A CPPME - Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas acaba de chamar à atenção do Governo Português, através do Secretário de Estado de Tesouro, para a situação potencialmente explosiva em que se encontram as Micro, Pequenas e Médias Empresas que subscreveram os financiamentos e as linhas de crédito amplamente impingidas pelo governo, como forma de enfrentar as dificuldades provocadas pela pandemia ou outras situações de calamidade.
Efectivamente, em 2020 e 2021, perante a total ou parcial paralisação da actividade económica decretada pelo governo, tal como está a acontecer agora perante a escalada inflaccionista de todos os custos de produção e tem vindo a acontecer em todas as situações de calamidade natural ocorridas na última década (Leslie, Cheias, Trovoadas, Fogos e Seca), a maior parte dos “apoios governamentais” traduziu-se no aumento do seu endividamento através da subscrição de linhas de crédito e outros instrumentos bancários, exaltando as vantagens das taxas negativas da Euribor e da bonificação dos spreads.
Nalguns casos até, como nalguns financiamentos concedidos pelo Turismo de Portugal, o governo prometeu o perdão de parte dos mesmos (até 20%) desde que não se verificassem despedimentos no período de confinamento.
Ora, passados menos de dois anos, estão as empresas confrontadas com o aumento abrupto da Euribor para mais de 2,25% anuais, estando praticamente garantido que o BCE a fará chegar aos 4% ou mais nos próximos meses, e com o esquecimento do perdão de parte do capital dos referidos empréstimos do Turismo.
Assim sendo e não acreditando que o governo tenha pretendido induzir as empresas nacionais num “conto do vigário” de efeitos desastrosos, a CPPME exige que o mesmo tome medidas imediatas e vigorosas de salvaguarda das dezenas de milhares de empresas afectadas, evitando a degradação da sua condição económica e financeira, o despedimento de muitos trabalhadores e, até, no limite, o encerramento de muitas delas.