Numas lojas já decorre, e noutras aproxima-se a época Black Friday, cuja campanha traz sempre consigo o anúncio de grandes descontos numa série de produtos e/ou serviços. Porém, segundo a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa, as respectivas propagandas nem sempre correspondem à realidade.
As falhas mais comuns têm sido as seguintes: o vendedor não exibe o novo preço e o preço anteriormente praticado ou, em alternativa, a percentagem da redução; as lojas não apresentam o preço riscado e o mesmo já esteve mais baixo; não existiu uma redução real do preço porque o produto esteve 60 dos últimos 90 dias com um preço abaixo do preço normal (ou seja, aquele que deve funcionar como referência para o conceito de “preço mais baixo anteriormente praticado”). Portanto, estas são algumas das situações que os consumidores devem verificar antes de embarcarem numa compra por impulso só baseada no preço anunciado, nomeadamente pesquisando sobre os produtos e confrontando os preços de vários estabelecimentos.
Nessa tarefa de decifrar se os descontos anunciados são efectivos ou boas oportunidades de compra, os consumidores podem ainda recorrer a simuladores que aconselham ou não determinada aquisição, baseados em registos de evolução dos preços dos produtos nas lojas ao longo dos últimos dias.
As lojas estão legalmente impedidas de levar a cabo aquele tipo de práticas comerciais, por serem consideradas abusivas. Por exemplo, nos termos da Lei, um comerciante só pode fazer “saldos” e “promoções” se praticar um desconto sobre o preço mais baixo a que o produto foi vendido nos 90 dias anteriores, na mesma loja, e sem contar com eventuais períodos de saldo ou promoção.
Assim, se se deparar com alguma destas práticas comerciais desleais denuncie-a junto da respectiva autoridade reguladora do sector em causa, ou da nossa Associação, para devido reencaminhamento.