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Palestra online de Arbitragem de Hóquei em Patins com Ângelo Mariano mostra-se «elucidativa e gratificante»

Palestra online de Arbitragem de Hóquei em Patins com Ângelo Mariano mostra-se «elucidativa e gratificante»

José Manuel Oliveira

Marta Ferreira

No passado dia 27 de Janeiro, pelas 19:00 horas e com mais de 60 assistentes – desde atletas dos níveis de Formação Benjamins e Escolares a pais, treinadores e delegados técnicos –, decorreu uma palestra online de Arbitragem de Hóquei em Patins, levada a cabo pelo Árbitro Ângelo Mariano, que através da plataforma Google Meet, abordou pontos como procedimentos básicos de regras, situações de jogo e faltas dentro e fora do jogo, a par desta modalidade.

Após ter sido contactado pelo Presidente do Clube Hóquei Patins de Portimão, Carlos Resende, no sentido de dar uma palestra e interagir com os jogadores da classe de Formação, Ângelo Mariano, Árbitro da Federação de Patinagem de Portugal, aceitou o convite para integrar esta palestra online de Arbitragem de Hóquei em Patins, experiência que descreveu como «muito gratificante».

A interacção foi promovida pela plataforma online "Google Meet", através da qual Ângelo Mariano pôde partilhar a sua experiência como árbitro dos jogos de Hóquei em Patins. Segundo o mesmo, esta iniciativa foi «elucidativa, pois os jogadores tiraram muitas dúvidas no que diz respeito à Arbitragem».

Com a pandemia de Covid-19, que insiste em ficar, alguns clubes tiveram que se adaptar à nova realidade. Face à presente ausência de treinos, o Clube de Hóquei Patins de Portimão convidou várias figuras ligadas ao Hóquei Patins com o objectivo de manter a equipa unida, com treinos online e palestras com jogadores da 1.ª Divisão (Benfica, Sporting e Porto), árbitros e treinadores da selecção em vários escalões.

«Não hesitei em ajudar e dar a conhecer algumas regras no que diz respeito à Arbitragem no Hóquei em Patins. Foi com muito orgulho que aceitei este desafio», desvendou Ângelo Mariano, um dos árbitros escolhidos para esta orientar a palestra. E concluiu: «Testemunhei que é possível, mesmo fora do campo, treinar uma equipa».

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«Os atletas colocaram muitas perguntas, tanto a nível pessoal como técnico»

Correio de Lagos – Quanto tempo demorou a palestra online sobre Hóquei em Patins e como decorreu?
Ângelo Mariano –
A palestra começou à hora marcada, pelas 19:00 horas, e terminou às 20:30 horas. Sendo um público alvo muito jovem, os atletas colocaram muitas perguntas, tanto a nível pessoal como técnico. Foi bastante motivador para ambas as partes.

CL – Que dúvidas foram colocadas e quem as levantou? Atletas, treinadores, dirigentes...? De que falaram em concrecto?
AM –
Na camada mais jovem, as questões foram colocadas ao nível do comportamento em campo, uma vez que nesta classe de formação não têm árbitro oficial. Normalmente, os jogos são arbitrados por um Delegado Técnico ou algum jogador da classe mais velha. Os treinadores questionaram perguntas mais técnicas, em que os atletas mais jovens poderiam estar sujeitos a infracções. No geral, falámos da regulamentação dos jogos nas classes de Formação.

CL – Houve apenas participantes do concelho de Portimão?
AM –
A iniciativa surgiu pelo Hóquei Clube de Portimão, que abrangeu todos os seus atletas de Formação. Os atletas eram maioritariamente do concelho de Portimão, no entanto, também houve atletas de concelhos vizinhos.

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«Foi a primeira vez que apresentei o meu conhecimento e experiência a uma camada tão jovem»

CL – É a primeira vez que dá uma palestra sobre arbitragem? Como foi fazer algo deste género em online e, particularmentre, em tempo de pandemia?
AM –
A nível de palestras, já estou habituado, pois sou possuidor do certificado de CAP [actualmente designado por CCP – Certificado de Competências Pedagógicas do Formador]. No entanto, nesta área de arbitragem, foi a primeira vez que apresentei o meu conhecimento e experiência a uma camada tão jovem. Este formato online, que invadiu a nossa vida, superou as minhas expectativas. Foi uma experiência bastante gratificante, sendo que não seria possível de outra maneira.

