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O regresso à leitura em papel

O regresso à leitura em papel

Johan Pehrson. Que nos diz este personagem. Nada. Mas, o que diz agora da sua experiência como ministro da Educação da Suécia até junho, obriga-nos a refletir.

“Fomos ingénuos (…). Temos que voltar ao papel e à caneta”.

A Suécia está a fazê-lo. Nos anos 1990, a Suécia era considerada um modelo em termos de Educação. O país foi pioneiro na digitalização da educação. Os resultados dos alunos suecos eram os melhores. Entretanto, as escolas foram equipadas com computadores e tablets. Os livros de papel foram substituídos por manuais digitais. Na análise agra feita, os resultados dos alunos começaram a piorar. Precisamente desde essa época.

O anterior ministro sueco esteve em Portugal para participar numa conferência sobre o futuro dos livros e sobre a leitura. Afirmou que “tudo o que construímos, a democracia, o Estado-providência, a ciência, foi com base no que lemos. Para ser crítico, para fazer parte da sociedade, para ser um ator, capaz de intervir na sociedade, de construir, é preciso ler.

“E a leitura torna-nos mais inteligentes. Não ficamos tão zangados quando lemos como quando andamos pelas redes sociais. Vejo isso a toda a hora, as pessoas zangadas nas redes!»

Portugal tem a (infeliz) tradição de andar sempre a passo lento em comparação com os países europeus mais desenvolvidos. Mas, no caso da substituição dos livros pela internet nas escolas, esse atraso pode ter ajudado a diminuir os prejuízos. Que a Suécia e outros países estão a reconhecer.

Se, claro, quisermos ouvir os que estão a ter os custos dessas decisões dos anos 90, que hoje reconhecem como erradas.

Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional de Imprensa Regional

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