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André Ventura anula arruada em campanha eleitoral no centro de Faro por «questões de segurança» após manifestações de indivíduos de etnia cigana

André Ventura anula arruada em campanha eleitoral no centro de Faro por «questões de segurança» após manifestações de indivíduos de etnia cigana

O candidato às Presidenciais 2021 aposta em «terramoto político» com segunda volta nas eleições.

Depois de Serpa, o candidato a Presidente da República André Ventura foi recebido, esta Segunda-feira, dia 11 de Janeiro de 2021, pelas 14:40 horas, no acesso à lota de Portimão, no concelho de Lagoa, com uma manifestação de indivíduos de etnia cigana, gritando e empunhando quatro cartazes contendo frases como «Racista, não queremos o André Ventura», «Voto em Ana Gomes» e «Racismo não!».

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«Os ciganos não são problema para Portugal», gritou um resistente, de megafone em punho, em manifestação contra André Ventura, enquanto outros garantiam o voto em Ana Gomes

Um dos resistentes à chegada de André Ventura aproveitou a presença de jornalistas para deixar um recado: "Há uma coisa que Portugal deve ficar a saber: os ciganos não são problema para Portugal. O único problema que tivemos em Portugal, com todo o respeito pela mãe dele, foi ela ter parido esse "gajo" aqui em Portugal. Esse é que foi o grande problema para Portugal!", e acrescentou: "Porque nós, portugueses, não estamos habituados a isto: uma pessoa como esta, a falar dos ciganos da forma como falou – e não só dos ciganos; dos pretos, de pessoal de toda a cor. Esse homem nunca era para entrar no Parlamento! Se fosse noutro país, ele nunca entrava no Parlamento". Enquanto isto, alguns dos presentes gritavam: "Viva, Catarina Gomes!", e outros manifestavam: "Entre quem entrar, mas que não seja este gajo". Pouco depois, o coro já acertava no nome da candidata socialista, gritando em conjunto: "Ana Gomes, Ana Gomes!" em sinal de reafirmação.

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«Os empresários algarvios foram abandonados»

Enquanto isso, junto ao edifício da Docapesca, através de dois altifalantes instalados no tejadilho de um carro de campanha do líder do CHEGA, com música à mistura, ouvia-se a gravação de uma voz feminina: "No dia 24, não fiques em casa. Vota André Ventura, vota com convicção. Lembra-te do péssimo estado da Saúde no Algarve; lembra-te do estado dos portos de pesca na região; lembra-te que os empresários algarvios foram abandonados; lembra-te da falta de apoio à Agricultura, lembra-te da falta de habitação. Por isso, vota André Ventura!".

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«Há barcos que estão parados oito, nove meses por causa da quota da sardinha, e depois só têm três ou quatro meses para fazer a quota. E são subsidiados para não trabalhar»

Na lota, um pescador contou a este candidato presidencial: "Há barcos que estão parados oito, nove meses, por causa da quota da sardinha, e depois só têm três ou quatro meses para fazer a quota. E são subsidiados para não trabalhar". Outro pescador acrescentou: "E um país que tem uma das maiores áreas de mar do mundo talvez seja Portugal". Bruno Silva, também Pescador e Mariscador, além de
Presidente da Concelhia de Lagoa do CHEGA, entrou ao ataque para dizer a André Ventura que «o Algarve é um bocado à parte do resto do país. A nível económico, é o Turismo e a Pesca. Depois, o Turismo mexe também com a Associação de Taxistas. Também aí temos colegas dos táxis, temos os empresários da noite, que também se juntaram a esta causa. O Algarve é isto em termos de ajuda do Estado: é zero! Contamos com a sua ajuda". O concorrente a Belém respondeu: "Podem contar. Podem contar comigo, que vou lutar por vocês".

Pouco depois, foi a vez de André Ventura usar da palavra: "O sector das pescas tem sido dos mais fustigados em termos económicos. Por vários problemas que nós temos referido, um deles a questão das quotas europeias em matéria de pesca, que têm penalizado Portugal sem qualquer justificação razoável, até porque Portugal tem uma das maiores áreas marítimas e não tem sido devidamente compensado em termos de fundos europeus", declarou. Em relação ao Algarve, André Ventura reconheceu que os pescadores desta região são «dos mais prejudicados» do país «até nas margens de lucro que têm e nos rendimentos que obtêm da actividade, por exemplo, comparativamente com as grandes superfícies e outros».

