Decorreu na passada quarta-feira, dia 7 de Novembro, na sala de sessões da Câmara Municipal de Aljezur, a assinatura de um protocolo entre o Município de Aljezur e a Santa Casa da Misericórdia de Aljezur, com vista a apoiar a manutenção de dois importantes serviços de apoio domiciliário, nas freguesias de Odeceixe e de Bordeira.
O momento contou também com a presença da Directora do Centro Distrital da Segurança Social de Faro, Margarida Flores.
Apesar de estarmos perante serviços de apoio aos mais idosos da população, estes dois centros estavam em risco de fechar uma vez que o número de utentes está abaixo da capacidade contratualizada com o CDSS de Faro e mesmo da sua capacidade total, por falta de utentes naqueles serviços. Sendo paradoxal é uma realidade que segundo a Directora do CDSS de Faro, se está a revelar transversal aos concelhos do Algarve, colocando problemas de sustentabilidade e no funcionamento destas respostas.
Antes da assinatura do protocolo, o Presidente da Câmara, José Gonçalves e a vereadora Fátima Neto, responsável pela área da acção social, realizaram uma reunião de trabalho com Margarida Flores, na qual analisaram esta e outras questões relacionadas com a sustentabilidade das respostas e das instituições, face aos novos problemas e desafios que se estão a evidenciar no terceiro sector e que, muito particularmente, afectam o concelho de Aljezur. Exemplo disso é a situação da localidade de Alfambras, com muita habitação dispersa e ainda sem serviço de apoio domiciliário, mas onde residem muitos idosos. Sendo um serviço que é realizado casa-a-casa, o povoamento disperso onera em muito as instituições que o realizem e as comparticipações da Segurança Social não têm em conta o custo da deslocação, que representa tempo das equipas, combustíveis, viaturas e o seu natural desgaste.
Foi ainda analisada a menor procura destes serviços à terceira idade, que se justifica em parte pela longevidade dos mais velhos, com mais qualidade de vida e mais autonomia e que só quando deixam de poder cuidar de si próprios recorrem ao SAD (Serviço de Apoio Domiciliário). Mas também porque se assiste a uma alteração na procura de serviços, deixando uns abaixo da sua capacidade e outros com uma procura sobre elevada, como é o caso dos Lares Residenciais, sem que o quadro normativo de cada uma se tenha adaptado ou mostre versatilidade na adequação aos novos perfis de procura ou às diferentes realidades geográficas e sociais.
Na ocasião da assinatura do protocolo, o Presidente da Câmara José Gonçalves, realçou a qualidade do serviço prestado pela SCMA com duas visitas diárias a cada utente durante toda a semana, incluindo sábados, domingos e feriados, o que representa uma enorme mais-valia na prestação de cuidados e assistência da população idosa, retardando a sua institucionalização, continuando por isso a justificar-se a continuidade desta resposta social.
O município, ciente de que não podem deixar de existir no terreno respostas de qualidade e de muita proximidade à população, sobretudo aquela mais vulnerável e que pela idade e pelo povoamento disperso, ficam mais sujeitas ao isolamento e à falta de assistência, não tendo familiares ou vizinhos próximos.