Daniel Matos distinguido com o Prémio SPA Autores 2025 para Melhor Coreografia com A Pedra, a Mágoa

O coreógrafo e performer algarvio Daniel Matos recebeu o Prémio SPA Autores 2025 na categoria de Melhor Coreografia pela criação A Pedra, a Mágoa, obra que se afirmou como um dos momentos mais marcantes da dança contemporânea portuguesa no último ano.
A Pedra, a Mágoa nasce da contemplação das pedreiras abandonadas e da sua inscrição silenciosa na paisagem. Entre o vazio e a memória, a dureza mineral e a vulnerabilidade do afeto, Daniel Matos constrói uma coreografia que entrelaça intimidade e distância, ternura e brutalidade, propondo ao público uma travessia entre o bucólico e o profano.
A distinção atribuída pela Sociedade Portuguesa de Autores reconhece não apenas a singularidade da peça, mas também a consistência de um percurso que tem vindo a interrogar as formas de habitar o corpo e o território, abrindo novas possibilidades de encontro entre arte e comunidade. Esta distinção junta-se a um reconhecimento internacional recente: em julho, no Festival Internacional de Teatro PUF, em Pula (Croácia), A Pedra, a Mágoa conquistou o prémio DROP de Melhor Performance, destacando-se pela “profunda integridade artística, poder expressivo e coragem criativa”.
A obra conta com a colaboração de três performers — Lia Vohlgemuth, Elia Pangaro e Joana Simões — cuja interpretação corporaliza o coração da peça, apoiada numa banda sonora original inspirada em Debussy, assinada por João Galante aka Coolgate. A colaboração artística e imagem da peça é da responsabilidade de João Catarino, e o desenho de luz e direção técnica ficam a cargo de Manuel Abrantes e Ana Carocinho. “A Pedra, a Mágoa” é uma produção da CAMA associação cultural, destacando ainda o trabalho das produtoras Joana Flor Duarte e Diana Martins.
Criados em 2010, os Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) distinguem anualmente a excelência da criação artística e intelectual em Portugal, reconhecendo autores nas áreas da literatura, música, teatro, dança, artes visuais, rádio, televisão e cinema. Considerados um dos mais relevantes galardões nacionais, os prémios valorizam não apenas a qualidade das obras, mas também o contributo dos seus criadores para a diversidade cultural e para o fortalecimento da identidade artística portuguesa.
Com este prémio, Daniel Matos afirma-se como uma das vozes mais relevantes da nova geração da dança em Portugal, trazendo à cena uma escrita coreográfica que é, simultaneamente, poética e incisiva, profundamente enraizada no presente e aberta a múltiplos futuros.