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«Ninguém consegue imaginar o que provocará o segundo confinamento em termos de desemprego, de falências; em termos de fome, de pobreza; e em termos de destruição do tecido empresarial» na região algarvia

"Nós chegámos a pedir, na Assembleia da República, enquanto líder do Chega e não como candidato presidencial, um plano específico para o Algarve, visto que todos perceberiam que o Turismo seria um dos principais factores de instabilidade. E, neste caso, a região do Algarve é provavelmente onde mais se sente, em matéria de quebra do Turismo. Recordo que houve meses no Algarve em que o desemprego aumentou mais de duzentos por cento. Não é comparativo com nenhuma outra região do país e, neste momento, não temos plano efectivo para o Algarve em matéria de compensação, não só de agora, como serão os próximos meses e até o período de confinamento, que já todos sabemos que vamos enfrentar", sublinhou André Ventura, chamando também a atenção para o facto de se viver, no Algarve, «uma cadeia interminável, em que um sector contagia os outros».

“O facto de os restaurantes estarem fechados prejudica a actividade das pescas. O facto de os serviços estarem encerrados prejudica o Turismo. O facto de o Turismo praticamente não existir prejudica a economia e gera desemprego. E isto deveria bastar para que os olhos de uma grande parte do país, e sobretudo dos responsáveis políticos, estivessem aqui no Algarve. Foi isso que viemos aqui fazer hoje", frisou o líder do CHEGA e candidato a Chefe de Estado, para quem «ninguém consegue imaginar o que provocará o segundo confinamento em termos de desemprego, de falências, em termos de fome, de pobreza e em termos de destruição do tecido empresarial na região».

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Do «desinteresse» de Marcelo Rebelo de Sousa pelo sector das pescas à necessidade de «ter um plano específico para o Algarve», numa altura em que Portugal «vai viver a pior crise desde a II Guerra Mundial»

Na opinião de André Ventura, ao nível das pescas, «a negociação com Bruxelas não pode ser como tem sido até agora». Segundo o candidato a Belém, o Presidente da República «não governa, não é Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas é Chefe de Estado. Não só nas cimeiras de Chefes de Estado, como em termos de sinais políticos para o Governo, nunca ouvimos Marcelo Rebelo de Sousa falar desta questão tão importante que é a nossa área marítima e as pescas, e isso por si só já diz muito do desinteresse que Marcelo Rebelo de Sousa tem por esta questão», criticou André Ventura, que pretende dar um sinal político no dia 24 de Janeiro, data das eleições presidenciais, de que «temos de ter um plano específico para o Algarve». Isto, porque «não está a sofrer a pandemia da mesma forma que outros distritos estão», constatou, referindo-se a falências das empresas, numa altura em que, segundo o próprio, Portugal «vai viver a pior crise desde a II Guerra Mundial».

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Mais manifestações à saída da lota de Portimão: "Não ao racismo!"

À saída, mais de duas dezenas de indivíduos de etnia cigana aguardavam, de novo, agora noutro local, o presidente do Chega e candidato a Belém. "André Ventura é racista!", "Vota em Ana Gomes!", gritaram, exibindo cartazes, enquanto passaram as três viaturas do staff de André Ventura, incluindo os seguranças. Dez agentes da Polícia Marítima estiveram no local. "Não ao racismo!" foi também uma das afirmações mais ouvidas.

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Tarde de sol em Faro, comício junto à doca com mais de meia centena de pessoas e arruada anulada por «questões de segurança»

Já em Faro, a anunciada arruada de André Ventura em várias ruas da baixa acabou por não se realizar devido a «questões de segurança», admitiram ao jornal Correio de Lagos, depois do sucedido em Serpa e na Docapesca de Portimão, situada no Parchal (concelho de Lagoa), com as já descritas manifestações envolvendo cidadãos de etnia cigana contra este candidato à Presidência da República. Junto à doca de recreio, na capital algarvia, em tarde de sol, viam-se clientes em esplanadas de snack-bares, indiferentes à campanha eleitoral.

A poucos metros de distância, o cenário era outro: "André! André! André!" – gritaram, com muitos aplausos à mistura, vários apoiantes, entre cerca de meia centena de pessoas que o aguardavam. Eram 16h40 quando o Mandatário Distrital da candidatura do Presidente do Chega, João Graça, fez as honras da casa, ao dar por iniciado o comício: "Obrigado pela vossa presença. Obrigado, também, ao Doutor André. Isto vai ser uma luta para correr este país todo, ainda por cima com esta pandemia. No entanto, queremos dar as boas-vindas. Obrigado por visitar a nossa região. Muito obrigado a toda a gente que está comigo a ajudar a organizar isto tudo. Viva o Algarve, viva o CHEGA, viva Portugal, viva o Doutor André Ventura!".

