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Expedição científica revela mais de 40 novas espécies no Recife do Algarve e reforça o valor dos ecossistemas da área marinha protegida

Expedição científica revela mais de 40 novas espécies no Recife do Algarve e reforça o valor dos ecossistemas da área marinha protegida

Os primeiros resultados reforçam a singularidade do ecossistema e importância de monitorizar e proteger o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve - Pedra do Valado.

A Fundação Oceano Azul, o Oceanário de Lisboa e o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve divulgaram os resultados preliminares da Campanha Recife do Algarve realizada entre 28 de setembro e 07 de outubro, a bordo do histórico veleiro Santa Maria Manuela.

A expedição científica, decorrida entre 2 e 7 de outubro, ao Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado revelou um ecossistema de riqueza excecional, com 206 espécies identificadas, incluindo mais de 40 novos registos para esta área protegida. Estes resultados reforçam o conhecimento científico essencial para apoiar o desenvolvimento dos instrumentos de gestão pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e para garantir a consolidação e proteção efetiva desta Área Marinha Protegida.

Criado em janeiro de 2024, o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado é a primeira Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário em Portugal Continental. Resulta de um processo participativo pioneiro que reuniu pescadores, cientistas, autarquias e cidadãos em torno de um objetivo comum: proteger o oceano. Este modelo de iniciativa comunitária, tornou-se uma referência de governança partilhada, demonstrando como as soluções locais podem inspirar e transformar políticas públicas.

Os dados continuam em análise, mas os primeiros resultados confirmam a riqueza e valor deste ecossistema. No total, foram registadas 206 espécies, incluindo 137 invertebrados, 41 peixes, 13 algas, 12 aves marinhas e 3 cetáceos, das quais mais de 40 são novos registos para esta área.

Um dos destaques é o banco de rodólitos (algas calcárias) do Recife do Algarve – o único conhecido em Portugal Continental. Trata-se de um habitat de elevada importância ecológica, essencial para a retenção de carbono e equilíbrio do oceano. As observações indicam que o banco se mantém saudável e funcional, apesar da sua vulnerabilidade às alterações climáticas, que podem afetar a capacidade de calcificação das algas. Mesmo após a morte dos organismos, o carbono permanece armazenado, reforçando o papel duradouro deste habitat na mitigação das alterações climáticas.

Os trabalhos científicos revelaram também o desaparecimento das pradarias marinhas anteriormente identificadas nesta zona, um sinal preocupante que poderá estar associado à proliferação da alga invasora asiática Rugulopterix okamurae. Já os jardins de gorgónias apresentaram bom estado ecológico, com o registo de novas espécies de profundidade e de corais duros pela primeira vez nesta área.

Um dos destaques é o banco de rodólitos (algas calcárias) do Recife do Algarve – o único conhecido em Portugal Continental. Trata-se de um habitat de elevada importância ecológica, essencial para a retenção de carbono e equilíbrio do oceano. As observações indicam que o banco se mantém saudável e funcional, apesar da sua vulnerabilidade às alterações climáticas, que podem afetar a capacidade de calcificação das algas. Mesmo após a morte dos organismos, o carbono permanece armazenado, reforçando o papel duradouro deste habitat na mitigação das alterações climáticas.

Os trabalhos científicos revelaram também o desaparecimento das pradarias marinhas anteriormente identificadas nesta zona, um sinal preocupante que poderá estar associado à proliferação da alga invasora asiática Rugulopterix okamurae. Já os jardins de gorgónias apresentaram bom estado ecológico, com o registo de novas espécies de profundidade e de corais duros pela primeira vez nesta área.

A campanha integrou também uma forte componente de literacia do oceano e de envolvimento da comunidade, centrada na importância da Pedra do Valado. Nos primeiros 3 dias, mais de 720 estudantes e professores, bem como cerca de 80 membros da comunidade local, visitaram o navio Santa Maria Manuela e participaram nas atividades dinamizadas pelo Oceanário de Lisboa, pelo CCMAR, pelo ICNF, pelo Município de Lagoa, pelo Centro Ciência Viva de Lagos e por várias ONG algarvias, entre as quais a AIMM, a SOMAR e a Teia d’Impulsos. Durante a expedição, uma transmissão em direto permitiu ainda envolver mais de 1.300 alunos de 44 escolas de todo o país, levando a ciência e a conservação marinha diretamente do navio às salas de aula e inspirando as novas gerações a proteger o oceano.

Estes resultados reforçam o compromisso com o conhecimento, a monitorização e a proteção do Parque Natural Marinho. A campanha sublinha a importância de uma monitorização contínua e de um plano de gestão eficaz, baseado na ciência, capaz de garantir a proteção deste património natural único e a sustentabilidade das comunidades que dele dependem. A Pedra do Valado volta, assim, a afirmar-se como símbolo da união entre ciência, gestão e comunidade, na defesa de um oceano saudável e resiliente.

A Campanha Recife do Algarve contou com o apoio de parceiros institucionais de referência como o ICNF, os Municípios de Albufeira, Lagoa, Silves e Portimão, a APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, a Marinha Portuguesa e os órgãos e serviços da Autoridade Marítima Nacional, a Dive Spot e organizações não-governamentais como a SPEA, a AIMM, a Teia d’Impulsos, a SOMAR e o Centro Ciência Viva de Lagos.

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