CL – Nesta fase, que outras iniciativas poderão ser levadas a efeito a esse nível? O que sugere aos clubes?
AM –
Existem várias iniciativas que já estão a ser realizadas por alguns clubes, como por exemplo a planificação de treinos, palestras com jogadores da 1.ª Divisão, treinadores e seleccionadores… Com muita força e dedicação tudo é possível, para não "deixar cair" esta modalidade.

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«A parte psicológica [do atleta] também é um factor a ter em conta»

CL – É mesmo possível comandar uma equipa de Hóquei em Patins através da Internet? Que problemas existem a esse nível?
AM –
O Hóquei Patins é uma modalidade desportiva colectiva, que neste formato online é impossível de concretizar. No entanto, os treinos individuais podem ser sempre aprofundados e treinados tanto na parte técnica como na física do atleta, sendo que a parte psicológica também é um factor a ter em conta. A motivação constante e a orientação correcta fazem com que este desporto se mantenha activo e dinâmico.

CL – Quantos clubes de Hóquei Patins existem no Algarve, qual o número de atletas, equipas, que escalões e em que concelhos?
AM –
No Algarve, neste momento, existem três clubes de Hóquei Patins: Roller Lagos, Hóquei Clube de Portimão e Clube Desportivo de Boliqueime.

O número médio de atletas praticantes no Algarve ronda os 200, da classe de Formação até aos Seniores. Os escalões do Hóquei pPatins variam entre: Formação (Bambis, Benjamins e Escolares), Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-19, Sub-23 e Seniores. Uma das razões de não haver mais clubes é, no meu ver, a falta de incentivos e recurso para se formar mais treinadores na área do Hóquei em Patins.

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Neste momento, ao nível do Algarve, existem apenas três árbitros nesta modalidade desportiva, sendo todos do concelho de Lagos

CL – E ao nível de árbitros?
AM –
A zona do Algarve tem três árbitros: um a nível nacional e dois a nível regional. Todos estes árbitros são residentes do concelho de Lagos.

A nossa área de formação foi obtida pela Federação de Patinagem de Portugal e estamos, de momento, ligados à Associação de Patinagem Alentejo e Algarve. Normalmente somos convocados para arbitrar jogos a nível regional no Alentejo e Algarve de vários escalões, mas com esta pandemia os jogos a nível regional ficaram suspensos.

CL – Há quantos anos é árbitro de Hóquei em Patins e quantos jogos já apitou? Qual a média de jogos por ano, onde e em que escalões?
AM –
Tenho dois anos de experiência de arbitragem e já arbitrei mais de 50 jogos em todos os escalões, contando com os torneios e classes de formação onde não necessitam de um árbitro oficial. Na minha perspectiva, estes jogos são mais importantes, pois estamos a educar e ensinar os mais novos a paixão desta modalidade e a ser uns grandes atletas.

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«Considero o Hóquei em Patins um exemplo no desporto»

CL – E porque decidiu ser árbitro de Hóquei em Patins? Como foi a sua formação a esse nível?
AM –
Porque o meu filho mais velho abraçou esta modalidade e, ao acompanhar os treinos, comecei a apoiar o clube como delegado e após ter verificado a falta de árbitros nesta modalidade, decidi tirar a formação. Considero o Hóquei em Patins um exemplo no desporto, pois valoriza o respeito mútuo.

CL – Também foi jogador de Hóquei em Patins? E de outras modalidades?
AM –
Nunca pratiquei esta modalidade em novo, mas com a motivação do meu filho já fiz algumas brincadeiras, com um grupo de amigos. Desde muito cedo que fui muito motivado para várias áreas desportivas, mas o desporto a que me dediquei mais tempo foi o Futebol. Fui Guarda-redes, em Lagos.

CL – Qual o impacto da Covid-19 no hóquei em patins no Algarve? O que deixa de ser feito?
AM –
O impacto é devastador para as classes mais jovens, que viram os jogos serem cancelados. É a incerteza do futuro. Infelizmente, isto é transversal a todas as modalidades desportivas. É com grande tristeza que vejo atletas com grande potencial desleixarem-se e trocarem os treinos pelos tradicionais videojogos. Felizmente, os clubes estão a mover-se no sentido de atenuar esta prática com metodologias activas e participativas.

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