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Cuidados Paliativos presentes e activos em resposta ao COVID-19

Cuidados Paliativos presentes e activos em resposta ao COVID-19

O Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa (NEMPal) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) elaborou um documento onde define um conjunto de recomendações para os cuidados paliativos no âmbito da infeção por COVID-19.

A presença e acção dos Cuidados Paliativos mantém-se como essencial. Não só à população que habitualmente serve, os mais fragilizados em termos de saúde, que parecem apresentar um elevado risco de desenvolver a infeção a COVID19, nomeadamente nas suas formas mais graves, mas também à população rapidamente crescente de novas pessoas infetadas e que poderão beneficiar de Cuidados Paliativos em contexto crítico – uma área em que os Cuidados Paliativos não podem nunca ficar esquecidos.

A presença e acção dos Cuidados Paliativos também se mantém como essencial no apoio às famílias que cuidam, neste momento tão sobressaltadas, pelo risco que os seus entes queridos correm, pela possibilidade de um acesso mais limitado aos cuidados de saúde e, nas situações de infecção estabelecida, por poderem ser privados de acompanhar presencialmente os seus familiares doentes.

Finalmente, a presença e acção dos Cuidados Paliativos mostra-se ainda essencial no suporte a prestar aos profissionais de saúde, em risco declarado de sobrecarga e de esgotamento da sua capacidade de cuidar e de o poderem fazer em segurança.

Recomendações:

Aos doentes crónicos, doentes frágeis, doentes terminais, seus cuidadores e familiares:
• que cumpram o isolamento social, restringindo todos os seus contactos apenas aos estritamente necessários, nomeadamente evitando o contacto com outras pessoas doentes;

• que realizem frequentemente, ao longo do dia e sempre após qualquer contacto de risco (quando usam elevadores, maçanetas de portas do exterior de casa, etc), uma adequada higienização das mãos (água e sabão ou solução alcoólica desinfetante, durante pelo menos 20s) e limpeza das respetivas superfícies que utilizam;

• que cumpram as regras de etiqueta respiratória (tossir e espirrar para o braço com o cotovelo fletido; usar lenços de papel de utilização única para assoar; lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir; evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias)

• que se abasteçam com algumas reservas de alimentos e medicação crónica essenciais para evitar saídas;

• e que, em caso de desenvolverem sintomas (febre, tosse ou falta de ar), contactem precocemente a linha de saúde 24 pelo telefone 808 242424 ou e-mail atendimento@sns24.gov.pt e sigam as instruções dadas.

Aos profissionais de saúde:

• que cada profissional de saúde faça uso das suas melhores competências profissionais e humanas, que incluem sempre a sua capacidade de ouvir e mostrar interesse em saber das preocupações dos doentes e suas famílias e a sua capacidade de demonstrar suporte junto destes, através da sua presença e calma;

• para que se estes possam garantir a continuidade deste bom trabalho, apelamos a que as equipas de Cuidados Paliativos, nas suas mais diversas modalidades, se mostrem presentes e disponíveis para serem o apoio destes profissionais;

• apelamos a que todas as medidas de protecção dos profissionais de saúde sejam tomadas;

• e apelamos a que cada profissional de saúde tenha condições para manter o seu autocuidado e sejam disponibilizas as devidas estruturas de apoio psicológico, que tão necessárias se mostram nesta fase.

A necessidade tão premente neste momento de sabermos valorizar a qualidade de vida de todos nós, de sabermos estabelecer a melhor definição possível dos objectivos de cuidado e seu planeamento, de sabermos garantir o permanente controlo de sintomas e da prestação de suporte aos doentes, familiares e profissionais de saúde, exige uma resposta à altura dos Cuidados Paliativos.

Neste contexto as medidas paliativas têm mais do que nunca de ser implementadas, para que a pandemia não se torne um inferno.

Para que as famílias/cuidadores tenham a perceção de que o seu ente querido morreu bem, e sintam algum conforto que lhes mitigue a revolta. Para que os profissionais de saúde, que estão na linha da frente curativa, não sintam ainda mais o desgaste de não conseguirem salvar o doente ao vê-lo em sofrimento. E para que os doentes e famílias, que se espera serem na maioria crónicos e idosos, não sintam que foram abandonados pelo sistema de saúde.

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