Em entrevista, por escrito, ao ‘Correio de Lagos’, Pedro Moreira, Presidente da Comissão Política da Secção do PSD de Lagos há quase quatro anos, confessa que “optei por apoiar Paulo Rangel desta vez” para a liderança nacional do partido e candidato a primeiro-ministro, “pois não me revejo na estratégia que tem sido adoptada por Rui Rio no suporte que ele julga patriótico ao PS”.

Contudo, a dois meses das eleições legislativas antecipadas, Pedro confia na unidade no PSD, pois “só poderemos quebrar este ciclo de poder socialista a governar refém da extrema esquerda, que nos tem condenado ao atraso e à penúria, se de forma muito clara e concentrada demonstrarmos aos portugueses capacidade de sermos alternativa”, avisa. E aproveita para pedir “bom senso e normalidade” na preparação da lista de candidatos a deputados pelo Algarve, mostrando-se “bastante satisfeito” com o trabalho desenvolvido pelos três actuais representantes do partido na Assembleia da República.

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Correio de Lagos - Esperava esta vitória de Rui Rio contra Paulo Rangel nas eleições directas do PSD, realizadas no sábado, dia 27/11/2021? Que avaliação faz?

Pedro Moreira - Na verdade e ouvindo nestas últimas semanas os militantes, percebi que o partido estava muito dividido nos apoios às duas candidaturas. Pessoalmente e apesar de ter apoiado Rui Rio na primeira candidatura à presidência do PSD e de continuar a gostar dele, optei por apoiar Paulo Rangel desta vez, pois não me revejo na estratégia que tem sido adoptada por Rui Rio no suporte que ele julga patriótico ao PS, mas cujo governo se tem mostrado um desastre para o país. Os militantes entenderam que esta estratégia é a mais acertada e como democrata tenho que aceitar e contribuir agora para a desejada vitória no dia 30 de Janeiro.

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“(…) com eleições marcadas para o fim deste ano já fiz saber aos meus companheiros e companheiras da Comissão Política que não sou candidato a uma reeleição” (…) “as minhas energias serão dedicadas a vereador” da Câmara Municipal de Lagos

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CL - No seu discurso de reeleição como presidente do PSD, Rui Rio disse que as Distritais e as Concelhias do partido têm de estar mais próximas dos militantes. Reconhece lacunas a esse nível em Lagos? O que é necessário fazer?

PM - Há sempre aspectos que podem e devem ser melhorados a esse respeito. Estou prestes a cumprir 4 anos à frente da concelhia do PSD e com eleições marcadas para o fim deste ano já fiz saber aos meus companheiros e companheiras da Comissão Política que não sou candidato a uma reeleição. Assumi um compromisso, que é exigente, com os lacobrigenses de servir o concelho como vereador e as minhas energias serão no futuro próximo dedicadas a essa tarefa.

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Rui Rio “tem de perceber que, com este PS, não está a lidar com gente séria e a sua estratégia tem que ser adaptada de acordo com os seus adversários da ocasião. Lidar com António Costa não é o mesmo que lidar com António José Seguro”

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CL - O que espera de Rui Rio no futuro do partido e na sua candidatura a primeiro-ministro, nas eleições legislativas antecipadas a realizar no dia 30 de Janeiro de 2022?

PM - Espero que Rui Rio melhore a forma como o PSD comunica a sua mensagem que é, neste momento algo, amadora e dada a confusões desnecessárias. Considero que um partido com a importância, a dinâmica e a responsabilidade do PSD continua a tratar a sua comunicação exterior e mesmo interior de forma por vezes amadora e pouco profissional e organizada. Depois tem de perceber que, com este PS, não está a lidar com gente séria e a sua estratégia tem que ser adaptada de acordo com os seus adversários da ocasião. Lidar com António Costa não é o mesmo que lidar com António José Seguro.

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CL - O PSD vai estar unido, como apelou Paulo Rangel?

PM - Espero que sim e não vejo razão para que tal não aconteça. Só poderemos quebrar este ciclo de poder socialista a governar refém da extrema esquerda, que nos tem condenado ao atraso e à penúria, se de forma muito clara e concentrada demonstrarmos aos portugueses capacidade de sermos alternativa.

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“A lista de deputados é preparada, como normalmente, entre as estruturas locais e nacionais e espero que o processo decorra com bom senso e normalidade como aconteceu no passado recente”

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CL - Quando ficará concluída a lista de candidatos a deputados do PSD pelo Círculo Eleitoral de Faro? E quem a encabeçará? A escolha será da Distrital, ou do presidente do partido, Rui Rio?

PM - A lista de deputados é preparada, como normalmente, entre as estruturas locais e nacionais e espero que o processo decorra com bom senso e normalidade como aconteceu no passado recente. Estou bastante satisfeito com o trabalho que os nossos três deputados [Cristóvão Norte, Ofélia Ramos e Rui Cristina - n.d.r,] têm vindo a desenvolver na Assembleia da República e não vejo pessoalmente razão para alterar essa realidade

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CL - E como está a ser preparada a campanha eleitoral em Lagos? Haverá cartazes na rua, campanha de porta-a-porta e comícios?

PM - A campanha eleitoral será concertada com a estrutura distrital, como é normal e costume.

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José Manuel Oliveira