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Exclusão no concurso de apoio às artes põe em risco cinco estruturas culturais algarvias

PCP não aceita empobrecimento cultural que o Governo quer impor
Exclusão no concurso de apoio às artes põe em risco cinco estruturas culturais algarvias

Os resultados provisórios que foram divulgados no âmbito dos concursos de apoios sustentados às Artes 2023/2026, excluíram mais de 100 estruturas culturais de norte a sul do País, entre elas, várias estruturas que desenvolvem a sua intervenção no Algarve. São os casos da Companhia de Teatro do Algarve – ACTA, da JAT – Colectivo Janela Aberta Teatro. Associação Cultural, da Mãozarra Associação Cultural, da Folha de Medronho – Associação de Artes Performativas ou da Copodehoje – Associação Cultural. Ficaram de fora, não porque não cumprissem os critérios estabelecidos nos concursos mas por falta de dotação orçamental. Isto é, apesar de as candidaturas terem avaliação positiva e terem sido consideradas elegíveis, não tiveram qualquer tipo de apoio, o que revela a insuficiência das verbas alocadas ao apoio às artes.

Foi isso mesmo que foi confirmado na passada segunda-feira em Faro, na reunião que o Grupo Parlamentar do PCP – com o deputado João Dias - teve com a ACTA. Apesar do reforço orçamental anunciado pelo Governo, o facto é que este foi aplicado de forma discriminatória colocando em risco a sobrevivência de muitas estruturas. Algumas poderão nem sequer reunir as condições para manter o desenvolvimento do trabalho artístico e cultural, com tudo o que isso significa na fragilização da actividade cultural, no aumento do desemprego de trabalhadores da cultura e contribui para o aprofundamento de desigualdades e assimetrias regionais, podendo levar ao desaparecimento da atividade cultural em diversas localidades.

O PCP relembra que tudo isto teria sido evitado se as propostas avançadas pelo PCP no Orçamento do Estado para 2023 tivessem sido aprovadas, designadamente o reforço de 86 milhões de euros proposto pelo PCP. Com este montante estava assegurado o apoio a todas as estruturas de criação artística elegíveis no ano de 2023. Mas mais uma vez, PS, acompanhado do PSD, IL e CH impediram a aprovação desta proposta, sendo responsáveis pela difícil situação de muitas estruturas culturais.

Perante o desastre dos resultados dos concursos, que tem levado à sua contestação por parte de muitas dezenas estruturas e trabalhadores da cultura, o Ministro da Cultura insiste em não corrigir os erros, nem reforçar as verbas para o apoio às artes, o que é bem revelador das opções políticas do Governo, de desinvestimento e de menosprezo pela criação artística.

No imediato, o PCP exige a correcção dos resultados dos concursos, assegurar o adequado financiamento aos apoios às artes, reforçar as verbas no âmbito do Programa de Apoio Sustentado às Artes 2023/2026 e assegurar que nenhuma estrutura cultural e artística elegível e que cumpra os critérios estabelecidos pelos concursos – como é o caso destas 5 estruturas algarvias - fica sem o devido apoio.

Mas é preciso alterar o modelo de apoio às artes. É preciso abandonar o modelo concursal e garantir um outro modelo de financiamento que assegure o apoio a todas as estruturas artísticas e culturais, considerando o seu projecto e plano de actividades e que potencie em todo o território a dinamização e o desenvolvimento cultural do Algarve e do País.

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