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PCP diz que “Primeiro grande incêndio do ano (Aljezur) alerta para a necessidade de outra política para a floresta e o mundo rural”

PCP diz que “Primeiro grande incêndio do ano (Aljezur) alerta para a necessidade de outra política para a floresta e o mundo rural”

No final da passada semana, os concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos foram palco do primeiro grande incêndio florestal em 2020 no nosso País, tendo ardido uma área superior a 2200 hectares.

Estando ainda em apuramento a dimensão efectiva dos impactos deste sinistro, designadamente no plano dos bens materiais e para os quais se terão de encontrar respostas e apoios, pode-se adiantar desde já a destruição de importantes valores ambientais presentes neste território.

O PCP, ao mesmo tempo que saúda a rápida resposta dada pelos bombeiros e restantes entidades de protecção civil que impediram consequências mais trágicas deste incêndio, chama uma vez mais a atenção para as causas profundas e estruturais que estão na origem da frequente ocorrência de fogos florestais na região do Algarve e que evidenciam sobretudo fragilidades que resultam de opções de fundo de uma política contrária ao desenvolvimento e ao futuro do País e que são particularmente evidentes na região algarvia.

De acordo com o comunicado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP “independentemente das condições climatéricas propicias à ocorrência de incêndios florestais, o PCP assinala que é na desvalorização da actividade produtiva e da agricultura familiar, na insuficiência de medidas de reforço da prevenção estrutural de incêndios, no ataque às funções sociais do Estado, no encerramento e desvalorização de serviços públicos e que têm como consequência a desertificação e abandono do território, que encontramos a razão principal deste tipo de fenómenos. Neste contexto, não pode ser esquecido o incêndio de grandes dimensões que ocorreu em 2018 com origem na Serra de Monchique, bem como o facto de, então para cá, não ter sido adoptada uma política substancialmente diferente capaz de inverter a situação. Defender a Floresta e o mundo rural, para lá da garantia do seu ordenamento e da aposta - com rendimentos para os proprietários - nas espécies autóctones, exige emprego, serviços públicos, investimento público e preços justos à produção agrícola e florestal. É que sem pessoas não é possível a gestão da floresta. Exige outra política agro-florestal. Exige um efectivo desenvolvimento regional com investimento público de grande dimensão na actividade agrícola e florestal e do qual não se pode excluir o Algarve, em vez da persistência num conjunto de anúncios tantas vezes repetidos de novos programas, novos apoios, novos financiamentos, mas que não alteram estruturalmente um problema com que o País está confrontado.”

No início de mais um Verão, o PCP considera importante que, “mais do que o balanço necessário deste incêndio, se tomem as medidas adequadas de modo a evitar novos sinistros desta ou ainda de outra dimensão.”

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