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Reportagem no porto da Baleeira, em Sagres, onde os pescadores estão contra o novo projecto aquícola

Reportagem no porto da Baleeira, em Sagres, onde os pescadores estão contra o novo projecto aquícola

“Porque é que não vão lá para fora, para as 20, 30 milhas? Aí não prejudica ninguém.”

Em declarações ao «Correio de Lagos», pescadores de Sagres desafiam o investidor da nova aquacultura destinada ao mexilhão no concelho de Vila do Bispo, a reformular todo o projecto. “Vai tirar o sustento de muita gente em prol de quatro ou cinco a trabalhar ali”, garante João Galhardo. E há já quem admita bloquear o acesso à barra de Lagos ou de Portimão, por causa das marinas, como forma de protesto. “Mais vale a pena ficarmos dois ou três dias parados a fazer pressão do que ficar em terra sem trabalhar, sem nada para pescar e sem comer”, desabafa Adriano Guerreiro.

 

Tarde de sábado, 08/02/2020, são 17h00 e reina um ambiente calmo no porto da Baleeira, em Sagres, onde alguns pescadores já atracaram pequenas embarcações e outros preparam-se para regressar a casa após o armazenamento de artes de pesca e mais trabalhos, com vista a uma nova semana na faina a iniciar nesta segunda-feira.

O novo projecto da aquacultura no concelho de Vila do Bispo, que a concretizar-se irá ocupar uma vasta área de 282 hectares em mar aberto para crescimento/engorda de mexilhão, entre as praias da Salema e das Furnas, é tema dominante nas conversas dos profissionais da pesca artesanal, os quais não escondem a sua indignação e fazem contas à vida.

 

“Fim da pesca artesanal para muita gente”

“É uma situação complicada porque vai ocupar uma área tradicionalmente usada para a pesca com alcatruzes, cofres, redes de emalhar e mesmo na arte de cerco, em que muita gente trabalha, muitos barcos que representam muitas famílias. Vão tirar o sustento a essas pessoas que trabalham naquela zona”, queixa-se ao «Correio de Lagos» João Galhardo, de 37 anos e pescador em Sagres, de onde é natural.

 “A montar esta nova estrutura, desde Sagres até à Salema não se consegue pescar”, garante. E procurando manter um tom de voz sereno, acrescenta: “Se isto for para a frente, há muita gente que vai ter muitas dificuldades. Só de Sagres são perto de vinte barcos que vão para aquela zona, onde se pesca linguado, azevia, salmonetes, polvo, algum choco também. E os barcos da pesca do cerco também apanham lá muita sardinha, carapau, cavala. Vão tirar em parte essa zona de pesca porque onde querem montar aquilo é uma zona onde os barcos trabalham.”

Além de embarcações de Sagres, deslocam-se para a faina naquela área algumas da Salema e de Burgau, a que se juntam muitas de Lagos. “Diretamente, falando de barcos, pescadores que não vão ter muitos recursos para trabalhar, serão, se calhar, 50/60 famílias. É um pouco o fim da pesca artesanal para muita gente”, reforça João Galhardo.

 

Hipótese de “providência cautelar para se tentar travar isto”

E se o projecto aquícola for concretizado, o que irão fazer os pescadores? Calmo, responde: “Neste momento, estamos a contestar o projecto. Se isto for para a frente, teremos, se calhar, de pensar noutras medidas.” Como por exemplo? Já se fala em bloquear a barra naquela zona, interrompe a nossa reportagem. “Pois…!”, reage o pescador, em sinal de acordo. E insiste: “Neste momento, estamos a manifestar o nosso desacordo porque isto ainda está na fase de projeto. Mas se for por diante, teremos de pensar noutras medidas com as associações de pesca.” “Uma providência cautelar no tribunal para se tentar travar isto” é uma hipótese em aberto, admite João Galhardo, justificando tal cenário como forma de contestação “porque vão tirar o sustento de muita gente em prol de quatro ou cinco a trabalhar ali.”

 

Conselho ao investidor da nova aquacultura para “renovação de todo o projecto”

Ficar parado, a olhar para a nova aquacultura, é o que ninguém pensa fazer. Contudo, para já, aquele pescador recomenda prudência e depois ver-se-á. “Neste momento, como já disse, estamos a contestar o edital e depois as associações que directamente representam os pescadores vão tomar as devidas diligências para se tentar travar” a aquacultura tal como esta planeada, volta a frisar João Galhardo, aconselhando, nesse sentido, o investidor à “renovação de todo o projecto”.  

