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Prosegur Research: Novos Conflitos e pandemia contribuem para aumento da agitação social

Prosegur Research: Novos Conflitos e pandemia contribuem para aumento da agitação social

  • Relatório do novo observatório criado pela Prosegur revela ainda que a existência de poderes difusos e descentralizados, assim como a polarização, a crise e a erosão da confiança nas instituições estão a alimentar um aumento do crime organizado;
  • Além disso, especialistas dizem que “70% dos últimos surtos epidémicos têm a sua origem na desflorestação e, portanto, o risco do aparecimento de novas pandemias é apenas uma questão de tempo”.

Por ocasião do seu lançamento, o observatório Prosegur Research publicou dois estudos: "Um mundo diferente: elementos-chave para o futuro" e "O mundo em 2022", nos quais são aprofundadas as principais tendências e elementos-chave para o futuro no campo da segurança global.

Nestes estudos, a Prosegur Research antecipa várias tendências, por um lado, o aumento da agitação social decorrente da polarização extrema existente, o forte desgaste da confiança nas instituições agravado pelas dificuldades na gestão da pandemia e a acentuada frustração causada pelas difíceis circunstâncias económicas, sanitárias e sociais vividas durante 2020 e 2021. Com efeito, o estudo prevê um aumento da criminalidade organizada e dos cartéis organizados, dada a sua elevada capacidade de adaptação, disponibilidade de recursos e maior controlo social das organizações criminosas em certos territórios, aproveitando-se da crise.

Nestes dois primeiros relatórios, os analistas da Prosegur Research definiram sete elementos-chave para o futuro que estão a moldar um novo ambiente global e que terão impacto na percepção e gestão dos riscos de segurança nos próximos anos: poder difuso, polarização social, redefinição do modelo económico, capacitação individual, convergência tecnológica, saúde e bem-estar e, por fim, ambiente e sustentabilidade.

Poder difuso: a era da desordem

A actualidade é marcada por uma extrema competitividade geopolítica e geoeconómica, destinada a reescrever o papel que cada actor desempenhará no futuro, e que está consubstanciada nos novos conflitos híbridos. Por um lado, a relação entre poder e legitimidade foi quebrada. Por outro, as crises económicas e sanitárias, entre outros aspetos, e a perda generalizada de liberdade resultante de decisões vitais face a acontecimentos disruptivos, potenciou o crescimento do poder das autocracias. Como destaca a revista The Economist, a democracia retrocedeu em 70% dos países a nível mundial em 2020, uma deterioração 45% superior face ao último ano. O poder é difuso e descentralizado, partilhado entre actores estatais e não estatais (lobbies, grandes empresas tecnológicas). Um certo grau de desglobalização física, baseado no desejo de autoprotecção, está associado à ameaça de fragmentação do mundo em blocos.

Polarização social: desconfiança e fragmentação

A enorme volatilidade e incerteza do mundo actual compromete a coesão social e faz com que seja difícil haver consensos, contribuindo para uma fragmentação social significativa. Por exemplo, houve um aumento de 244% no número de motins a nível global e manifestações antigovernamentais entre 2011 e 2019 (Índice Global da Paz, 2021). Além disso, a fadiga motivada pela pandemia expôs uma série de causas estruturais e conjunturais que acentuam as motivações tradicionais para o sentimento de protesto, aumentando a percepção do choque sistémico. A este respeito, o Fundo Monetário Internacional já alertou para o aumento da agitação social resultante dos impactos económicos e sociais da pandemia e do recente conflito na Ucrânia.

Economia de stakeholders: redefinindo o modelo económico

A crise financeira de 2008 e os impactos económicos da COVID-19 contribuíram para a procura de novos modelos económicos, mais inclusivos de todos os intervenientes na economia, incluindo a sociedade. A mudança é tal que as empresas geridas com critérios ESG (ambientais, sociais e de governação) estão a mostrar um melhor desempenho na bolsa de valores. Contudo, acontecimentos recentes na cena internacional, como a crise da Ucrânia, acentuam os problemas da cadeia de abastecimento global e da inflacção, comprometendo os níveis esperados de recuperação, abrandando as expectativas de crescimento e dando origem a outro tipo de ameaças, nomeadamente a insegurança alimentar.

Capacitação individual e mudança de valores: eu vs. o mundo

As Nações Unidas definem o empowerment individual como "um processo que permite às pessoas terem maior controlo sobre as suas vidas e sobre os factores e decisões que as moldam". Para progredir, uma sociedade necessita de indivíduos altamente capacitados, um objectivo que tem sido ajudado não só pela globalização, mas também pelo maior acesso ao conhecimento e novas tecnologias, que geraram importantes mudanças nos hábitos de vida. Por esse motivo, está a emergir uma nova onda de consciência social, potenciando a resiliência comunitária e a solidariedade social, de modo a contrapor o desespero, a fadiga pandémica e a vulnerabilidade às crises sanitárias, económicas e ambientais.

