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Movimento Juntos Pelo Sudoeste lança vídeo e campanha de angariação de fundos para salvar o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina no seu 32º aniversário

Movimento Juntos Pelo Sudoeste lança vídeo e campanha de angariação de fundos para salvar o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina no seu 32º aniversário

No dia em que se comemora o 32º aniversário da classificação do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina como Área Protegida (Decreto-Lei n.º 241/88, de 7 de julho) o Juntos pelo Sudoeste (JPS), movimento de cidadãos de Odemira e Aljezur em Defesa do Sudoeste, divulga um vídeo que comprova não só a progressão descontrolada da agricultura intensiva sob plástico no Sudoeste Alentejano, como também o claro incumprimento do objectivo de preservar os valores naturais existentes e regular e fiscalizar a ocupação do solo de uma das zonas costeiras mais valiosas na Europa. (Link para Video: https://www.youtube.com/watch?v=7Ak4Fj9Szg4&feature=youtu.be)

Em simultâneo, este movimento de cidadania lança também uma campanha de crowdfunding (Link para Campanha de crowdfunding: https://www.gofundme.com/f/ajude-a-protejer-o-pnsacv?utm_medium=email&utm_source=product&utm_campaign=p_email+3201-24hr-reminder-v5) cujo objectivo é angariar donativos para financiar uma abordagem judicial a este problema, uma vez que não têm surtido efeito até à data os apelos que têm sido feitos às entidades envolvidas para que se estabeleça um diálogo sério e equilibrado sobre o presente e o futuro deste território.

O JPS tem vindo a salientar a incompetência do Estado Português na preservação de um valioso património ecologicamente sensível, que tem sofrido fortes ameaças aos seus valores naturais, alguns deles únicos no Planeta, sobretudo pela falta assumida de monitorização, fiscalização e penalização por parte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) no que respeita ao impacto ambiental de práticas agrícolas danosas para a água, solo, ar, biodiversidade, habitats protegidos e ordenamento do território.

Em 1988 a área do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina foi classificada como Paisagem Protegida, tendo sido elevada a Parque Natural (PNSACV) em 1995, conjugando esse território com uma área marinha adjacente (Decreto Regulamentar nº 26/95, de 21 de Setembro). Abrigo de uma grande diversidade de habitats costeiros, onde se destacam espécies endémicas no domínio da flora, da avifauna e da ictiofauna, o PNSACV alberga uma significativa zona marinha com arribas, praias, dunas, charnecas e zonas húmidas (com estuários, sistemas lagunares, cursos de água, lagoas temporárias, pequenos açudes e uma vasta zona húmida costeira). Por estas razões, esta região foi incluída, entre 1997 e 1999, nos Sítios de Importância Comunitária e Sítios de Protecção Especial da Rede Natura 2000, tendo o Estado Português assumido compromissos acrescidos de conservação da natureza a nível comunitário.

O Movimento JPS defende que num Parque Natural não pode predominar uma lógica de desenvolvimento económico à custa da degradação ambiental, paisagística e social, sem que haja uma reflexão e soluções consistentes, que respondam às preocupações da população e de outros sectores fundamentais da região do Sudoeste, com vista a uma compatibilização entre os valores de um território classificado e as actividades económicas que aí se desenvolvem.

Finalmente, num quadro de seca severa e de emergência climática e quando a crise sanitária da Covid 19 veio colocar todo o modelo de desenvolvimento das últimas décadas em causa, em que inclusive vários cientistas têm relacionado a destruição de habitats com a proliferação de vírus, acreditamos que esta situação se tornou insustentável e descredibiliza completamente o Governo e o Estado Português.

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