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Investimento no SNS permitiu um retorno de 7,5 mil milhões de euros para a economia

Investimento no SNS permitiu um retorno de 7,5 mil milhões de euros para a economia

  • O impacto positivo do SNS no absentismo laboral e na produtividade dos portugueses permitiu um retorno para a economia de 7,5 mil milhões de euros em 2021;
  • Índice que avalia a sustentabilidade do SNS apresenta significativa recuperação face a 2020, com aumento dos 87,9 para os 92,5 pontos;
  • Inovação: Portugueses querem melhores meios de diagnóstico e melhor acesso a medicamentos inovadores.

Mesmo em plena pandemia, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) permitiu um retorno de 7,5 mil milhões de euros para a economia nacional através do seu impacto positivo no absentismo laboral e na produtividade. Esta é uma das principais conclusões do estudo Índice de Saúde Sustentável, apresentado hoje durante a 10.ª Conferência Sustentabilidade, realizada no Centro Cultural de Belém. O estudo, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS) da Universidade Nova de Lisboa, analisou ainda, e pela primeira vez, a perspetiva dos portugueses face ao futuro e inovação em saúde.

A maioria dos portugueses (52%) faltou pelo menos um dia ao trabalho devido a questões relacionadas com saúde. A prestação de cuidados de saúde através do SNS permitiu evitar a ausência laboral de 2,8 dias, o que se traduziu numa poupança de mil milhões de euros. Permitiu, ainda, evitar 9,9 dias de trabalho perdidos em produtividade, resultando numa poupança de 3,9 mil milhões de euros. No total, o SNS permitiu uma poupança global de 5 mil milhões de euros (impacto por via dos salários), um aumento de 500 milhões face a 2020. Considerando o impacto dessa poupança por via dos salários e a relação entre a produtividade/remuneração do trabalho (valores referência do INE), é possível determinar que os cuidados concedidos pelo SNS permitiram um retorno para a economia que ronda os 7,5 mil milhões de euros.

O Índice de Sustentabilidade subiu de 87,9 para os 92,5 pontos, explicado pelo significativo aumento da actividade (13%), que foi superior ao aumento da despesa (8%) e levou a um respectivo aumento da produtividade. “Num ano onde se registaram bastantes constrangimentos devido à pandemia, a actividade do SNS aumentou a um ritmo superior à despesa, reflectindo-se num aumento da produtividade, que acaba por ditar esta subida do índice de sustentabilidade da saúde. Olhando ainda para os outros parâmetros que compõem este índice, houve um ligeiro aumento da qualidade dos serviços de saúde percepcionada pelos cidadãos (+0,7 pontos face ao ano anterior) e um considerável aumento na qualidade técnica, que passou dos 55,7 para os 63,4 pontos, valor superior aos registados no pré-pandemia, em 2019 (58,8 pontos)”, explica Pedro Simões Coelho, professor da NOVA IMS e coordenador principal do projecto Índice de Saúde Sustentável.

Pela primeira vez, o estudo analisou a perspectiva dos cidadãos em relação ao futuro e inovação em Saúde. A generalidade dos portugueses considera importante melhorar o acesso a meios de diagnóstico (97%), à medicina personalizada (96%) e aos medicamentos inovadores (95%). Já a telemedicina é considerada uma área de investimento importante, mas apenas por 77% dos inquiridos.

O estudo revela ainda que perto de dois terços dos portugueses (62%) acederam a cuidados de saúde como forma de prevenção e não por se sentirem necessariamente doentes. O estudo revela ainda que cerca de 65% dos utentes estaria disponível para fornecer dados sobre a sua saúde, através de um dispositivo electrónico, com o objectivo de receber aconselhamento e 66% disponível para ter uma teleconsulta na próxima vez que seja necessário.

Questionados sobre aquelas que serão as doenças do futuro, a maioria dos portugueses destacam a doenças oncológicas (62%), seguidas das doenças cardiovasculares (26%) e a Saúde Mental (25%). Curiosamente, e apesar da pandemia de Covid-19, apenas 5% dos inquiridos consideraram as doenças infeciosas.

A maioria dos portugueses (77%) considera o seu estado de saúde atual “bom” ou “muito bom”, uma percentagem significativamente superior à registada no ano anterior (59,8%). O índice que reflete o estado de saúde dos portugueses, numa escala 0 a 100, apresenta o valor 75,7. Se a este valor fosse retirado o contributo do SNS, o indicador ficaria apenas pelos 63,2 pontos, o que demonstra o forte contributo que SNS tem no estado de saúde dos portugueses.

Na ótica dos utentes, os profissionais de saúde e a qualidade da informação fornecida pelos mesmos continuam a ser o ponto forte do SNS e que merece ser valorizado. A facilidade de acesso aos cuidados é um dos pontos a melhorar, assim como os tempos de espera entre marcação e a realização dos actos médicos.

Iniciada em 2014, a parceria entre a biofarmacêutica AbbVie e a NOVA IMS resultou na criação do primeiro índice capaz de quantificar a sustentabilidade do SNS, através da análise de dimensões como a actividade, a despesa, a dívida e a qualidade (técnica e percecionada). O estudo “Índice de Saúde Sustentável” procura ainda compreender os contributos económicos e não económicos do SNS, conhecer o impacto dos custos de utilização do sistema no nível de utilização do mesmo e identificar pontos fortes e fracos do SNS, bem como possíveis áreas prioritárias de actuação.

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