Na zona de Sagres, “já temos duas aquaculturas em três estruturas diferentes.” Para a pesca artesanal, “em termos de impacto é só mesmo na área que ocupam. Foi concedida uma área que era onde os barcos trabalhavam. Alguns ainda conseguem trabalhar por fora das estruturas, mas nem todos os barcos têm essa possibilidade. Porque isso depende do tamanho das embarcações”, explica João Galhardo. A nova aquacultura irá ocupar uma zona, “onde principalmente os barcos locais com seis, sete metros, que ali operam, vão ter dificuldade. Porque mais para fora, derivado ao tempo, às correntes e mesmo ao tamanho dos barcos, não conseguem trabalhar”, justifica o pescador.

Em relação à distância, faz contas à aquacultura projectada, no equivalente em quilómetros nesta zona do concelho de Vila do Bispo: “Ora, daqui à Salema são... perto dez de quilómetros. Vai ocupar uma área desde Sagres de oito quilómetros”, especifica.

 

“Estrutura pode ser recolocada noutra área para podermos todos conviver”

João Galhardo conhece o empresário de Lisboa, que aposta nesta nova aquacultura destinada ao mexilhão. “Já falei com ele pessoalmente, mas não tenho grande lidação. Está a fazer o papel dele, todos nós queremos evoluir”, nota o pescador. E após uma breve pausa, até admite: “Ele até pode fazer a estrutura, mas recolocada noutra zona, um pouco mais fora.” É que, observa, o local em projeto “é uma zona de areia, pois para ele é mais fácil e tem menos custos para fixar ali toda a estrutura. E na pedra tem outros encargos, porque são necessárias âncoras, correntes, tudo. É mais dispendioso. Mas se calhar seria uma solução para podermos todos conviver.” 

 

“Os pescadores que trabalham mais nas zonas da Salema, de Burgau, vão ficar a perder”

A poucos metros de distância, Rafael Mendes, que se dedica à pesca lúdica com um pequeno barco em Sagres, diz ao «Correio de Lagos»: “Muito sinceramente, não vejo nem benefícios nem desvantagens. O que acho é que a área que vão ocupar ali é importante para os pescadores profissionais. É uma área boa de pesca, de polvos, por exemplo. E os pescadores que trabalham mais nas zonas da Salema, de Burgau, vão ficar a perder. A maior parte é barcos locais, são pequenos, não podem ir para muito longe. A vida deles é ali.”

Para Rafael Mendes, “como pescador lúdico, a nova aquacultura não me faz diferença.” E comenta: “O que fazem as estruturas de aquacultura, tanto de mexilhão, como de ostras? Aquilo torna-se um viveiro de peixe. Por um lado, é benéfico. É uma zona onde artes de pesca não vão entrar lá dentro, ou seja, a pesca excessiva não vai ocorrer ali. Mas, de outra forma, os pescadores profissionais, que têm os seus barcos, vão sair prejudicados, porque não podem exercer a prática da sua actividade numa zona forte para determinadas artes, nomeadamente os cofres e os alcatruzes.”

 

“O que fala mais alto no meio disto tudo é o dinheiro” e “mais uma vez o ‘zé povinho’ é que vai sair prejudicado”

Sobre a polémica suscitada no concelho de Vila do Bispo em torno do novo projeto aquícola, Rafael Mendes confessa: “Muito sinceramente não sei.” Mas acaba por desabafar: “Acho que o que fala mais alto no meio disto tudo é o dinheiro! Quem tem dinheiro é quem vai ganhar com isto e os subsídios da União Europeia aos grandes interessa-lhes, é isso. Portanto, mais uma vez o ‘zé povinho’ é que vai sair prejudicado, as pessoas que trabalham no mar e que vivem disto.

 

O que eles têm já chega, porque já não dão conta”

Adriano Guerreiro, de 45 anos e “pescador desde os 19”, é proprietário de duas embarcações, com as quais costuma capturar polvo, carapau, sardinha, abrótea, safio, “toda a qualidade de peixe”, como faz questão de destacar, e também contesta a futura aquacultura entre as praias da Salema e das Furnas: “Acho que é uma estupidez. Já têm uma área que chega e sobra, não dão conta dela, ali na praia do Beliche, zona de Santa Catarina. Foi só para ir buscar subsídios e depois abandonaram aquilo. Estão a perceber?”

E prossegue: “Outra coisa importante: às vezes, as boias vão levadas e os pescadores é que dizem onde estão. E por vezes nem as vão buscar sequer.  Aquilo provoca, também, muito lixo. Tanto vai ter lixo à arte do viveiro, como vai ter às praias.”

Apesar disso, o pescador Adriano Guerreiro até não está contra as aquaculturas existentes. Mas, insiste, “o que eles têm já chega, porque já não dão conta.”

