A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Portimão, identificou e deteve no passado mês de Abril uma mulher pela presumível autoria de vários crimes de falsificação de documento e burla agravada, os quais perpetrados desde 2020, na zona de Lagos.
Os factos iniciaram-se com a falsificação de um cartão de cidadão e subsequente usurpação da identidade, tendo a suspeita logrado proceder ao levantamento de vários milhares de euros em certificados de aforro, pertencentes à vítima.
A suspeita, detida a 16 de Abril, com 62 anos de idade e sem profissão, enfrentou já o primeiro interrogatório judicial, que resultou na aplicação de medidas de coacção de apresentação semanal no Órgão de Polícia Criminal da sua residência e de obrigatoriedade de afastamento da vítima.
O inquérito está a ser dirigido pelo Ministério Público (Comarca de Lagos) e a investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária.
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«Crápula, desumana, burlona»
A vítima, de 66 anos, residente em Lagos e cuja identidade escolhemos preservar, contactou com o CL com o intuito de expôr a situação. Segundo Ana (nome fictício) explicou, a partir do momento em que a detida teve acesso aos seus dados pessoais (bilhete de identidade), o inferno começou.
Ana notou que não recebia correspondência há já alguns meses. A 2 de Março, dirigiu-se aos Correios para perceber o que se passava e soube que alguém havia falsificado a sua identidade. O correio tinha sido remetido, supostamente a seu pedido, para um novo endereço na Praia da Luz, sendo que Ana mora em Lagos.
Em busca de respostas, numa ida posterior ao Registo Civil, disseram-lhe que esta não constava nos registos. «Esta pessoa é crápula, desumana, burlona. Está a gozar com a minha cara» foram os adjectivos utilizados por Ana para descrever a suspeita.
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«Estou num beco sem saída»
Embora a investigação esteja a decorrer, o desfecho tarda em chegar e os problemas acumulam: desde idas ao Registo Civil a múltiplos contactos com o banco, a sede de justiça fez com que Ana até já ponderasse ir à Televisão: «Estou num beco sem saída. Não é justo que eu esteja a lidar com tudo isto enquanto ela circula por aí livremente. Quero falar, mas também tenho medo do que ela possa fazer».
Segundo contou ao nosso jornal, a detida já frequentara a sua casa no passado, numa altura em que Ana esteve doente. Alegadamente, esta roubou-lhe ouro, uma herança de família, algo que a vítima apenas veio a descobrir tempos mais tarde.
Ana preferiu pôr tudo para trás das costas e não denunciou o episódio às autoridades; além disso, a suspeita tentara convencê-la de que tinha enlouquecido e nunca o admitiu. Alegou também que esta já lhe tinha furtado cadernetas do banco.
«Queria tirar-me a reforma. Aliás, já estava a planear outra burla quando foi apanhada», desvendou (carece de fontes).
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Notícia em actualização.