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"Portugal Digital mais igual" pelo fomento da igualdade de género: «Faltam mulheres na Tecnologia»

"Portugal Digital mais igual" pelo fomento da igualdade de género: «Faltam mulheres na Tecnologia»

As mulheres estão na linha da frente em áreas como a Saúde, Acção Social, Educação; mas não estão tão presentes em cargos de liderança, nem nas áreas tecnológicas. Como podemos mudar esta realidade?

A sessão “Portugal Digital mais Igual – Iniciativas onde as mulheres (já) tem um lugar activo”, organizada pelo Programa INCoDe.2030, em parceria com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e a Estrutura de Missão Portugal Digital e o .PT, no dia 8 de Março, reuniu cerca de 500 participantes e contou com a presença da Ministra de Estado e da Presidência e a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.

A sessão, moderada por Luísa Ribeiro Lopes, Coordenadora do Eixo da Inclusão do Programa INCoDe.2030 e Presidente do .PT, concluiu ser necessário desconstruir o preconceito de que a área tecnológica é maioritariamente masculina, reforçar as medidas de apoio às empresas na contratação de mulheres para funções de maior responsabilidade e apostar em programas de capacitação tecnológica, bem como «exigir igualdade salarial entre pessoas que desempenham o mesmo trabalho» e inovar na forma como se comunica, com vista a alcançar melhores resultados.

Rosa Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, presidiu a sessão de abertura e reforçou que estão a ser desenvolvidas «acções muito concretas» para um Portugal Digital mais igual: «O Plano de Recuperação e Resiliência inclui mecanismos para garantir que as mulheres participam nos programas de Educação e Capacitação Digital nas suas várias componentes, desde as qualificações e competências, às empresas 4.0, à reforma da Educação Digital e à componente do Investimento e Inovação. Destaco ainda a criação de melhores condições de conciliação, com mais respostas sociais, de saúde e de mobilidade, promovendo uma divisão mais igual das tarefas de cuidado, que é condição para uma plena participação no mercado de trabalho e exercício de lideranças».

A sessão contou também com Mariana Vieira da Silva, Ministra de Estado e da Presidência, que destacou o papel da mulher em várias áreas, o aumento do número de diplomadas na área das TIC, a urgência de acabar com o estereótipo de ser uma área masculina, e realçou ainda que foi estipulado «que um dos indicadores prioritários no Plano de Acção para a Transição Digital seria a percentagem de mulheres empregadas no sector das TIC [Tecnologias de Informação e Comunicação], e neste âmbito o programa INCoDe assume um papel crucial com a transversalização da igualdade de género em todos os eixos do programa e o quão importante é estarmos neste momento a trabalhar, tanto em iniciativas como o programa UPskill ou o programa Eu Sou Digital, e que tenham em conta esta desigualdade e possam procurar corrigi-la».

Representantes de vários projectos e iniciativas nacionais como o “Eu Sou Digital” do MUDA – Movimento pela Utilização Digital Activa, “Emprego + Digital” e “Projecto Promova” da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, “Apps for Good” do CDI Portugal, “Programa UPskill” da APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, e o projecto-piloto sobre o ensino da computação da ENSICO – Associação para o Ensino da Computação, foram unânimes ao sublinhar o importante papel das mulheres na área tecnológica, quais as estratégias utilizadas para uma maior inclusão e literacia digital das mulheres e de que forma os seus projectos têm alcançado resultados tangíveis para uma maior igualdade de género no sector».

Vanda de Jesus, Directora Executiva da Estrutura de Missão Portugal Digital, reforçou na sessão de encerramento o papel das mulheres no contexto da pandemia, tendo-se focado igualmente na questão da evolução do papel das mulheres em cargos de liderança: «Segundo dados de um estudo realizado pela Informa D&B, de Março de 2020, relativos à gestão e liderança feminina em Portugal, a presença de mulheres nos cargos de Administração das empresas cotadas foi fortemente impulsionada pela aplicação da lei de 2017, onde atingimos agora 19,5% de mulheres na Administração de empresas cotadas, o que comparando com 2013 é cerca do dobro».

A prioridade e os principais objectivos dos projectos apresentados são transversais: formar, capacitar e inovar «sem deixar ninguém para trás». O desequilíbrio ultrapassa as barreiras do género, sendo que 48% dos cidadãos não possui competências básicas (sendo a maior parte mulheres) e 18% nunca utilizaram a Internet.

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