(Z1) 2025 - CM de Vila do Bispo - Um concelho a descobrir

O regresso dos lacobrigenses?

O regresso dos lacobrigenses?

Nos últimos tempos, Lagos tem perdido boa parte da sua população jovem nativa para outras paragens do território nacional e estrangeiro. O custo de vida insuportável e em particular o da habitação, aliado aos baixos salários empurram os nossos jovens para fora. Os mais acomodados dirão que é um problema nacional, mas quem analisa os números sabe que é no Algarve e em Lagos que o problema mais se agravou nos últimos anos. Todavia, a nossa cidade tem continuado a aumentar a sua população. Imigração em massa sobretudo da Ásia central ou da América do Sul na sua maioria gerida por redes de tráfico de pessoas e documentação falsa que se sentem confortáveis para operarem às claras.

Ao contrário do que alguns querem fazer crer, em Lagos os empresários honestos não querem “mão-de-obra barata” ou “clandestina” para se aproveitarem. Eles querem sim contratar pessoas que queiram trabalhar a sério, que lhes permita produzir e cumprir objetivos. E se forem trabalhadores qualificados ou experientes, e de fácil adaptação ao meio local, tanto melhor. Eu já fui emigrante vários anos e muitos dos nossos jovens que emigram também vão trabalhar na hotelaria e restauração. Mas o turismo de qualidade tem sido também ele substituído por massas de menor valor acrescentado e hoje em dia e os empresários sentem-se ainda mais pressionados a competir pelo menor custo de operação.

Por isso talvez seja mesmo necessário uma mudança de rumo, para que possamos voltar a diferenciar o nosso produto face a destinos concorrentes e assim elevarmos o nível de operação da nossa base económica local. É necessária uma imagem de ordem e de brio nas nossas ruas, uma imagem de cuidado no nosso património e orgulho nas nossas características tradicionais através de políticas de proteção à nossa identidade. Só trabalhando de perto com os nossos empresários poderemos inverter este declínio e voltar a ouvir português nas nossas ruas, voltar a ter novos estabelecimentos especiais na nossa cidade e voltar a ter um turismo mais seletivo e exigente. É essa cultura de exigência que nos permitira competir pela qualidade e assim elevarmos a fasquia da necessidade de recursos humanos mais competentes e experientes, como muitos dos nossos jovens que aguardam lá fora pela sua oportunidade de regressar.

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