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13ª edição do Farcume – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Faro

13ª edição do Farcume – Festival Internacional de Curtas-Metragens de Faro

O Farcume - Festival Internacional de Curtas-Metragens de Faro comemorou este ano a sua 13.ª edição, entre os dias 22 e 24 de setembro no Hotel 3HB Faro, um lugar com história na cidade de Faro por se tratar do espaço onde se localizou no passado o imponente Cine-Teatro Santo António, casa de cinema por excelência da Baixa de Faro.

O Farcume é já um marco no tecido cultural de Faro. Todos os anos, o Festival traz curtas-metragens nacionais e internacionais dos mais variados géneros cinematográficos num programa eclético e envolvente e acolhe um público que integra visitantes locais, regionais e estrangeiros.

Este ano, o Festival contou com uma seleção de 34 curtas-metragens nas categorias de ficção, animação e documentais oriundas de sete países.

O balanço feito pela organização é muito positivo, durante as três noites com forte adesão do público no CCH - Cultural and Conference Hub do 3HB Faro e uma média de 70 a 80 visitantes por noite. O cinema independente, emergente e de autor mostrou-se presente e prioritário na linha de interesses da população local e transiente de Faro e do Algarve.

Sobre esta edição, Paulo de Oliveira Botelho, Presidente da FARO 1540 - Associação de Defesa e Promoção do Património Ambiental e Cultural de Faro, entidade organizadora do Farcume, afirma: Fazemos um balanço bastante positivo da 13.º edição do Farcume – Festival Internacional de Curtas Metragens de Faro. Este continua a afirmar-se, ano após ano, como uma das referências incontornáveis no circuito cinematográfico nacional e internacional, surpreendendo pelo elevado número de inscrições, como pela qualidade e diversidade dos trabalhos apresentados. Esse é um motivo de felicidade e sinal do bom trabalho realizado por esta abnegada equipa dedicada ao Festival. O Farcume, ao longo dos anos, continua a como um palco privilegiado para a afirmação de novos realizadores, atores e produtores, sendo uma oportunidade de ver o mundo através de diferentes lentes, explorando novas narrativas e perspetivas. A fidelidade do público ao Fracume representa não apenas um voto de confiança na qualidade e relevância do Festival, mas também o reconhecimento do seu papel crucial na promoção e celebração do cinema independente. Esta lealdade continua refletida na capacidade do evento se adaptar, evoluir e manter-se atualizado.

Na categoria de Ficção o grande vencedor foi a curta-metragem Mesa Para Três, dos realizadores Álvaro García Company e Meka Ribera, uma história que mostra a situação complicada e imprevisível em que se envolvem cinco amigos que se encontraram num restaurante para jantar e, ao chegarem lá, descobrem que a mesa que haviam reservado, inicialmente para cinco pessoas, agora é uma mesa para três. Então dois deles devem ficar sem jantar. Uma situação imprevista que põe à prova a amizade e os laços que existem neste grupo de pessoas. Esta curta-metragem pretende dar visibilidade ao desafio global que enfrentamos atualmente relativamente à escassez de alimentos e assim evitar as possíveis repercussões negativas que possa ter no acesso e disponibilidade destes alimentos. Nesta categoria o júri destacou ainda com Menção Honrosa a curta-metragem: Fortíssimo, do realizador Victor Cesca; Perder, do realizador Borja López Ferrer; Witness, da realizadora Aida Tebianian; Amarrada, dos realizadores Pedro Horta e Alexandre Costa.

Na categoria de Documentário o vencedor foi Marabunta: Hormiga Guerrera, do realizador mexicano Fernando Gutiérrez Ortega. É um curta-metragem cativante que nos conduz por entre o mundo emocionante da Brigada Humanitária para a Paz de Marabunta, uma organização dedicada a proteger e promover a paz e a liberdade de expressão na sociedade. Todos os anos, a brigada cobre protestos e aventura-se em situações perigosas para salvaguardar as pessoas que participam nestas importantes manifestações. Este documentário mostra-nos como os corajosos membros da Marabunta explicam o seu trabalho e as razões que os levam a trabalhar arduamente em marchas, protestos, mediações de conflitos e assistência humanitária em situações de risco. Através de entrevistas com os seus membros, o documentário expõe as motivações do seu trabalho e a sua visão de um mundo mais livre e pacífico. Foram ainda distinguidos os documentários La Salud Naufraga en la Frontera Sur, dos realizadores Alba Villén e Ignacio Marín e Caretos da Lagoa, do realizador Tiago Cerveira.

Na categoria de Animação, o vencedor foi La Torrencial Melodia, do realizador José Luís Saturno, que conta a história de uma cidade que sofre uma longa seca e confia o seu destino a um músico errante que tem o poder de fazer chover com a música do seu acordeão. O júri destacou ainda na categoria de Animação com menção honrosa a curta-metragem Txotxongiloa, da realizadora Sonia Estevéz e A Espuma e o Leão, do realizador Cláudio Jordão.

Por fim, o júri atribuiu, por unanimidade, à Curta-Metragem La lixeira: La Dignitá Sigla Invisibile, dos realizadores Guido Galante e Antonio Notarangelo o Grande Prémio Farcume + que visa distinguir trabalhos que se destaquem na promoção, divulgação e afirmação de valores e princípios de dignidade e direitos humanos e no combate às desigualdades sociais e culturais. A curta-metragem La Lixeira: La Dignitá Sigla Invisibile retrata-nos a dura realidade de centenas de famílias que vivem no bairro de Hulene, nos arredores de Maputo, localizado junto da maior lixeira da cidade, uma montanha de lixo, desumana e cruel. Circundada por habitações construídas com os mais diversos materiais, um odor acre e pungente e uma neblina de matéria orgânica em decomposição e de fumos de plásticos a queimar. Neste local vivem e trabalham cerca de 700 famílias que revistam e escavam freneticamente as montanhas de lixo, dia após dia, procurando plásticos, garrafas, tampas de metal, bocados de corda e qualquer material que possa ser aproveitado, vendido ou transformado, e restos de comida frequentemente em putrefação, mas que encontra comensais especiais entre os sobreviventes da lixeira de Hulene. Uma história comovente que mostra um insight que abre grandes reflexões sobre o aumento da pobreza, da fome e das desigualdades sociais crescentes que atinge níveis brutais um pouco por todo o mundo.

A FARO 1540 agradece à Câmara Municipal de Faro, a União de Freguesias de Faro, Grupo 3HB Hotels & Resorts, Rua FM, o CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação, a Associação do Comércio na Baixa pelo apoio e confiança depositada neste projeto ao longo dos anos.

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