Dos clássicos de Amália Rodrigues até ao hip-hop de Capicua, a coletânea ‘Sempre!’ reúne nove discos revolucionários que celebram, através da música, a construção do Portugal contemporâneo
No contexto das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, a FNAC apresenta a coleção ‘Sempre!’, uma cuidadosa seleção de nove discos de vinil que pretende celebrar a importância da música na construção da democracia portuguesa e dar a conhecer a um novo público obras discográficas marcantes da cultura nacional. Esta coleção estará disponível em todas as lojas FNAC a partir de 24 de abril. Desafiado pela FNAC, Henrique Amaro, jornalista da Antena 3 e curador da Coletânea dos Novos Talentos FNAC, teve a missão de resgatar e reunir estes nove álbuns, todos eles fora de catálogo ou nunca antes editados em vinil.
"Esta coletânea é uma oportunidade para celebrar a música portuguesa e o seu papel fundamental na construção da nossa liberdade. São discos que marcaram a minha geração e que continuam a ter uma grande relevância para a cultura portuguesa. Espero que esta iniciativa possa dar a conhecer estas obras a um novo público, bem como possa contribuir para a sua preservação e valorização", explica Henrique Amaro.
Os critérios de escolha incluíram a relevância artística e histórica dos discos, a sua originalidade e impacto na sociedade portuguesa, e ainda a representatividade dos diferentes géneros musicais que marcaram o período pós-25 de Abril. Desde Amália Rodrigues até Capicua, a coleção ‘Sempre!’ abraça uma diversidade de estilos musicais, do Fado à Eletrónica, passando pelo Rap e pelo Rock and Roll.
"A FNAC tem um compromisso de longa data com a promoção da cultura portuguesa e a preservação da sua memória. A coleção 'Sempre!' é um exemplo disso mesmo”, afirma Inês Condeço, diretora de marketing e comunicação da FNAC Portugal. “Acreditamos que estes discos são património nacional e devem ser preservados e valorizados, nesse sentido, estamos muito satisfeitos com esta parceria com o Henrique Amaro e esperamos que a coleção seja um sucesso".
A coleção abre com Busto (1962), de Amália Rodrigues, um disco inovador que marcou a colaboração da fadista com o músico Alain Oulman. Seguem-se Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades (1971), de José Mário Branco, um dos nomes principais da música de intervenção portuguesa; Ao Vivo no Coliseu (1983), de José Afonso, um registo integral do seu penúltimo concerto; Free Pop (1984) dos Pop Dell'Arte, um disco pioneiro da música eletrónica portuguesa; Remar Remar (1987), dos Xutos & Pontapés, uma das mais icónicas canções da banda, numa versão longa e inédita, até agora escondida numa fita; Pé na Tchôn, Karapinha na Céu (1995), de General D & Os Karapinhas, o primeiro disco de hip-hop de um artista negro em Portugal; Megafone - Música Para Uma Nova Tradição (1997), de João Aguardela, um projeto de exploração da música tradicional portuguesa; Domingo no Mundo (1997), de Sérgio Godinho, um disco crucial na sua carreira; e Capicua (2012), de Capicua, um álbum que acabou por ser um marco inovador do hip-hop feminino em Portugal.
Além dos discos de vinil, a coletânea inclui também uma fanzine com textos de músicos e críticos musicais nascidos após o 25 de Abril, tais como Teresinha, Ana Lua Caiano, Pedro Adão e Silva, Pedro Ramos, Dino D´Santiago, Davide Pinheiro, A Garota Não e Carolina Deslandes, com reflexões sobre a importância destes discos na formação artística e cultural. Está ainda prevista a realização de um ciclo de conversas nos fóruns FNAC, com a participação de artistas, jornalistas e críticos musicais, para discutir cada um dos discos da coleção.