apoiam possam orgulhar-se do nosso trabalho. Gostaríamos de vir a ser reconhecidos não como o maior, mas sim como o melhor torneio de andebol nacional. Um dos nossos grandes pontos fortes tem sido a qualidade da alimentação. A Alcione (Parchal, Lagoa) é o nosso fornecedor há vários anos e um parceiro imprescindível neste evento. Recebemos e implementamos os seus aconselhamentos, seja em termos de ementas como de organização do serviço. Estamos orgulhosos e satisfeitos com esta parceria e temos sido muito elogiados por isso. Este ano apostámos ainda mais no convívio entre as equipas técnicas e atletas através de várias actividades diárias ao final do dia, facto que cria muita cumplicidade,  sinergia e contactos. Isto também é muito valorizado. Nos últimos anos conseguimos melhorar o torneio em termos de competição, ao trazer mais e melhores equipas. A competição torna-se assim também um ponto positivo. Este ano a arbitragem foi “a cereja no topo do bolo”, uma colaboração estreita com o Conselho de Arbitragem da FAP e com a EHF, que trouxe a Lagos duplas de elevada qualidade. A arbitragem é sempre um ponto critico na generalidade dos torneios nacionais. Quando questionámos as equipas sobre este particular, a resposta foi extremamente positiva. Foi um investimento grande, mas que nos deixa orgulhosos do resultado final.

CL - Como define o Campus e a sua importância para o desenvolvimento da modalidade no concelho com vista à projeção nacional e internacional?

JC - O Campus é uma atividade diferente, essencialmente visando o desenvolvimento do atleta e a promoção do andebol. O que se pretende é permitir que os atletas possam usufruir de experiências diferentes e novas, promover a relação com diferentes treinadores, cuja qualidade é nacionalmente reconhecida e com visões e métodos diferentes nos treinos de andebol. Para além do convívio, também têm a experiência única de conhecer jogadores profissionais; alguns deles são os seua ídolos. O Campus é um evento que nos tem dado projecção a nível nacional. Ao fim da 5ª edição, sentimo-nos recompensados pela receptividade e confiança que treinadores e jogadores depositam em nós. São uma mais-valia para o A.C.C.D e já sentimos que para eles é também um orgulho participarem no Campus. Foi inovadora a forma como o Campus foi criado por Pedro Pinto, Nuno Francisco e Luís Bordalo. O A.C.C.D. de imediato aceitou abraçar o convite para integrar o projecto dentro do clube. Este ano houve uma aposta igualmente inovadora com a Federação. Realizámos, em conjunto com o Campus, um curso de grau 3 e o feedback foi muito positivo. Uma experiência para a qual estamos disponíveis para repetir.

CL - Qual a importância de ter treinadores e jogadores de topo no vosso Campus?

JC - São os ídolos deles, que contam histórias, que lhes dão no terreno e no treino exemplos de como devem actuar e reagir em jogo. Um atleta, ao ouvir os conselhos de um craque que está na divisão maior, certamente que lhe ficará na memória e o vai marcar para sempre.

CL - Como caracteriza a organização do Torneio e do Campus? Quais as maiores dificuldades com que se depararam? O que gostariam de melhorar?

JC - Temos uma equipa muito solidária em termos de dirigentes, técnicos e familiares dos atletas. Apesar do esforço enorme de todos, ainda consideramos que a equipa é curta face às exigências. Em pleno Verão e após o seu exigente horário de trabalho, as pessoas disponibilizam-se para colaborar connosco. É de louvar o seu esforço e solidariedade para com o clube. Cada vez mais sentimos a cidade de Lagos connosco e que os seus agentes económicos valorizam o nosso trabalho. Isto dá-nos motivação para continuar.

CL - Têm tido os apoios necessários para a realização destes eventos?