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«O Algarve tem sentido como nenhum outro distrito as dificuldades que esta pandemia tem gerado. Níveis de desemprego insuportáveis, um nível de falências nunca antes visto, uma carência de meios inacreditável, famílias que vão pedir ajuda às câmaras municipais e a quem tudo é negado»

Logo em seguida, foi a vez de o candidato iniciar a sua intervenção, após afastar a máscara de protecção do rosto: "Queria, antes de mais, saudar esta extraordinária terra do Algarve, porque mais uma vez demonstraram que sabem receber bem e que são merecedores de que também numa campanha eleitoral tão importante como esta, nós também aqui venhamos para dizer que o Algarve é importante e que merecia um olhar mais atento deste Governo, deste Presidente da República. Viemos aqui dizer que, se os outros ignoram o Algarve, nós não ignoraremos o Algarve. Eu não ignorarei os algarvios pelos gravíssimos problemas que estão a passar".

"Nós temos percorrido um caminho incrível. Em cada terra deste país, em cada cidade, vila ou aldeia, são cada vez mais as pessoas que se aproximam de nós, porque sabem que somos a única resposta a um sistema decadente e corrupto que já não conseguirá dar resposta aos nossos problemas. Viemos ao Algarve, porque o Algarve merecia esta visita. O Algarve tem sentido como nenhum outro distrito as dificuldades que esta pandemia tem gerado. Níveis de desemprego insuportáveis, um nível de falências nunca antes visto, uma carência de meios inacreditável, famílias que vão pedir ajuda às câmaras municipais e a quem tudo é negado, quando outros, a um quilómetro, têm tudo sem contribuir com nada em Portugal (aplausos). E é isto que nós acabaremos nesta República!" (mais aplausos).

E prosseguiu: "Não mentimos. É verdade, não gostamos deste sistema, queremos outro e vamos lutar para que outro sistema seja possível em Portugal. Nunca, como hoje, a mudança esteve tão perto de acontecer. Olhando para as sondagens, sabem que ninguém vai impedir que dia 24 de Janeiro seja um verdadeiro terramoto político. Há uns dois anos, há um ano, há seis meses; aqueles que se riam, já não estão a rir agora. Aqueles que achavam que este Movimento nunca conseguia crescer mais e que ficaria pelas franjas do eleitorado, olham hoje para um partido que é o terceiro maior nas sondagens e para uma candidatura presidencial que vai forçar uma segunda volta em Portugal para se discutir se é este regime que queremos, ou se é outro, com o voto dos portugueses, não com o voto das elites, mas com o voto daqueles portugueses que há anos demais pagam para sustentar a República decadente em que continuamos a viver". Seguiram-se fortes aplausos.

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«Para nós, fazer política é ouvir pensionistas com 244 euros por mês; é ouvir pessoas que não têm dinheiro para comprar medicamentos, mas outros bem perto têm tudo comparticipado pelo Estado»

Aparentando ter o discurso bem estudado, André Ventura continuou ao ataque: "Durante um ano inteiro, em especial nos últimos meses, andámos por cada terra de Portugal, enquanto outros ficavam confinados em Belém, em São Bento, ou no Parlamento. Nós não deixámos nunca de sair à rua, de estar ao pé das pessoas. E muitos nos perguntavam: "Para quê?" Porque, para nós, fazer política é ouvir os portugueses de bem. É ouvir aqueles que há anos demais são esquecidos e não têm reforma. É ouvir pensionistas com 244 euros por mês; é ouvir pessoas que não têm dinheiro para comprar medicamentos, mas outros bem perto têm tudo comparticipado pelo Estado. É ouvir funcionários públicos que nunca progrediram na carreira, enquanto outros são nomeados lá no topo e ganham salários milionários; é ouvir que enquanto se desbarata dinheiro em Fundações e no Novo Banco, não há dinheiro para as polícias, para os hospitais, para os centros de saúde e para as escolas".
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Os protestos em Serpa e a convicção de que no dia 24 haverá «um verdadeiro terramoto político» neste país

