À saída do Tribunal de Lagos, na sexta-feira, dia 30 de Julho de 2021, à tarde, onde entregou o processo das listas para as eleições autárquicas a realizar a 26 de Setembro, o edil aljezurense, questionado pelo CL sobre o duelo frente ao antigo presidente, reagiu com serenidade: «Este desafio com o Manuel Marreiros, com o PSD, com a CDU e outras candidaturas, encaro com a maior normalidade do mundo. É a democracia a funcionar».

O actual presidente socialista da Câmara Municipal de Aljezur e pela primeira vez candidato ao cargo, José Gonçalves, que agora enfrenta o histórico Manuel Marreiros, recém-regressado à política como independente neste concelho da Costa Vicentina, num combate que promete animar a campanha para as eleições autárquicas no dia 26 de Setembro de 2021, pede, acima de tudo, «elevação» entre todos os que se apresentam a sufrágio. E garante que não receia poder vir a perder, eventualmente, a maioria absoluta que os socialistas detêm aqui há décadas.

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«Foi o mandato mais complexo que, efectivamente, a Câmara de Aljezur viveu»

Depois de ter procedido, no Tribunal Judicial de Lagos, à entrega do processo autárquico do PS de Aljezur, acompanhado pelo vereador e presidente da Comissão Política Concelhia, António Carvalho, entre outros elementos, José Gonçalves, com um sentimento de dever cumprido, disse ao nosso jornal: «A entrega foi um momento muito importante da candidatura do Partido Socialista, à qual eu sou pela primeira vez candidato».

«Liderar um processo» desta natureza constitui, pois, uma novidade para José Gonçalves, de 53 anos e que assumiu a presidência da Câmara Municipal de Aljezur no dia 27 de Março de 2019. «Eu sou presidente de Câmara há três anos, uma substituição por uma saída de um presidente de Câmara», recordou, numa alusão a José Amarelinho, que acabou por ser condenado pela justiça à perda de mandato e pena suspensa de prisão de 3 anos e 2 meses, pendente da execução do pagamento de 5.000 euros à Liga para a Protecção da Natureza, por prevaricação no licenciamento de obras em Vale da Telha.

«Foi o mandato mais complexo que, efectivamente, a Câmara de Aljezur viveu. Porquê? Porque há uma saída de um presidente, há uma entrada de um presidente. Houve, de facto, uma reestruturação nos próprios serviços, pessoas que eram funcionários da Câmara e que saíram por questões de reforma, etc., etc. E depois, há um ano e meio estamos na pandemia [Covid-19]. A pandemia não pode servir para tudo, atenção! Mas a pandemia veio trazer-nos um desafio gigantesco a todos, de prioridades, preocupações. E essa é a realidade», sublinhou José Gonçalves.

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«A Câmara de Aljezur nunca fechou portas. A Câmara de Aljezur sempre esteve presente nos momentos difíceis a pensar no bem maior e nas pessoas»

E num tom sereno, José Gonçalves observou: «A Câmara de Aljezur nunca fechou portas. A Câmara de Aljezur sempre esteve presente nos momentos difíceis a pensar no bem maior e nas pessoas».

Já em jeito de recado ao eleitorado e aos outros candidatos a estas eleições autárquicas, acrescentou: «Tivemos mais ou menos projecto? As pessoas avaliarão. Mas nessa altura, efectivamente o maior projecto foi as pessoas, pensar nas pessoas, estar presente».

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«Espero, desejo, que as candidaturas apresentem as suas ideias, os seus projectos, porque é isso que está em causa. As pessoas querem isso. As pessoas querem soluções para o concelho»

Como encara, agora, este duelo em particular com o ex-presidente da Câmara Municipal de Aljezur e seu colega, Manuel Marreiros, que concorre por um movimento de cidadãos independentes? Sem hesitação, José Gonçalves deixou um recado: «Este desafio com o Manuel Marreiros, com o PSD, com a CDU e outras candidaturas, encaro com a maior normalidade do mundo. É a democracia a funcionar. Espero, desejo, que as candidaturas apresentem as suas ideias, os seus projectos, porque é isso que está em causa. As pessoas querem isso. As pessoas querem soluções para o concelho».

O edil aljezurense até aproveitou para enaltecer as suas tropas: «Nós, candidatura do Partido Socialista, temos projecto, temos equipa fantástica. São pessoas muito empenhadas, gente muito capaz, entre jovens, muitos jovens e menos jovens. Mas, de facto, com muita vontade, fixadas numa questão que é absolutamente o bem de Aljezur. É isso!».

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Perder a maioria absoluta? “Não, não receio nada disso”

Não receia perder a maioria absoluta? – perguntou o CL. «Não, não receio nada disso», reagiu, de pronto, José Gonçalves, com um sorriso irónico à mistura. «Receio, efectivamente, (...) o grande desafio que as câmaras têm pela frente, que é agarrar os problemas que temos».

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Existem «problemas que se arrastam há demasiados anos, nomeadamente Vale da Telha, Espartal, entre outros. Eu não quero ir por aí, mas é essa a situação»

«Problemas que se arrastam há demasiados anos, nomeadamente Vale da Telha, Espartal, entre outros. Eu não quero ir por aí, mas é essa a situação. Ok?» – apontou, já a concluir, José Gonçalves, como que a lançar um novo recado ao agora candidato independente Manuel Marreiros sobre questões do passado e que se entendem para o presente no concelho de Aljezur.

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José Manuel Oliveira