A palestra “O Direito a Brincar”, com Carlos Neto, um dos maiores especialistas mundiais na área da brincadeira e do jogo e da sua importância para as crianças, decorreu no Centro Cultural em outubro, tendo sido promovida pela CPCJ (Comissão de Protecção das Crianças e Jovens) de Lagos, com o apoio do município de Lagos, Associação do Grupo Coral de Lagos, Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, Centro de Formação Dr. Grácio e Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens.

Para uma plateia de mais de duzentos participantes, o presidente da CPCJ de Lagos, Francisco Quitéria, enfatizou o trabalhado desenvolvido por Carlos Neto em toda a sua longa carreira em prol do conhecimento científico relacionado com o desenvolvimento psicomotor das crianças e crescimento em ambientes e espaços escolares e urbanos adaptados às suas necessidades específicas, reforçando ainda a relevância desta temática para as CPCJ’s.

Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Lagos, manifestou o seu total empenho para, em conjunto com as escolas e associações e todas as forças vivas, em especial as que dedicam o seu trabalho às crianças e jovens, promover as melhores práticas no município.

Entre outros assuntos ligados ao tema, ao longo da palestra, Carlos Neto referiu a urgência de as crianças brincarem e serem ativas, em detrimento de actividades demasiado organizadas pelos adultos, com especial enfase para a AEC’s, que considera “uma tragédia nacional”. Segundo defende, as crianças precisam de tempo para brincar livremente, onde possam por em prática as suas qualidade inatas, tais como perseguir e ser perseguido, correr, trepar, saltar, etc. e, acima de tudo, jogar, para aproveitar os momentos lúdicos e de representação simbólica que o jogar proporciona, fundamental para um mais ajustado desenvolvimento psicomotor e social. Nas suas palavras, “falta-lhes a escola da rua”.