JC - Relativamente aos apoios da Autarquia, juntas de freguesia e outras entidades públicas, estamos muito satisfeitos e só temos uma palavra: obrigado. Durante este ano, mais do que nunca, sentimos que a Câmara Municipal de Lagos (principalmente) esteve presente do primeiro ao último minuto connosco nestes desafios. Todos os momentos em que tínhamos alguma dificuldade sentíamos o apoio e a solidariedade necessária. Isto dá-nos uma tranquilidade e confiança enormes para orgulhosamente nos envolvermos de corpo e alma em termos de organização. Tivemos ainda o apoio da Junta de Freguesia de São Gonçalo e restantes Juntas do concelho, dos dois agrupamentos escolares, Gil Eanes e Júlio Dantas (3 escolas integradas no torneio), do Esperança de Lagos (que nos emprestou uma carrinha), da Cruz Vermelha, Lagos em Forma, entre outros. Todos importantes. Quanto aos patrocinadores a nível local, os apoios têm sido gradualmente mais generosos e dão-nos grande confiança para o futuro. Conquistámos a confiança das empresas para se associarem ao nome dos nossos eventos no Torneio Costa Doiro (Intermarché e Bricomarché), no Campus (Grupo Adega da Marina +) e, há 3 anos, temos o nome do clube associado à Marcela Propriedades. A nossa Mascote, o "Costinha", foi integralmente oferecida pela JA Duarte Lda. Temos uma série de outras entidades que nos apoiam e reconhecem que o clube cresceu. É gratificante  merecer a confiança por parte destas pessoas e entidades e esperamos que a nossa marca seja também motivo de orgulho para eles. Desejamos retribuir e agradecer todo o seu contributo com muito trabalho e sucesso.

CL - E em termos de resultados desportivos? Têm sido positivos?

JC – Nós temos a consciência de que o clube cresceu muito nos últimos 3 anos. O projecto "Andebol de Rua" impulsionou este desenvolvimento de forma efectiva. Actualmente, conseguimos ter uma base (escalões mais jovens) com quase 100 atletas.  Consideramos ter uma base de trabalho que nos dá garantias de futuro. Se estes miúdos se mantiverem fidelizados ao clube daqui a 2 ou 3 anos, poderemos ter bons resultados desportivos que, esperamos, venham para ficar.

CL - Existem alguns projectos em mira para o futuro do clube? Quiçá, a formação de uma equipa sénior?

JC - Relativamente à equipa Sénior, este ano a Federação Portuguesa de Andebol lançou um desafio aos clubes, para reactivarem este escalão. Sabemos que este escalão é o “telhado da casa”. Sentimos que os nossos atletas de idade juvenil, quando olham para a frente e constatam que só lhes restam mais dois anos de andebol no clube, sentem preocupação, tristeza e desmotivação. Nós temos essa consciência, mas não podemos criar uma equipa de Seniores que possa hipotecar todo o trabalho que está a ser feito na formação. Actualmente, vamos sentindo que os tempos estão a mudar e quando o clube tiver as condições necessárias à sua reactivação, não hesitaremos. Neste momento a decisão para uma equipa Sénior irá hipotecar a equipa de Juniores. Posso dizer que estamos a trabalhar e a analisar profundamente esta possibilidade.

CL - Sabemos que o A.C.C.D. já tentou fundir-se com o Gil Eanes no passado. Ainda sonha com essa hipótese?

JC – Não se trata de um sonho (risos). É verdade que esse “projecto” partiu de nós, há uns anos atrás. Acreditamos que seria muito vantajoso para o andebol em Lagos conjugar todos os esforços num único clube de andebol. Muitas sinergias se iriam criar e, na nossa visão, poderiam, mais rapidamente e com maior segurança, elevar o Andebol Lacobrigense. Promovemos os primeiros contactos, apresentámos a nossa visão e ideias-base para uma possível fusão com o Gil Eanes. No entanto, não recebemos o feedback necessário, nem sentimos o mesmo interesse para continuarmos com esse diálogo. Neste momento é um assunto que não faz parte da nossa agenda.

CL - Segundo consta, roubou o trono ao seu irmão... como aconteceu esta sucessão relativamente ao carismático ex-presidente do clube, Carlos Carneiro Rodrigues?

JC - (risos) O meu irmão fundou este clube e foi “o" presidente do ACCD”. Elevou-o ao patamar desportivo em que hoje nos encontramos. O “Cácá” (Carlos) informou a Direção que desejava abdicar das funções de presidente, sem que ninguém o tenha condicionado para tal. Quando se aproximaram as eleições, ofereceu-se para ser presidente da Assembleia Geral e também voltar a treinar andebol. Nada tem a ver com uma sucessão familiar (risos), facto que eu rejeitaria na hora, mas sim com o desafio que toda a equipa técnica e órgãos sociais me lançaram. Consideraram que eu tinha o perfil e aceitei.

