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Federação dos Bombeiros do Algarve preocupada com impacto na operacionalidade resultante do aumento do custo dos combustíveis

Federação dos Bombeiros do Algarve preocupada com impacto na operacionalidade resultante do aumento do custo dos combustíveis

Reunida esta quarta-feira, dia 30 de Março, em Albufeira, a Federação dos Bombeiros do distrito de Faro analisou o impacto que o aumento do custo dos combustíveis está a ter nas suas associadas e conclui por um cenário de grande preocupação e apreensão quanto ao futuro próximo no que respeita a assegurar as suas principais actividades.

Caso a situação não se altere, começa mesmo a perspetivar-se a necessidade de racionar serviços, o que implica que o transporte de algumas pessoas para consultas ou tratamentos, os chamados transportes não urgentes, poderão deixar de ser realizados.

Esta Federação que representa todos os Corpos de Bombeiros da região apela ao Governo recentemente empossado que olhe para a situação periclitante que muitas associações estão a passar com graves dificuldades de funcionamento, situação que se agravou bastante nos últimos dois anos e agora também com a situação do conflito na Ucrânia. As repercussões que esta situação pode ter no dia a dia dos bombeiros é muito gravosa e por isso merece uma atenção discriminatória positivamente por parte do Governo.

O aumento do custo dos combustíveis a que se junta a necessária atualização das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde para o transporte de doentes, que, saiba-se, não é atualizada desde 2012, com um custo então fixado em 0,51€/quilómetro, situação incomparável com os custos hoje praticados e que carece de uma atualização urgente.

Os Bombeiros do Algarve consideram mesmo que estão a ser desconsiderados pelo Governo, atendendo ao relevante papel que desempenham no quadro das competências da proteção civil, bem como da sua responsabilidade social para com as Comunidades e populações que servem.

Recorde-se que estas associações sobrevivem da boa relação que mantêm com as autarquias locais, cujo apoio é incondicionalmente gerido de forma a garantir a operacionalidade necessária ao cumprimento da nobre Missão que prosseguem, sem que haja qualquer tipo de diferenciação positiva por parte do Governo, nem mesmo durante os últimos dois anos em que o país foi assolado pela pandemia da covid-19.

Havendo algumas diferenças entre as corporações de todo o país, na verdade todas elas passam por problemas semelhantes que vão das dificuldades em matéria de responsabilidade salarial com os milhares de pessoas que empregam, aos custos de manutenção e aquisição de veículos e equipamentos de proteção individual para os seus Bombeiros. Os custos e os preços aumentam todos os dias e só o apoio que recebemos é que se mantém igual, lamentam.

No momento em que não são conhecidas quaisquer medidas de apoio às associações humanitárias no sentido de mitigar esta situação crítica, os bombeiros do Algarve apelam ao Governo para uma resposta urgente, a tempo de garantir a sua operacionalidade e os serviços de importância extrema que realizam diariamente no apoio às populações mais necessitadas.

Corroboram assim estas associações com a posição já assumida pela Liga dos Bombeiros Portugueses na absoluta indispensabilidade da tomada de medidas que possam minimizar os impactos já sentidos, medidas estas que podem passar pela "extensão das medidas aplicáveis aos táxis e transportes públicos, à autorização para uso do gasóleo profissional, a devolução do IVA em combustíveis às associações humanitárias de bombeiros ou a atualização dos valores estabelecidos por quilómetro percorrido em actividade de transporte de doentes urgentes e não urgentes". Incompreensivelmente, estas associações, apesar da sua função social, não têm sido discriminadas e pagam os combustíveis como qualquer cidadão.

A Federação dos Bombeiros do Algarve apela ainda aos novos representantes das pastas governamentais para a necessidade de consolidar muitas promessas feitas e ainda não cumpridas de forma a consolidar uma verdadeira e digna carreira que prestigie a tão nobre missão destes profissionais através do Estatuto do Bombeiro Profissional e Voluntário, bem como da definição clara dos papéis e responsabilidades hierárquicas na escala da proteção e socorro às populações.

Fartos de ‘estar sempre de mão estendida’ para conseguirem cumprir a sua Missão, os Bombeiros apelam a um reforço do apoio às Associações Humanitárias de forma a dotar os Corpos de Bombeiros dos Recursos Humanos, bens e serviços absolutamente necessários à sua actividade.

Em suma, os Bombeiros querem ver refletidos em atos e decisões políticas inequívocas os reconhecimentos tantas vezes realçados em palavras e discursos, na sua maioria no verão ou durante o imperioso período de incêndios, de que são indispensáveis ou até a ‘espinha dorsal da proteção civil’, sem que na esmagadora maioria dos compromissos não tenham saído cumpridos.

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