Para o algarvio cidadão comum, para os estudiosos ou cidadãos que procuram acompanhar o que se passa na sua terra, passam dias, anos, décadas e a resposta que encontram para as suas legítimas aspirações e necessidades é sempre a mesma: de Lisboa nada de novo para o Algarve.
Escandalosamente nada de novo, apesar dos muitos problemas com que nos deparamos.
O algarvio não é invejoso, pelo que nada nos move contra o anúncio hoje feito pelo Governo sobre a ligação em TGV Lisboa – Porto.
Contudo, confrontados com uma escala de necessidades, logo se conclui que face ao periferismo extremo do Algarve e suas profundas consequências na actividade turística, em si mesmo, e efeitos perversos acumulados com a falta de estruturas de saúde, degradante linha férrea do Algarve, estação de tratamento de águas residuais, Via do Infante com portagens que os algarvios têm de pagar e afasta os andaluzes, serra algarvia abandonada, falta de habitação, etc., cria-se uma mistura explosiva de abandono e degradação da qualidade de vida dos residentes e descapitalização das empresas.
Aos poderes de Lisboa não lhes falta nunca a voz alta das promessas.
Afinal, políticas à parte, para a Algfuturo são inquestionáveis duas atitudes em simultâneo: por um lado, dizer aos poderes centrais que chega de desconsideração e falta de respeito pelos algarvios, pois o Terreiro do Paço fica com as divisas cá geradas; outra, lançar ao nível do nosso pequeno retângulo um uníssono grito de alarme de, assim não, assim já basta.
Não queremos meter medo a ninguém, mas não queremos, nem podemos, aceitar calados, como se fossemos tolos, este estatuto que nos reservam num qualquer grupo de “outros portugueses”, como se coisa menor fossemos.