Hoje assinala-se o Dia Mundial do Coração, data em que a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) lembra que as tecnologias de saúde podem ajudar a melhorar a percepção das pessoas com diabetes sobre os riscos da doença cardiovascular.
Sabe-se que o risco de desenvolver doença cardiovascular duplica em pessoas com diabetes mellitus comparativamente à população não diabética e que uma em cada três pessoas que tem doenças cardiovasculares também tem diabetes. A doença cardiovascular continua a ser causa de morte número um no mundo, resultando em 18,6 milhões de mortes por ano.
A APDP junta-se assim à World Heart Federation que, este ano, comemora o Dia Mundial do Coração com a campanha #UseHeartToConnect, cujo objectivo é incentivar as pessoas com doenças cardiovasculares a conectarem-se e monitorizar a sua saúde cardiovascular, recorrendo à tecnologia.
«A doença cardiovascular é responsável por uma redução significativa, quer na qualidade de vida, quer na esperança de vida. Nunca é demais frisar a importância do investimento no controlo dos factores de risco cardiovascular. Para que isso aconteça de forma mais sistemática, precisamos de melhorar o acesso das pessoas ao conhecimento e à percepção do risco. É preciso aproveitar o poder da saúde digital para colmatar a discrepância entre o conhecimento científico e a realidade quotidiana, melhorar o controlo das doenças e a adesão à terapêutica na expectativa de que, no futuro, haja um impacto significativo na redução dos eventos cardiovasculares», defende Dr. Pedro Matos, cardiologista da APDP.
Já José Manuel Boavida, presidente da APDP, lembra que a diabetes é um factor de risco para as doenças cardiovasculares (enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, entre outras) e é, também, a sua principal consequência e causa de morte. A maioria dos adultos com diabetes tipo 2 tem alto ou muito alto risco de desenvolver uma doença cardiovascular, principalmente a partir da meia-idade. Em média, a diabetes tipo 2 dobra o risco de doença cardiovascular e reduz a expectativa de vida em 4 a 6 anos».
A APDP realça que actualmente existe uma necessidade de gerir, de uma forma mais agressiva, o risco de doença cardiovascular nas pessoas com diabetes, visto que são as doenças cardiovasculares a causa mais comum de morte entre os adultos com diabetes – doença que afecta mais de um milhão de portugueses. 30% dos internamentos por acidente vascular cerebral (AVC) e perto de 1/3 dos internamentos por enfarte agudo do miocárdio ocorrem em pessoas com diabetes.