Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar unem esforços para evitar caos na urgência.
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) assinaram uma declaração de consenso que visa a introdução de melhorias significativas no tratamento da doença aguda em Portugal.
“Portugal é o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde o recurso ao Serviço de Urgência hospitalar é mais frequente, representando o dobro da média dos países deste grupo. Cerca de 40 a 50 por cento das admissões nestes serviços são por situações não urgentes”, explica João Araújo Correia, presidente da SPMI.
O excesso de afluência aos Serviços de Urgência, acrescenta o internista, “provoca que, em muitas situações, sejam ultrapassados os tempos de espera recomendados pela triagem de Manchester, o que põe em risco a segurança dos doentes e dos profissionais”.
“Nos últimos anos, em cada inverno, a situação agrava-se e cria o caos nos Serviços de Urgência, hospitais e centros de saúde, o que gera uma incapacidade de resposta adequada aos utentes”, explica o presidente da SPMI.
É entendimento de ambas as sociedades científicas que existe uma falta de informação que ajude a população a utilizar os recursos de saúde de uma forma mais racional, bem como um subfinanciamento e uma evidente falta de investimento nos centros de saúde e nos hospitais, o que induz graves disfunções no sistema.
Na sequência da reunião onde foi assinada esta declaração, será solicitada uma audiência conjunta à Ministra da Saúde, Dra. Marta Temido, com o objetivo de propor um conjunto de recomendações que promovam uma melhor gestão do doente agudo.