Quanto a formas de luta para travar o projeto, afirma, perentório: “É claro que se a nova aquacultura for para a frente, a gente tem de se unir e fazer alguma coisa E o quê? Não sei, isso é com a associação de pesca de Sagres, que tem de falar com os pescadores e ver a melhor solução.” Recurso aos tribunais com uma providência cautelar? “Pois, em último caso… “E adianta: “Aquela é uma área onde toda a gente pesca entre Sagres e Portimão. Até vêm barcos de Quarteira apanhar sardinha aqui. E até de Olhão.” Fala-se em 250 pescadores afetados, questionámos. “Se calhar até são mais, se contarmos com todo barlavento algarvio”, sublinha Adriano Guerreiro.

 

Bloquear o acesso à barra de Lagos ou de Portimão “por causa das marinas”, como sinal de protesto

E bloquear o acesso à barra como forma de protesto? “Se for preciso, acho melhor bloquear a de Portimão, porque seria a zona mais prejudicada. Ou a de Portimão, ou a de Lagos por causa das marinas.” Mais vale a pena ficarmos dois ou três dias parados a fazer pressão, do que ficar em terra sem trabalhar, sem pescar e sem comer.”

E alerta: “aqui, a nossa costa é muita ventosa e de muitas marezias. E às vezes não dá para ir pescar para a costa norte. A maior força dos barcos que trabalham ali (onde está projetada a nova aquacultura) é da pesca da sardinha e das embarcações pequenas. Já estamos limitados na costa vicentina, da meia milha e de uma milha; agora se nos vão tirar aquela área, entre Sagres e a Salema, uma milha para fora, então o que é que estas embarcações vão fazer?”

Por outro lado, lamenta que também a pesca lúdica fique afetada: “quem se dedica a esse tipo de pesca acaba por não apanhar choco, nem lula. Não estou a olhar só para os pescadores profissionais, mas para todos.”

 

Há meses sem pescar e à espera de um subsídio de mil euros

Noutra zona do porto da Baleeira, o «Correio de Lagos» encontra Adílio Neto, de 60 anos, que anda na pesca “desde moço pequeno”. “Comecei a trabalhar, no ativo, em 1977.” Dono da embarcação «Deus dá sorte», aguarda o regresso ao mar. “Agora estamos parados por causa dessa paragem biológica. Parei em Dezembro, antes do Natal, e ainda tenho tenho o barco encalhado”, conta. Lembra que em 2019, “começámos a trabalhar em Maio, mas a pesca da sardinha só foi autorizada em Junho, Julho, Agosto, Setembro e Outubro, devido à quota imposta.” O Governo “paga-nos apenas um mês, na volta de mil euros, mas ainda estamos à espera de receber. Como é que se vive nestas condições? Cheio de dificuldades”, queixa-se o pescador.

 

“Já tenho idade para me reformar por desgaste físico.  E é, se calhar, o que terei de fazer.”

Adílio Neto só pode voltar à pesca a partir desta semana, mas desde já está limitado. E explica, entre um rol de lamentações e com tom de voz elevado: “Não podemos apanhar sardinhas, só lá para Junho, o carapau está a baixo preço, a cavala vende-se a 30 cêntimos para o contrato. E vive-se disto. Mais: artes de pesca, muitas redes, gasóleo, armazém, é tudo um balúrdio. São muitos encargos. Mas isto mais ano, menos ano acaba. Estou desiludido e de que maneira! Já tenho idade para me reformar por desgaste físico e é, se calhar, o que terei de fazer.”

 

“Tenho o barco à venda porque não tenho pessoal”

Revoltado, considera que será um dos mais lesados com a nova aquacultura: “Claro! O meu barco é da pesca de cerco e além é mesmo no sítio ideal onde a gente pesca. Já rebentaram com uma parte além do pesqueiro do carapau e da sardinha, no Verão. Ocuparam aquilo tudo mesmo no pesqueiro ideal do carapau.”

“Vão-nos matando lentamente, todos os dias estão a reduzir-nos a captura do peixe, temos limites da pesca também na distância. Não podemos pescar dos vinte metros para terra. Agora, se for ocupada aquela zona (onde está prevista a nova aquacultura - n.d.r.), o que é que vou fazer? Então, eu e mais alguns vamos para o desemprego. Já tenho o barco à venda porque não tenho pessoal. E quem quer andar no mar com estas condições?” - dispara Adílio Neto, referindo que ainda não lhe surgiram interessados para comprar a embarcação com 12 metros, pelo qual pede “na volta dos 200 mil euros.”

“Como isto está, não há condições para a gente pescar!”, insiste. “Se já a gente já tem uma perna partida, então fica-se com as duas pernas partidas.”

 

“Porque é que não vão lá para fora, lá para as 20, 30 milhas? Aí não prejudica ninguém.”

Adílio Neto aproveita para lançar um desafio a quem investe na nova aquacultura: “Porque é que não vão lá para fora, lá para as 20, 30 milhas? Aí não prejudica ninguém. Há aí certos mares onde pouca gente trabalha ou praticamente ninguém. Vão para lá!”

