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Está na hora de mandar um murro em cima da mesa

Está na hora de mandar um murro em cima da mesa

De todos os artigos que tenho escrito, focando na defesa da imprensa regional, é com orgulho que constato que todos eles têm mexido com algumas pessoas e instituições, mas o último, que se intitula “As câmaras vão ser os coveiros da imprensa regional”, está a dar mais que falar do que tem sido habitual, nos fóruns da boa e da má-língua.

Por um lado, começam a levantar-se as vozes há muito amaciadas e desalentadas com o rumo do nosso setor, por outro, as vozes daqueles que de alguma forma são visados ou sentem que têm de enfiar o barrete, revendo-se nalgumas partes dos meus artigos. E depois ainda existem as “virgens ofendidas” e já agora os “velhos do restelo”, que se torcem todos, e só é pena não se partirem ao meio, para ver se aliviam a bota que sufoca o nosso setor.

Fico satisfeito pelas manifestações de ambos os quadrantes. É sinal que estamos a mexer e a começar a levantar o pó. Uma coisa é certa, está já em curso um movimento que visa inverter e restaurar o equilíbrio da imprensa regional, de uma vez por todas. Acabaram-se os panos quentes e o “brincar às reuniões com o governo”. Chegou a altura de darmos um valente murro na mesa e exigir decisões à homem e não “nins” à menino. É preciso ver se este governo “ou dá cascas ou dá tabiques”. Para ambas as respostas, há soluções. E estarei aqui, conjuntamente com as centenas de órgãos de comunicação regional, para as implementar.

É preciso, entre tantas revindicações, exigir ao governo e ao regulador, que proíba já as autarquias de continuarem a fazer concorrência desleal, usando os seus portais e os seus orçamentos, ao serviço da propaganda política. É ilegal, é um crime e tem de ser denunciado e corrigido. Depois, há que ajustar contas com o passado. As autarquias, o governo e o regulador são responsáveis diretos pelo estado do setor da imprensa regional, pelas falências já ocorridas e pela debilidade do que resta dos nossos órgãos de comunicação. Isto também tem de ser ressarcido. Urge promover um amplo debate nacional, para que se possa chegar a consensos e voltarmos de novo ao caminho do crescimento, interrompido lá pelos anos 90 do século passado. O nosso setor pode e deve crescer, fortalecendo-se e fortalecendo assim a democracia regional, difundindo o que os leitores esperam, sempre com a verdade e o contraditório a que assiste cada artigo que produzimos.

Basta de subjugarmos a nossa carteira profissional e os nossos veículos informativos ao poder público regional (autarquias essencialmente), que além de nos atirarem com migalhas, ainda tem o desplante de se substituírem a nós, enquanto imprensa regional, gastando milhões do erário público para produção e difusão das vaidades do Sr. Presidente, seja de que partido for.

Deste lado, estou preparado, e bem assessorado, para iniciar este debate e trazer para a agenda pública mediática do país estes 2 pontos fundamentais para a nossa sobrevivência.

Através da APMEDIO, do qual tenho o imenso orgulho de ser Presidente da Mesa da Assembleia, preparam-se estratégias de luta que nunca se ousou sequer equacionar e que irão ser implementadas a partir de outubro (devido ao período das eleições autárquicas), e visam uma completa remodelação da imprensa regional, no que tange os seus direitos e deveres, e acima de tudo, o cumprimento escrupuloso da lei da imprensa, que em Portugal apenas é cumprida para sancionar o pequeno editor. Infelizmente o que temos recebido do governo têm sido apenas e unicamente troféus produzidos nas Caldas da Rainha. E já começa a doer bastante.

Este ataque constante ao nosso setor vai ter de parar já! Meia dúzia de corruptos ganham alguma coisa com o estado a que chegamos, mas 90% dos órgãos regionais não têm de passar por uma sarcopenia imposta, ou antes de tempo.

Insto os leitores a darem força a este movimento, a estarem connosco, nem que seja como força silenciosa. Um novo 25 de abril vai começar a ser desenhado e precisamos de todos, todos, todos.

José Vieira – Jornalista e Presidente da Mesa da Assembleia da APMEDIO

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