João Vasconcelos, deputado algarvio do Bloco de Esquerda, estará presente no encontro, promovido pelo autarca Adelino Soares, e que contará com dirigentes de associações de pesca e empresários.

Uma reunião nesta segunda-feira, 10 de Fevereiro, a partir das 10h00, na Câmara Municipal de Vila do Bispo, vai juntar o presidente do executivo, Adelino Soares, o da Junta de Freguesia de Budens, Fábio Mateus, o dirigente da Associação de Armadores de Pesca de Sagres e da Organização de Produtores da Pesca de Cerco – Barlapescas, Mário Galhardo, um representante da Associação de Pesca Artesanal do Barlavento Algarve e outro de uma empresa de observação de golfinhos, segundo apurou o ‘site’ do «Correio de Lagos», a que se juntará o deputado do Bloco de Esquerda João Vasconcelos.

O objectivo é abordar a questão do projecto da aquacultura em mar aberto e a denominar «Finisterra2»,  em regime extensivo, numa área total de 282 hectares destinada ao crescimento/engorda de mexilhão, entre as praias da Salema e das Furnas, o que está a provocar bastante polémica neste concelho da Costa Vicentina, além do parecer negativo num relatório da Universidade do Algarve, como tem sido destacado na edição ‘online’ deste jornal.

Deputado João Vasconcelos recolhe informação para confrontar o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, no Parlamento

“Fui contactado pelos meus camaradas do Bloco de Esquerda de Vila do Bispo e vou estar presente nessa reunião para ver o que poderei fazer na Assembleia da República”, disse, ao ‘site’ do Correio de Lagos’, João Vasconcelos, que no passado dia 07 de Fevereiro, já anunciara a este jornal a sua intenção de promover um encontro de trabalho com pescadores, armadores, autarcas, empresários e outros interessados “nos próximos 15 dias” para os ouvir sobre os problemas resultantes da futura aquacultura. Recorde-se que, como revelou ao «Correio de Lagos», aquele deputado aguarda a presença, a pedido do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, do secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, na Assembleia da República, onde deverá pronunciar-se sobre uma aquacultura projetada na zona da Culatra, Ria Formosa, também “com vários pareceres negativos”, e irá aproveitar essa altura para confrontar o governante com o novo projecto no concelho de Vila do Bispo.  

“Fazer o ponto da situação, coordenar ideias e delinear estratégias”

Por outro lado, Sebastião Pernes, da concelhia de Vila do Bispo do Bloco de Esquerda, que tem acompanhado o processo, em declarações ao ‘site’ do «Correio de Lagos» apontou como expectativa que o encontro servirá para “fazer o ponto da situação, coordenar ideias e delinear estratégias” perante o polémico projecto aquícola de um empresário de Lisboa, apresentado em edital da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, no dia 08/01/2020. A Junta de Freguesia de Budens, área abrangida, e a Câmara Municipal de Vila do Bispo já responderam ao edital, contestando o projecto, como referimos na altura.

“Uma aquacultura numa área de 82 hectares será a privatização do mar”

“Uma aquacultura numa área de 282 hectares será a privatização do mar com meia dúzia de empregos em prejuízo de mais de uma centena de pescadores e suas famílias, os quais se dedicam à actividade com redes de emalhar, alcatruzes, cofres e cerco”, alertou Sebastião Pernes, que estará presente nesta reunião na Câmara Municipal de Vila do Bispo, aguardada com natural expectativa.

José Manuel Oliveira