CL - Neste primeiro ano de mandato, como se sente na pele de presidente do clube?

JC - Sinto que a minha responsabilidade é ainda maior. O esforço e dedicação são os mesmos, mas ao facto de ser o líder da direcção acresce naturalmente responsabilidade. Somos uma direcção que, desde o princípio, toma decisões colegiais. Envolvemos todos na actividade do clube e temos sempre a porta aberta para discutir ideias novas. As reuniões semanais estão abertas a todos os que querem ajudar no desenvolvimento do A.C.C.D. Existem sempre questões mais pertinentes, sejam institucionais ou de âmbito financeiro, para as quais a direcção toma as decisões e assume a responsabilidade. No entanto, no dia-a-dia do clube, o voto do director não vale mais do que o voto do dirigente. Valorizamos e respeitamos a participação de todos. Estou particularmente muito satisfeito com estes primeiros 7 meses, pois tivemos o melhor torneio dos últimos anos e o melhor Campus de sempre em termos de convidados de eleição. Isto é fruto de um trabalho de todos e que vem de trás. Só por mera coincidência eu sou o presidente.

CL - Tem alguma mensagem que gostasse de partilhar com quem pratique ou pense em praticar andebol?

JC - O A.C.C.D. é mais que um clube, é uma família. O que gostamos de valorizar muito neste desporto é o espírito de equipa, o facto de ser uma modalidade que incentiva os atletas ao fairplay, ao convívio e à amizade.  O A.C.C.D. é um clube que está a crescer e pretendemos que traga orgulho à cidade de Lagos. Vamos continuar a trabalhar para que isso aconteça e queremos também ser reconhecidos em competição. Este ano fechámos o ano com o maior número de atletas federados de sempre (170) e gostaríamos de iniciar o ano assim. O A.C.C.D. é de todos!
 

Entrevista  Pedro Pinto - Treinador e Coordenador do A.C.C.D.

Quem é? Pedro Pinto, 44 anos. É licenciado em Educação Física e Desporto e tem o grau 3 de Treinador de Andebol, pelo que procurou sempre conjugar a vida de professor com a de treinador. Estreou-se como treinador no F.C. Porto e fez todos os escalões de formação até aos Juniores, transitando depois para os Seniores da Sanjoanense. Veio para o Algarve, para o Andebol Clube Costa Doiro e, dois anos mais tarde, ruma ao Clube 1º de Agosto, em Angola. Regressa em 2014 mantendo-se, desde aí, no A.C.C.D.

Correio de Lagos - Que funções desempenha no Andebol Clube Costa Doiro?

Pedro Pinto - Sou o coordenador do clube e treinador de Minis e Iniciados.

CL - Qual o balanço relativamente ao Torneio Intermarché & Bricomarché Costa Doiro Lagos 2019?

PP - Foi extremamente positivo porque desde 2014 até à data tem vindo a crescer. Acho que este ano podemos afirmar que o torneio se consolidou definitivamente pelo número de equipas (cerca de 60) e número de atletas que estiveram envolvidos durante os 8 dias (cerca de 900). Podemos afirmar que, no futuro e bem mais cedo do que foi este ano, vamos conseguir fechá-lo. Pretendemos manter a qualidade do torneio, logo  não desejamos acrescentar mais equipas ou número de participantes.

CL - Sendo um dos  fundadores  do Campus, qual era o objectivo inicial e que importância tem  este para o desenvolvimento da modalidade no concelho, com projecção nacional e internacional?

PP - Inicialmente, o  Campus Lagos teve a necessidade de ser criado pois os atletas do Algarve treinavam muito pouco. Chegavam as férias escolares e as férias desportivas, só retomávamos a actividade após três meses. Quando projectámos o Campus foi para quatro semanas e, logo no primeiro ano, tivemos sucesso. E assim o Campus andou. Ao fim de cinco anos melhorámos, ano após ano, o que para nós é bastante positivo.  Agora já atingimos outro patamar, olhamos para o Campus de forma diferente, com a necessidade de ter referências de atletas e treinadores de nível internacional e nacional, melhorando a qualidade e a divulgação. No futuro, existe a possibilidade de alguns atletas transitarem do Torneio Intermarché & Bricomarché Costa Doiro Lagos 2019,  directamente para o Campus, o que acaba por ser uma mais-valia para os patrocinadores, clube e cidade de Lagos.

