Henrique Rocha continua imparável e ficou a duas vitórias de somar o sétimo título de uma temporada cada vez mais memorável.
Jaime Faria ficou pelos quartos de final e Gonçalo Falcão, Tiago Pereira e Pedro Aráujo falharam a final de pares do Vale do Lobo Open II, ITF M25 que a Federação Portuguesa de Ténis organiza na Vale do Lobo Tennis Academy entre 19 e 26 de novembro.
Terceiro cabeça de série do Vale do Lobo Open II, Henrique Rocha (277.º ATP) triunfou pela terceira ocasião na segunda semana às custas do alemão Leopold Zima (1077.º) por 6-2 e 7-5.
O português de 19 anos repetiu o sucesso de Tavira frente ao germânico, mas neste caso precisou de suar muito no segundo parcial. Depois de uma entrada triunfante e resolvida num ápice, Rocha ficou a perder por 3-1 e viu Zima ser bastante agressivo e com um serviço potente e afinado.
O contra-break veio de imediato e a intensidade perdida foi recuperada na reta final: a 5-5, o número quatro nacional disputou os dois melhores jogos do duelo. O primeiro para fazer o break, culminado com um passing shot de direita na passada; a servir para mais uma vitória, nem sequer perdeu um ponto e encerrou o compromisso em 85 minutos.
O portuense segue imparável e os números vão-se avolumando. A contar com o título nacional absoluto, Henrique Rocha tem agora 12 triunfos consecutivos e 21 nos últimos 22 desafios (17 em 18 no circuito profissional desde Tavira no início de outubro).
Em Vale do Lobo, Rocha ainda nem perdeu sets em singulares nas oito vitórias seguidas – 12 se contarmos com a prova de pares arrecadada no passado sábado, aí com um parcial cedido.
“Foi o encontro mais difícil da semana, principalmente o segundo set. Sabia do que ele era capaz, que tem boas pancadas e pode jogar bom ténis. Tive sempre um pés atrás, sabia que mesmo ganhando o primeiro set podia acontecer um segundo mais equilibrado como foi o caso. Tive de me manter sempre muito bem nos momentos mais importantes e foi isso que fez a diferença. Houve alguns jogos que ele até foi superior a mim, mas fui-me aguentando”.
O próximo embate é uma repetição exata das meias-finais da primeira competição frente a Khumoyun Sultanov, melhor tenista do Uzbequistão. Sultanov (436.º), sexto pré-designado, prevaleceu esta sexta-feira frente ao checo Hynek Barton (534.º), finalista no passado domingo neste mesmo local, por 7-6(6) e 6-2, recuperando de várias desvantagens no set inaugural e salvando um set point no tie-break.
Há uma semana, o português saiu por cima com os parciais de 6-4 e 7-5 frente ao mais velho (25 anos) e apelidou esse sucesso como “o pior jogo da semana”. “Aqui tenho de começar muito bem logo de início”.
“Como se diz no ténis, nunca há dois jogos iguais. É sempre difícil jogar duas vezes seguidas contra o mesmo adversário, se bem que se fossem dois consecutivos era mais complicado. Espero um desfecho parecido ao da semana passada e sei o que tenho de fazer. Ele é um jogador bastante agressivo, tem boa esquerda, responde bem e é um encontro no qual tenho de estar a 100% se quero ganhar. A semana passada foi bastante duro, sobretudo o segundo set, e, portanto, tenho mesmo de estar a 100% se quero saltar para cima dele”.
Para Rocha, esta será a 12.ª meia-final do ano (7-4 de saldo) e 13.ª da carreira (7-5) e o foco continua no sétimo troféu; Sultanov vai disputar a penúltima fase de uma prova pela sétima ocasião em 2023 (3-3), ainda à procura do primeiro título da temporada – tem três no palmarés.
Desfecho diferentes para os restantes quatro portugueses em ação neste antepenúltimo dia de competição, pelo que Henrique Rocha passa a ser o único tenista luso no derradeiro fim de semana de prova.
Jaime Faria (418.º ATP) não teve armas para contrariar o britânico Paul Jubb (894.º, antigo 196.º) e cedeu nos quartos de final pelos duros parciais de 6-1 e 6-0.
O encontro ficou resolvido em apenas 54 minutos e o número sete nacional defrontou um oponente em estado de graça. Ex-top 200, Jubb não teve problemas em classificar a prestação como “uma das melhores do ano”, isto numa temporada marcada por duas operações (tornozelo e pulso) e queda de quase 600 lugares na hierarquia masculina.
Jaime Faria voltou a não estar nos seus melhores dias (como no duelo anterior) – vários erros diretos, 48% de primeiros serviços e somente 39% de pontos ganhos com a sua pancada de saída -, mas o tenista de 24 anos sufocou-o desde o início, respondeu sempre com muita profundidade e do início ao fim mostrou uma elevada agressividade controlada.
Sem sequer enfrentar um ponto de break (só perdeu sete pontos a servir), Paul Jubb aplicou a candidatura ao título em Vale do Lobo, depois da derrota nos oitavos de final na semana anterior.
O tenista luso de 20 anos admitiu no rescaldo que há muito mérito do adversário na pesada derrota sofrida. “Ele jogou muito bem e desbloqueou o encontro desde muito cedo. Foi muito sólido do fundo do campo e eu não o consegui contrariar nem colocar dúvidas. Também não servi bem e isso deixou-me desconfortável”.
Apurado para a segunda meia-final de 2023, Jubb espera agora por Jules Marie (segundo cabeça de série e 253.º ATP), que beneficiou da desistência de Elliot Benchetrit (oitavo favorito e 491.º, antigo top 200) devido a uma lesão na coxa esquerda quando já vencia por 6-3.
Para Jules Marie, campeão na última semana de julho do Porto Open (ITF) e semifinalista na prova Challenger de mesmo nome na semana seguinte, o Vale do Lobo Open II será a nona meia-final de 2023 (só perdeu duas), e a derradeira foi mesmo na cidade invicta há cerca de quatro meses.
No quadro de pares, Gonçalo Falcão e Tiago Pereira, primeiro cabeças de série, cederam para o par composto por David Poljak e Matej Vocel (terceiros pré-designados) por 6-0 e 6-4 em 62 minutos. Pedro Araújo e Patrick Schoen viram Hynek Barton e Michal Lusovsky – quartos favoritos ao troféu e finalistas na primeira semana em Vale do Lobo – vencer com os parciais de 6-3 e 6-2 em 66 minutos de duelo.
A final de pares entre quatro jogadores checos terá lugar este sábado nunca antes das 14h30. Antes, a partir das 11h30, realizam-se as duas meias-finais individuais.