E sem interrupções, continuou a apontar baterias contra manifestações de que tem sido alvo: "Aqueles que ontem [Domingo, 10/01/2021], em Serpa, protestavam contra a minha presença, esqueceram-se de ir protestar à Escola Secundária de Serpa, onde os alunos nem sequer tinham aquecimento para ter aulas. É esse o país que temos em Portugal! (palmas dos presentes). Dizem não ao fascismo, ao racismo, ao extremismo; apontam o dedo, mas são incapazes de estar ao lado daqueles que efectivamente precisam, daqueles que contribuíram toda a vida para este sistema, daqueles que agora olham para o Estado e dizem "Preciso do vosso apoio" e o Estado diz "Não contem connosco". Agora, depois de pagarmos impostos durante anos e anos, precisamos do Estado e o Estado vira-nos a cara. Portugal é dos que menos gastou com a pandemia, dos que menos apoiou na União Europeia com a pandemia. E isto devia-nos fazer pensar: como é que temos das maiores cargas fiscais da Europa, pagamos dos maiores impostos pelo consumo do mundo e quando precisamos do Estado, ele nunca está lá para nos apoiar?". Entretanto, alguém gritou: "Roubaram tudo!", e André Ventura corroborou: "Roubaram tudo, é isso mesmo. Foi o que fizeram ao longo dos últimos anos. Como diriam os comunistas, roubaram tudo e não deixaram nada". Depois, lançou farpas ao partido do candidato presidencial João Ferreira: "É por isto que o PCP desaparece e o CHEGA cresce; é por isto que o sistema cai e nós cresceremos, e no dia 24 provocaremos um verdadeiro terramoto político em Portugal!". "Força, André!”, clamaram vários apoiantes.

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Portugal «deve ser o único país (...) em que um terrorista é preso na Segurança Social», afirma André Ventura. «Ao menos que nos dêem esse óscar de tanta estupidez que conseguimos fazer em Portugal!»

"Nós somos um país que não é de brandos costumes. Somos um país de costumes estúpidos, porque quando um terrorista é preso a levantar um cheque na Segurança Social, isso diz tudo sobre o país que temos. Enquanto outros se matam a trabalhar, enquanto pescadores perdem tudo o que têm para outros negócios como as grandes superfícies; enquanto alguns pensionistas não conseguem chegar a trezentos euros, nós temos bandidos e terroristas a levantar cheques na Segurança Social. Deve ser o único país que eu conheço em que um terrorista é preso na Segurança Social. Ao menos que nos dêem esse óscar de tanta estupidez que conseguimos fazer em Portugal!", ironizou, sucedido pelo som das palmas.

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«Vamos conseguir não só esmagar a esquerda, como provocar uma segunda volta em Portugal, algo que não acontece desde 1986»

"Estamos a poucos dias de umas eleições que vão ser fundamentais, e todos sabem que vão ser fundamentais. O Presidente [Marcelo Rebelo de Sousa] prefere não fazer campanha, porque acha que não precisa, e desrespeita assim o eleitorado. Acha que ficar fechado no Palácio de Belém, ir a sessões como quem quer seja, justificará o respeito pelo eleitorado", lamentou André Ventura. Segundo o candidato do CHEGA, após cinco anos em Belém, Marcelo julga «redondar uma eleição certa do mandato»: "No início, eram os valores de Mário Soares, depois era uma vitória esmagadora, agora o homem já só quer ganhar de qualquer maneira e que as eleições passem rápido. Mas nós não lhe vamos dar esse prazer, porque vamos conseguir não só esmagar a esquerda, como provocar uma segunda volta em Portugal, algo que não acontece desde 1986 e que nós conseguiremos fazer este ano, aqui, em terras portuguesas" – salientou.

E continuando a desenvolver o seu raciocínio, adiantou: "Somos os que dizem a verdade tal como ela é para ser dita. Não temos medo, não temos medo das palavras, nem temos medo de catalogar aquilo que tem de ser catalogado. Não temos medo de enfrentar poderes instalados e as convicções que estão enraizadas que não sejam correctas. Não temos medo de dizer que não serei o Presidente dos bandidos, nem daqueles que estão há anos a explorar o Estado Português e a explorar-nos a todos nós. A conversa de um Presidente de todos os portugueses é a conversa daqueles que querem adormecer, daqueles que querem manter-nos sempre no mesmo lugar, sem qualquer olhar para o futuro".

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«Para que temos um governo com tantos ministros se não conseguem sequer ajudar Portugal a recuperar na sua economia, no seu emprego e na sua dignidade?»