Convergência tecnológica: desenvolvimento global exponencial

A tecnologia contribuirá rapidamente para redefinir sectores e melhorar serviços e produtos, bem como as capacidades humanas, tornando possível o até agora impossível. Por exemplo, se com 3G eram precisos 45 minutos para descarregar um filme em HD, com 4G bastam 21 segundos e com 5G leva menos tempo do que a ler esta frase (Diamandis e Kotler, 2021). Mas precisamente o seu potencial disruptivo e de convergência pressupõe uma amplificação das superfícies de ataque, devido ao aumento da velocidade das ligações, ao incremento do tratamento de dados ou à menor latência de resposta, entre outros factores, o que está a moldar a cibercriminalidade nos dispositivos móveis, a Internet of Things e a nuvem como um dos principais vectores de ataque agora e nos próximos anos. Além disso, estamos a assistir a uma incipiente guerra fria tecnológica com a crise dos microchips e dos semicondutores: as rivalidades políticas entre potências mundiais continuam a causar atrasos nas entregas e a motivar o aumento dos preços tanto para os fabricantes como para os consumidores.

Saúde e bem-estar: novas formas de vida

A pandemia levou a um alargamento do conceito de saúde tradicional para saúde holística, que inclui a saúde mental, nutricional e social. Além disso, segundo os especialistas, "70% dos recentes surtos epidémicos têm a sua origem na desflorestação e, portanto, o risco de novas pandemias é apenas uma questão de tempo". Por esta razão, a protecção do ecossistema é uma questão de saúde pública, e ignorar a sua conservação levará à criação e crescimento de criminalidade organizada que lucra com isso, através do tráfico de animais selvagens, produtos da área da saúde, por exemplo.

Ambiente e sustentabilidade: o ecossistema como prioridade

A crise sanitária deixou clara a fragilidade e dependência do ser humano em relação ao ecossistema em que vive, e não apenas devido à pandemia: as catástrofes naturais custam aos países de baixo e médio rendimento cerca de 17 mil milhões de euros por ano só em prejuízos para as infraestruturas de transportes e energia (Banco Mundial, 2021). Os consumidores escolhem empresas ambiental e socialmente conscientes, e 70% têm isto em conta na hora de escolherem uma marca. É uma questão ligada à procura de um equilíbrio entre crescimento económico, consciência ambiental e bem-estar social, que se materializa actualmente na procura por parte da maioria da população de que as empresas respeitem os critérios mínimos do ESG. Este é o derradeiro apelo à sustentabilidade numa década que parece ser decisiva. A tendência para alterações climáticas extremas e catástrofes naturais, como incêndios florestais, secas e inundações, representará um sério risco para as empresas e cidadãos em geral nos próximos anos.

Para mais informação: https://www.prosegurresearch.com/

Sobre a Prosegur Research

A Prosegur Research, um novo espaço de análise e reflexão sobre o presente e o futuro da segurança global, tem como missão preparar estudos periódicos que abordam questões relacionadas com vários domínios da segurança tais como a inovação, tecnologia, ambiente ou criminalidade. Ao mesmo tempo, este espaço de referência pretende dar a conhecer o impacto destas questões nas empresas e nos diferentes setores de actividade económica.

Sobre a Prosegur

A Prosegur é uma referência global no setor da segurança privada. Através das suas linhas de negócio, a Prosegur Security, Prosegur Cash, Prosegur Alarms, Prosegur AVOS e Cipher (cibersegurança), proporciona às empresas e residências uma segurança de confiança baseada nas soluções mais avançadas do mercado. Com uma presença global, a Prosegur teve uma facturação de 3.498 milhões de euros em 2021, está listada nas bolsas de valores de Madrid e Barcelona sob o indicador PSG e actualmente conta com uma equipa de mais de 150.000 colaboradores. A empresa canaliza a sua acção solidária através da Fundação Prosegur, que actua em quatro áreas: educação, inclusão laboral de pessoas com deficiência intelectual, voluntariado empresarial e promoção da cultura. Adicionalmente, a Prosegur integrou na sua estratégia os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e está a trabalhar intensamente em 10 deles, que são os mais relacionados com as suas actividades e sobre os quais pode gerar um impacto positivo.

Link: www.prosegur.pt

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