Foi uma versão reduzida do Carnaval de Loulé, mas com o dobro da folia. Após o cancelamento do cortejo no domingo, o S. Pedro deu tréguas esta segunda e terça-feira, para que os louletanos e visitantes, em especial muitos turistas, pudessem divertir-se “à grande e à louletana”, numa edição dedicada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2023 das Nações Unidas.
A organização anunciou um total de mais de 50 mil visitantes na Avenida José da Costa Mealha, ao longo dos dois dias do desfile, uma presença significativa de público, apesar de um dia a menos de desfile.
“Nestes dois dias fomos surpreendidos com uma verdadeira enchente e isso refletiu-se no ânimo dos comerciantes que, no domingo, ficaram desapontados pelo mau tempo que nos obrigou a cancelar o desfile nesse dia. Acreditamos que, apesar de tudo, foi a aposta certa, pois o comércio viveu dois dias em pleno, com a dinâmica habitual desta época do ano”, considerou o presidente do Município, Vitor Aleixo.
Alegria, qualidade artística, sátira e sustentabilidade, quatro palavras que tão bem caracterizam este desfile e, mais uma vez, estiveram presentes no “sambódromo louletano”. A atualidade figurou com episódios mediáticos como as diretivas da presidente do BCE, Christine Lagarde, para o aumento das taxas de juro, a proposta do Ministro das Finanças para aumento do IUC nos veículos anteriores a 2007, ou o Caso Pretoriano, que está a colocar o responsável dos SuperDragões, Fernando Madureira “Macaco”, a contas com a justiça. E nem o Centenário do clube da terra, o Louletano Desportos Clube, deixou de estar em destaque neste desfile, com Cristiano Ronaldo a ser o “reforço de fevereiro” do LDC.
Os 14 carros alegóricos e 600 figurantes trouxeram a alegria do mais antigo corso do país, nascido em 1906, mas que é também um dos mais “mestiços” de Portugal, conhecido também pelas esculturais bailarinas/os brasileiras/as com muito samba no pé e um tropicalismo inconfundível. “A atratividade deste desfile reside no facto de juntar pessoas do Brasil, o que é bonito, pois é o pais do Carnaval, mas depois também temos a nossa tradição, com outro ritmo. É esta mestiçagem, a combinação de gente, que torna este Carnaval único e encantador”, aludiu o autarca louletano.
As associações do concelho juntaram-se à festa para erguer bem alto uma tradição fortemente enraizada nesta comunidade, como é o caso da AGAL – Associação Grupo dos Amigos de Loulé, o grupo As Tradições de Loulé ou o Grupo Desportivo das Barreiras Brancas. Mais uma vez muitos louletanos vivenciaram esta festa de forma muito especial, a dançar, a cantar, a conviver e a contagiar o público com a sua alegria.
De referir que a verba arrecada de bilheteiras será revertida para as associações participantes no corso (50%) e para instituições de solidariedade social e as suas causas.
O Carnaval de Loulé regressa em 2025, para três dias de muita folia garantida.