(Z1) 2024 - CM de Aljezur - Aljezur Sempre

Frederico Silva atinge 40.ª final da carreira no Vale do Lobo Open III

Frederico Silva atinge 40.ª final da carreira no Vale do Lobo Open III

Frederico Silva está imparável no Algarve e uma semana depois de completar o hat-trick de títulos em 2024 garantiu novamente o acesso a uma final na Vale do Lobo Tennis Academy. Em sentido contrário, Pedro Araújo falhou a repetição da decisão de há uma semana antes de arrecadar o título de pares no Vale do Lobo Open III, o ITF M25 organizado pela Federação Portuguesa de Ténis até este domingo.

Frederico Silva (384.º ATP) carimbou a quinta final da temporada ao superar o espanhol John Echeverria (722.º) com os parciais de 5-7, 6-3 e 6-3.

O português de 29 anos reagiu da melhor forma ao primeiro parcial perdido em cerca de uma hora e até se conseguiu impor fisicamente ao adversário de 22 anos, conhecido por ir a todas as bolas e nunca desistir. No final, celebrou ao cabo de 3h12 o encontro mais longe da quinzena e o 51.º sucesso do ano.

A maior predisposição para comandar as trocas de bola foi chave para a supremacia física e a melhor utilização da pancada de direita permitiu ao segundo pré-designado concluir mais prontamente o enorme braço de ferro imposto por Echeverria, carrasco dos algarvios Daniel Marincas e Tiago Pereira nas rondas prévias. “Ele acabou por fazer mais uns bons quilómetros e no final isso sente-se”, observou o tenista nacional.

“Foi uma batalha muito física, o que já esperava contra ele. Ainda para mais com vento inconstante. Tive de pôr no campo o espírito de superação e resiliência”.

Frederico Silva continua, deste modo, à procura do inédito feito pessoal de arrecadar dois títulos em duas semanas consecutivas e para isso terá de vencer novamente o belga Gauthier Onclin, primeiro cabeça de série (264.º), a quem derrotou nos quartos de final da semana anterior e na final da Beloura, em meados de outubro.

Sem segredos entre ambos, e sempre com encontros longos face a Onclin – o último foi resolvido num formato improvisado de match tie-break e mesmo assim contou com 2h40 -, Silva sabe o que esperar e partilhou o desenho tático.

“Ele é mais sólido de esquerda do que de direita. A minha bola de direita em spin causa-lhe alguns problemas quando sobe do nível da cintura. Por outro lado, se lhe der bola com ritmo ele encaixa bem na bola. Vou ter de ter cuidado com a forma como jogo a minha direita na esquerda e vou que mudar muitas vezes para a direita, que na minha opinião é a pancada em que está menos confortável. Tenho de ser eu a comandar no ponto, porque parece que ele não joga com muita velocidade, mas é um jogador que se pega no ponto mói aqui e ali e isso cansa. Tenho de ser eu a pegar no ponto, servir bem e meter pressão no segundo serviço dele. Vou ter de ser agressivo”.

Alem das nove vitórias seguidas em Vale do Lobo (às quais juntou outras quatro para vencer o Campeonato Nacional Absoluto), o caldense tem agora 17 triunfos nos últimos 18 compromissos desde que perdeu, precisamente, com o oponente desde domingo nos quartos de final da semana inaugural da Beloura.

A conclusão dos torneios no Sul do país será a 40.ª final da carreira de Frederico Silva (é um recordista nacional em finais internacionais) e caso volte a erguer o troféu maior alcançará a marca redonda dos 20 títulos e o top 300 ficará ao virar da esquina.

O tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis deixou a promessa de “dar o máximo” na reta final e não ficou longe de enfrentar novamente o compatriota Pedro Araújo na final como na primeira prova desta sequência, só que o atual 468.º do ranking (vai ficar perto do top 400) não resistiu a Onclin e cedeu por 6-1 e 6-4 em 1h44, apesar de no segundo parcial ter liderado por 4-1 com dois breaks de avanço.

O português mostrou-se vulnerável no segundo serviço (21% de aproveitamento, só conquistou três de 14 pontos) e mostrou-se insatisfeito com o nível patenteado. “Podia e devia ter feito mais, não me senti ao meu melhor. Estava impaciente, fruto de algum cansaço mental”.

Apesar da derrota, o lisboeta de 22 anos saiu de Vale do Lobo com “a melhor quinzena da carreira”. “Foi a primeira vez que fiz bons resultados em semanas consecutivas. Isso é importante porque para sair daqui [dos ITF] não basta uma boa semana, tenho de fazer várias seguidas”.

A quinzena ficou ainda melhor quando pouco depois amealhou o terceiro título de pares do palmarés. Uma semana depois de perder na final da variante, Araújo e o inglês Finn Bass, uma parceira inédita até agora, justificaram o estatuto de primeiros cabeças de série e bateram os britânicos Tom Hands e Harry Wendelken, segundos favoritos, por 6-4, 3-6 e 10-4 em 90 minutos.

“Foram duas semanas muito boas. Fiquei desiludido com a minha exibição nos singulares, mas felizmente consegui dar a volta por cima nos pares. Foi uma boa maneira de acabar”, sublinhou já depois das fotografias da praxe que se sucedem à conclusão de uma final.

“Mais animado” ao sorrir ao lado de Bass, Araújo não descartou a importância da variante. “Se não fosse importante não jogava sequer. Qualquer coisa que faço quero fazer bem e faço para ganhar, os pares não são exceção. Já perdi várias finais de pares, portanto é bom começar a dar a volta a essa tendência. E um título é sempre um título. Queria o de singulares, mas também fico contente com o de pares”.

Para Finn Bass este foi o sétimo título da carreira de pares, quinto da temporada.

O derradeiro encontro em Vale do Lobo tem início marcado para as 11 horas. Para Onclin será a 22.ª da carreira (21.ª a nível ITF) e o sexto da época, terceira em Portugal depois das duas consecutivas cedidas na Beloura.

  • PARTILHAR   

Outros Artigos