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Fitness: Há mais de 25 mil instrutores de aulas de grupo em Portugal sem trabalho


Os ginásios reabrem hoje, mas os seus profissionais continuam sem solução. "De Mãos e Pés Atados" é a campanha que alerta para esta realidade.

O Dia Internacional da Atividade Física (6 de Abril) e o Dia Mundial da Saúde (7 de Abril) até no calendário estão lado a lado. No entanto, numa crise de saúde como a que atravessamos, o primeiro «parece estar a ser esquecido», tal como defendido pela campanha "De Mãos e Pés Atados".

Aulas de Grupo são um dos principais factores de motivação para o exercício físico e retenção em ginásios. Numa altura em que factores como a obesidade ou a idade representam risco acrescido na propagação da Covid-19, são precisamente esses os grupos que estamos a deixar de fora: pessoas com excesso de peso desmotivadas para treinar em casa e pessoas com mais idade que não estão familiarizadas ou confortáveis com treino online.

A reabertura dos ginásios ao dia de hoje acontece sem o regresso das aulas de grupo, actividade que emprega mais de 25 mil instrutores em Portugal, que terão de continuar a esperar – após mais de um ano nesta situação – pelo menos até 3 de Maio.

«Pensar que um mês não faz diferença é não conhecer esta realidade. A realização de aulas de grupo não apresenta qualquer risco acrescido de propagação do vírus, comparativamente com a sala de exercícios de um ginásio. Nas mesmas condições de distanciamento, é até mais fácil, em muitas situações, o professor das aulas de grupo poder assegurar eficaz e rigorosamente que cada aluno permanece (literalmente) no seu quadrado, do que muitas vezes na área das máquinas de um ginásio. Os dois espaços são extremamente importantes e complementares. No entanto, um deles é alvo de discriminação. Não faz sentido e desmotiva, ainda mais, uma classe de profissionais completamente esgotad», começa por explicar André Manz, impulsionador da campanha de sensibilização sobre o tema.

“De Mãos e Pés Atados” foi lançada há cerca de 15 dias, na plataforma GoFundMe, com o objectivo de alertar para esta situação e, em simultâneo, criar um fundo monetário de ajuda imediata a instrutores de Fitness em situações mais complicadas. Em poucos dias, centenas de profissionais pelo país fizeram a sua inscrição neste fundo que será distribuído de igual forma, finda a angariação, por todos os que o tiverem solicitado, de acordo com o montante angariado.

Mais de 80% dos profissionais de Fitness em Portugal são trabalhadores independentes, não se enquadrando em situações de lay-off. «Estamos a falar de uma profissão que não tem muitas altenativas à distância. É claro que podem ser dados treinos online, mas a sua procura, face a tudo o que existe disponível de forma gratuita, é muito reduzida. Além de que a predisposição e vontade das pessoas não é a mesma. Neste momento, instrutores com que o Grupo Manz trabalha há décadas, pessoas que investiram toda a sua vida profissional a tentar melhorar a saúde e bem-estar de outros, estão a ter de procurar carreiras diferentes, em muitos casos aos 40 e aos 50 anos», continua André Manz.

«Quem possa, por favor, não deixe de doar. A doação de 1 euro por 25 mil pessoas, passa a 25 mil euros, e creio que nem sempre nos lembramos disso. Estamos há mais de 30 anos no negócio do Fitness e nunca vimos nada assim. Lançar esta campanha foi a nossa forma de ajudar, quando já não sabemos mais como», conclui.

Confira a campanha aqui.

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