"Parte-me o coração andar pelo Alentejo, pelo Algarve, ver mães que se aproximam a dizer que os filhos emigraram porque já não havia condições neste país para terem uma carreira digna; mães a dizer que os polícias tiveram de agir e foram alvos de processos disciplinares por terem agido num momento certo; pessoas a dizer-me que tiveram de fechar os seus negócios porque pediram ajuda ao Estado e essa ajuda nunca chegou, enquanto que para os mesmos de sempre o dinheiro está lá e nunca falha. Cai sempre no mesmo sítio, seja no bolso da TAP, seja no bolso do Novo Banco, ou no maior governo de sempre que temos em Portugal e que não consegue sequer fazer um plano de recuperação económica. É tempo de perguntarmos: para que temos um governo com tantos ministros se não conseguem sequer ajudar Portugal a recuperar na sua economia, no seu emprego e na sua dignidade?", continuou André Ventura.

E sem se deter, reforçou as suas críticas: "Não perceberam o que se está a passar em Portugal. Não perceberam a revolta das pessoas, cada vez maior, e que só encontram uma única voz capaz de lhes fazer frente. Todos os outros são candidatos contra mim. Reparem nos debates, nas análises, nos discursos. Todos querem ficar à nossa frente. Ninguém está preocupado com o país. Querem derrotar-nos para dizer que venceu a sua noção de Democracia. Mas nós sabemos qual é a sua noção de Democracia. É a Democracia dos subsidio-dependentes, é a Democracia dos que querem continuar a explorar o Estado, é a Democracia dos que estão do lado dos bandidos e não daqueles que fazem cumprir a lei; é a Democracia daqueles que estão do lado de duzentos e não sei quantos deputados, não sei quantos ministérios, mais não sei quantas regiões, sempre a explorar e a enganar os contribuintes há 46 anos. E é contra isso que se eleva a nossa voz!".

O candidato finalizou este discurso dizendo que «não há debates, nem manifestações, nem ameaças» capazes de parar o Movimento: "Não há grito, nem insulto, cartazes ou minorias, ou maiorias, que nos possam parar o caminho para Belém, que possam parar o caminho para a recuperação de Portugal, porque essa é a nossa missão", disse André Ventura, em meio de recado. "Reconstruir Portugal, dar-lhe a dignidade que os nossos pais e os nossos avós sonharam – e que um dia outros sonharam – com uma revolução que fracassou em Portugal. Nós precisamos de fazer uma nova revolução: a revolução do voto, a revolução da Democracia, a revolução de verdadeiramente dar à volta àqueles que são o cerne deste país e não a minoria que vive à conta da maioria que trabalha".

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No dia 24 de Janeiro, o candidato pelo CHEGA almeja que se provoque «a maior mudança de sempre no regime em Portugal»

"Nós sabemos que o dia 24 não será de mais ninguém, senão nosso. E que dia 24 à noite só vai haver uma sede de campanha a festejar, que vai ser a nossa, a dizer que o país mudou e que não aceitaremos que volte atrás nessa mudança", perspectivou André Ventura, entre mais aplausos. Voltando a referir-se, em particular, ao Algarve, o candidato presidencial reconheceu que leva desta região «a tristeza» que afirmou ter encontrado «em muitos olhares» da sua população: "A tristeza de famílias destruídas, a tristeza de negócios fechados, a tristeza de escolas degradadas, a tristeza de pescadores sem conseguirem manter o mínimo de dignidade nas suas vidas, a tristeza de esquadras degradadas e sem efectivos, a tristeza de uma Função Pública destruída em edifícios que envergonhariam qualquer país da Europa. Do Algarve, levo um dos distritos onde a pandemia mais está a destruir e onde o Estado mais se esqueceu de olhar nos últimos meses", vincou.

Depois de apelar ao voto na sua candidatura, expressou a sua convicção no que toca ao próximo dia 24 de Janeiro: "Todos juntos provocaremos a maior mudança de sempre no regime em Portugal". Por fim, cantou-se o Hino Nacional, antes de cada um dos presentes "ir à sua vida".

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Apesar do clima ameno que se fez sentir, convidativo a passeios, a prevista arruada em várias ruas do centro de cidade de Faro acabou por ser anulada, conforme referido anteriormente, no seguimento das manifestações por parte de grupos de etnia cigana noutras zonas do país, que levaram André Ventura a suspender o momento devido às tais «questões de segurança».

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José Manuel Oliveira

Marta Ferreira

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Créditos fotográficos: José Fernandes, jornal Expresso ; Página de Facebook de André Ventura.

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