De acordo com um grupo de médicos e especialistas, nomeadamente o Professor Doutor Jacinto Gonçalves, especialista em Cardiologia e Medicina Interna e Vice-Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia; o Doutor António Pedro Machado, especialista em Medicina Interna; a Doutora Teresa Gomes Mota, cardiologista e o Professor Doutor Francisco Abecasis, pediatra e intensivista, «não é eticamente aceitável» a vacinação de crianças e jovens contra a Covid-19.
Segundo explicam, «a protecção das crianças e adolescentes é um dever médico, em consonância com os princípios bioéticos da não maleficência [o dever de não causar mal] e o princípio da precaução [na ausência de certeza científica formal, a existência de risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano]».
A convenção dos direitos da criança, ratificada pelo Decreto do Presidente da República n.º 49/90, de 12 de Setembro, estabelece que «todas as decisões relativas a crianças, adoptadas por instituições públicas ou privadas de protecção social, por tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, terão primacialmente em conta o interesse superior da criança» e, por isso, o grupo de especialistas não considera «eticamente aceitável que, alegando o objectivo de proteger os mais idosos, se tome a decisão da vacinação para a Covid-19 em idade pediátrica, que não tem benefícios neste grupo etário».
Mais alegam que «o conceito de imunidade de grupo na actual situação não tem pressupostos científicos sólidos e nem sequer faz sentido, uma vez que os idosos e toda a população de risco em Portugal, já teve acesso à vacinação».
Foi recentemente alertado pelos Centro de Controle de Doenças americano (CDC), Agência Europeia do Medicamento (EMA) e pelo INFARMED em Portugal que as vacinas de RNAm para a Covid-19 podem causar miocardites e pericardites, particularmente abaixo dos 30 anos de idade. A ocorrência destes casos de doença inflamatória do coração, «felizmente raros» mas que necessitaram de tratamento hospitalar, cujas sequelas a longo prazo «não se conhecem», segundo o grupo de especialistas, foi para os mesmos «um primeiro sinal de alerta» e constitui «razão de enorme preocupação» no que toca a crianças e adolescentes.