CL - Qual a importância de ter treinadores e jogadores de Andebol de topo no vosso Campus?

PP - Este ano tivemos pela primeira vez dois treinadores internacionais: um do Barcelona e um  do Nava, que foi campeão da divisão Della Plata em Espanha. Esses treinadores começam a passar internacionalmente o nome do clube, cidade e Campus. Assim, podemos atrair jovens de outros países. Olhamos para o Campus não só como uma ocupação,  mas como uma especialização do Andebol, pois promove o  intercâmbio com vários jovens a nível nacional e internacional.

CL - Como tem sido realizado o trabalho de formação com os atletas?

PP - Isso... ficaríamos horas a conversar. Planeamos sempre os nossos treinos e a nossa época. Tentamos sempre olhar para os nossos jovens e (...) damos oportunidade a todos os atletas que se inscrevem no clube. Acreditamos que todos eles podem lá chegar, sendo que inicialmente existem jovens com mais apetência que outros. Ao longo dos anos a experiência diz-nos que, com paixão, dedicação e muito treino, todos podem atingir patamares de excelência. Todos têm nos escalões de formação um tratamento igual e a mesma oportunidade  de jogar. Estamos a construir lentamente o nosso futuro para o sucesso do clube.

CL - Como caracteriza a organização do Torneio e do Campus? Quais as maiores dificuldades com que se depararam? O que gostariam de melhorar?

PP - O Torneio Intermarché & Bricomarché Costa Doiro Lagos 2019 move cerca de 900 participantes. Obriga-nos a ter uma estrutura com mais colaboradores - os pais e familiares nesse aspecto têm dado uma ajuda preciosa. Mesmo assim, temos necessidade de requisitar pessoas junto dos agrupamentos de escola, especialmente na cantina e na limpeza. Essas pessoas têm vindo a trabalhar connosco ano após ano, por isso melhoram; e temos tido muito sucesso. Os nossos técnicos e dirigentes do clube são pessoas activas e colaboram todos muito em sintonia, quase toda a gente tira férias neste período para poder ajudar. Existem sempre imprevistos, mas felizmente temos tido uma capacidade de resposta muito boa e isso contribui directamente para o sucesso do Torneio que temos vindo a realizar. Relativamente ao Campus, funciona numa estrutura mais pequena, com cerca de 100 atletas. Este ano baixámos um pouco nos participantes, no entanto, temos os nossos convidados (treinadores profissionais e atletas profissionais) que nos requerem sempre muita atenção e trabalho. Depois articulamos toda a dinâmica e isso causa-nos algum esforço extra, mas temos tido muito sucesso na organização.

CL - Têm tido os apoios necessários para a realização dos projectos?

PP - Temos, nesse aspecto não nos podemos queixar. Acho que os apoios vão aumentar, pois ano após ano as coisas estão a correr  muito bem. Acho que os nossos patrocinadores gostam do nosso trabalho e a mensagem que temos passado é claramente muito positiva, logo, considero que os apoios vão melhorar. CL - Quais os projectos de futuro para o clube?

PP - O clube neste momento tem quatro projectos muito importantes: o desportivo,  o Torneio, o Campus e o andebol de rua. Quer o andebol de rua, quer o Torneio, estão consolidados. O Campus tem uma margem de crescimento e o clube, desportivamente, poderá ter a maior margem de crescimento - e obrigatoriamente vai ter de o ter.

CL - E em termos de resultados desportivos, têm sido positivos?

PP - Os nossos resultados desportivos estão de acordo com o crescimento do clube. Estamos a crescer nos escalões de formação Bambis e Minis. Preocupamo-nos em desenvolver com um maior número de atletas, treinadores e dirigentes, fazer crescer os eventos que realizamos. E desde o momento em que isto esteja devidamente consolidado, poderemos  passar à próxima fase e melhorar os nossos resultados.  Garantindo o resto, seremos constantes. Não ter isto e ter  resultados desportivos poderá não ser benéfico para o clube, pois pode até surgir uma geração boa, mas não será constante a obtenção de bons resultados. Certamente que, no futuro, os resultados vão aparecer, atendendo que nós em termos nacionais estamos geograficamente num sítio difícil. Claro que podemos não aparecer desportivamente, mas em termos de valor individual, se formarmos atletas que possam ingressar equipas nacionais ou internacionais, a nossa missão está feita.