E reforçando a sua indignação, acusa: “há muitos jogos de interesses e o poder económico é quem manda nisto tudo. Do Governo não espero nada, porque vai tudo para o lado económico e a gente vê todos os casos que existem aí pelo nosso país.”

Adílio Neto recorda que já existem duas aquaculturas na zona de Sagres. Numa delas, “puseram aquilo só para ganhar dinheiro, pois não fizeram lá nada, é só por causa dos subsídios. São os milhões. Puseram lá as estruturas, as bóias. E com aquilo lá, também não podemos ir àquela zona”, denuncia, agastado.

“Se querem acabar com os pescadores, era preferível dizerem-nos do que andar a fazer isto. Deem uma reforma condiga com que a gente possa viver. Só dão apoios à actividade das embarcações marítimo-turísticas”, salienta.

 

“Vendo aqui cavalas a 15 e a 20 cêntimos, o máximo, e na praça compro a três e quatro euros”

Por outro lado, Adílio Neto protesta contra o preço do peixe: “é que o produto só não tem valor nas nossas mãos. Noutras mãos tem o valor todo. Por exemplo, vendo cavalas aqui a 15 e a 20 cêntimos (o quilo), o máximo a 30 cêntimos. Na praça, compro o meu produto a três e quatro euros. No mínimo a 2,5 euros. O mesmo se passa com toda a qualidade de peixe”.

 

No porto da Baleeira, em Sagres, é o “salve-se quem puder”

Já em relação ao Porto da Baleeira, o pescador João Galhardo queixa-se de várias lacunas: “faltam muitas condições para os barcos acostar. Até podia ser feita uma muralha para os barcos de maiores dimensões acostarem, a reorganização das amarrações do porto, o arranjo das rampas de encalhe dos barcos de pesca artesanal. Assim, trabalha-se com dificuldades”. “Quando está mau tempo (de norte), os pescadores optam por fazer o encalhe dos barcos para se salvaguardarem, porque as condições não são as mais propícias. Este é um porto onde entra muito mar e o mau tempo tem muita influência. Com outras condições, seria diferente em termos de trabalho”, sublinha.

 

“É uma das poucas actividades em que se consegue ter algum rendimento, apesar das dificuldades.”

Filho de Mário Galhardo, conhecido armador e dirigente associativo em Sagres, lembra que é pescador há 17 anos: “Cresci praticamente nisto. O meu avô já era pescador, o meu pai é pescador. Sempre pesquei à cana desde pequeno.” E mesmo perante as adversidades que enfrenta, João Galhardo não pensa mudar de actividade. “Não. Gosto do que faço, sou feliz a fazer isto e ainda é uma das poucas actividades em que se consegue ter algum rendimento, apesar das dificuldades.”

“Meteram aquele pontão ali, foi para o Campeonato da Pesca Submarina, uma coisa muita bonita durante oito dias. Mas com um bocado de mar, a ponte caiu, pronto… É inevitável pôr aquilo outra vez.”

Por seu turno, Adriano Guerreiro alerta, também, para o estado do porto da Baleeira: “Isto é uma desgraça! Os passadiços… Escadas novas? Só meteram ali quatro escadas.” E apontando em direção a um novo pontão, nota: “meteram aquele pontão ali, foi para o Campeonato da Pesca Submarina, foi uma coisa muita bonita durante oito dias. Mas com um bocado de mar, a ponte caiu, pronto… É inevitável pôr aquilo outra vez. Com o dinheiro que gastaram, podiam ter melhorado aqui as escadas e outras coisas de que temos falta. Os postes de iluminação, de vez em quando, também não têm luz. Há ali uma grelha, em que à volta de há um ano e meio um colega meu passou por cima, caiu, aleijou-se numa perna e teve de ir para o hospital. Mesmo em frente à lota, há buracos onde qualquer pessoa pode torcer um pé. Estão a perceber?”

Um novo investimento no Porto da Baleeira, implicaria “muito dinheiro para gastar”, reconhece o pescador Adriano Guerreiro. E aponta mais exemplos. “Olhem para ali, na parte detrás deste paredão, aquilo tem uns tripés”, indica, denunciando a deterioração do material. “Se vier uma maresia forte de sueste, bate ali, é como uma pessoa estar a bater numa parede. Também falta reforço no molhe.”

 

“Não tem condições, não tem defesas, nada”

Também o pescador Adílio Neto não esconde a sua indignação perante o que assiste no porto da Baleeira: “Nestes passadiços puseram umas escadas aqui e outras além, e os barcos não podem atracar. Na maré vazia não se pode saltar. Estamos sujeitos a passar além e aquilo cair, está tudo degradado. Não tem condições, não tem defesas, nada. Isto aqui é o salve-se quem puder!”

 

Reportagem Carlos Conceição e José Manuel Oliveira

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