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Bloco de Esquerda considera inaceitável o aumento do preço da água com a implementação do PRR

Bloco de Esquerda considera inaceitável o aumento do preço da água com a implementação do PRR

Uma delegação da Comissão Coordenadora Regional do Bloco de Esquerda reuniu com a Direção da Empresa Águas do Algarve na sua sede, na ETA de Alcantarilha. 

A reunião, a pedido do Bloco de Esquerda/Algarve, teve por finalidade discutir e avaliar algumas matérias que estão sob a responsabilidade daquela Empresa Intermunicipal. Os bloquistas pretenderam saber qual o ponto da situação em que se encontra a concretização do Plano de Recuperação e Resiliência/PRR, onde se inclui a implementação do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve/PREHA, nomeadamente a construção da dessalinizadora e os seus impactes ambientais, o preço das tarifas de água no consumidor final, a monitorização e o combate às perdas de água na rede de abastecimento público, a reutilização das águas residuais e a captação de água no Pomarão para a barragem de Odeleite, entre outros assuntos.

Para o Bloco de Esquerda a concretização do PRR assume a sua importância no Algarve, no entanto é preciso ter a consciência que não será a “varinha mágica” para solucionar os principais problemas que a região enfrenta. Torna-se fundamental que haja uma comissão de acompanhamento da sua implementação a nível nacional, incluindo no Algarve, pois o “seguro morreu de velho”. São necessários muito mais investimentos públicos na região fora do PRR. Por outro lado, o PREHA apesar de positivo terá um impacto muito diminuto no combate à seca e às alterações climáticas.

No entanto, será inaceitável depois da sua concretização, em 2026, que se verifique um aumento das tarifas de água no consumidor final como vêm defendendo o Presidente da Associação de Municípios do Algarve/AMAL e o Governo, como contrapartida aos investimentos previstos no âmbito do PRR. A água como um bem público essencial à vida, e escasso, não deve ser gerida como se se tratasse de um negócio, mas antes ser gerida com uma gestão pública, eficiente e criteriosa. Estes investimentos além de serem diminutos, há muito que são reclamados pelo Algarve e as suas populações.

Segundo a Águas do Algarve a dessalinizadora a instalar no concelho de Albufeira ficará localizada entre a Praia dos Tomates e Alfamar, a cerca de 4 quilómetros para o interior. Será um investimento de cerca de 50 milhões de euros para produzir 16 hm3 de água potável. Tanto a captação como a água salobra daí resultante ficarão a cerca de 2,5 quilómetros da costa, ocupando a dessalinizadora uma área de 13 ha. O parque fotovoltaico a instalar produzirá o equivalente a 25% dos consumos da Central. No conjunto, a AdP espera atingir a neutralidade carbónica até 2030. O PRR contempla igualmente verbas significativas para a utilização de águas residuais tratadas e para o combate às perdas de água. O projeto para a captação de água no Pomarão de até 30 hm3 de água será colocado brevemente em consulta pública, incluindo a internacional.

Para o Bloco de Esquerda, além de não ser aceitável o aumento do preço da água potável no consumidor com a implementação do PRR, é de primordial importância minimizar ao máximo os impactes ambientais e garantir o recurso às energias renováveis para a sua produção. Afigura-se bastante positivo que as AdP queiram atingir a neutralidade carbónica no ano de 2030.

Uma das preocupações partilhadas na reunião reside é o período prolongado de seca que continua a atingir o Algarve ao longo de vários anos. Embora esteja garantido o abastecimento público de água à população no corrente ano, existe alguma apreensão na disponibilidade das reservas hídricas para os anos seguintes. Para além das medidas a implementar no âmbito do PRR, são necessárias, conforme se disse, outras de fundo a nível do governo e das suas agências, dos municípios, a nível empresarial e da agricultura, como a reutilização das águas residuais em espaços públicos, jardins, na utilização industrial, nos campos de golfe e outros empreendimentos, assim como na monitorização e utilização eficiente da água nos regadios agrícolas, utilizando culturas menos gastadoras de água e mais resilientes aos fenómenos da seca.

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