CL - Tem alguma mensagem que gostasse de partilhar para quem pratique ou pense em praticar Andebol?

PP - O desporto traz-nos imensas coisas e acho que devem vir experimentar o Andebol Clube Costa Doiro todos os jovens da cidade, porque certamente vão gostar. «Ao longo dos anos a experiência diz-nos que, com paixão, dedicação  muito treino, todos podem atingir patamares de excelência»

 

Entrevistas no Campus ACCD - Lagos Andebol

Carlos Resende

Foi um dos melhores jogadores portugueses de sempre. Vestiu a camisola do ABC de Braga e F.C. Porto e foi capitão da Seleçcão Nacional. Hoje é treinador actual da equipa Sénior masculina do SL Benfica. Nas palavras do mesmo, «Era basicamente uma obrigação estar cá porque eu e o Pedro Pinto somos amigos há muitos anos. Com o  desporto e sendo pai de duas miúdas que jogam andebol, não me tinha sido possível participar nas edições anteriores. É muito interessante haver tantos miúdos a praticar andebol numa altura em que os clubes estão parados; é uma alternativa fantástica, para que não estejam tanto tempo sem contacto com a modalidade. Para aqueles que querem ter uma experiência diferente e mais próxima com  profissionais de andebol, é muito importante. Existe uma diversidade de opiniões com a aplicação de exercícios semelhantes aos que fazemos com os atletas que os jovens seguem na televisão.»

Carlos Garcia, Director Desportivo do A.C.C.D. Professor, formador, treinador e prelector. A sua qualidade tem o reconhecimento da FAP e EHF.

Carlos Garcia é o director desportivo do A.C.C.D. desde 2018 e com ele ganhámos competência, definimos a estratégia e projectámos o futuro do clube e dos nossos atletas. A sua participação no Campus como técnico é para nós imprescindível. «O Campus Andebol Lagos é uma das maiores acções promocionais de divulgação e formação que se realizam no nosso país. É um processo educativo muito forte, uma iniciativa que tem uma formação muito alargada de atletas, treinadores e formadores nacionais e internacionais. Este ano o Campus reúne um elenco de luxo, igualmente a anos anteriores, mas desta vez ainda mais diversificado e variado. É de valorizar a participação de todos neste mês de Julho, que contribui para o aumento dos conhecimentos andebolísticos deste jovens».

Hugo Pereira (Vice-presidente e Vereador do Desporto C.M. Lagos)

«O Andebol Clube Costa Doiro tem feito um trabalho espectacular a nível da formação em que o Campus dá um incremento e upgrade  na qualidade da formação de jovens muito importante. Traz aqui grandes figuras nacionais e internacionais; nem sempre é o dinheiro que traz grandes projectos, mas sim a qualidade de quem está a frente do clube e o Costa Doiro é um bom exemplo disso. Sem muitas verbas alocadas por parte do município, conseguiu desenvolver grandes projectos, criar uma estrutura sólida, uma grande direcção e um grande corpo técnico, atraindo por essa via muitos atletas. Ao ver a qualidade do trabalho do clube, houve um apoio financeiro das empresas locais e CML. Estamos a terminar o Campus da época 2019 com o melhor que se podia ter em termos de números de atletas, formadores, treinadores e jogadores internacionais. Quem vem prestar serviço ao Campus sai daqui encantado quer pela cidade quer pelo trabalho desenvolvido pelo clube. É uma combinação perfeita para colocar a cidade de  Lagos no mapa internacional como um sítio onde se respira andebol».

Carlos Saúde (Presidente da Junta de F. de São Gonçalo de Lagos

«A elite dos treinadores e jogadores  está presente no Campus. Isso apoia o desenvolvimento e formação dos nossos jovens, sendo um factor  fundamental. Tem havido  um desenvolvimento grande na modalidade e o clube tem feito um excelente trabalho. Os novos atletas podem conversar e interagir com os seus ídolos. Isso incentiva-os à prática do desporto, dá-lhes uma  motivação extra e promove o seu desenvolvimento.    Lagos é a cidade mais bonita do país, temos um espaço fantástico com todas as condições para se realizar. O clube tem o apoio das instituições e sociedade civil comercial, que percebem a importância da parceria com os clubes desportivos locais; é uma situação em que ganham todos».
 


 

 


 

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