Os esquemas de burla e fraude têm registado uma tendência de crescimento, revela uma análise do Portal da Queixa. À maior rede social de consumidores de Portugal, chegaram entre janeiro e novembro de 2020, mais de 5000 reclamações relacionadas com burlas, um aumento de 77%, comparativamente com 2019.
Durante o período de 1 de Janeiro e 30 de Novembro, foram registadas 5.427 reclamações relacionadas com burlas, uma média de 16 reclamações por dia. A comparação com o período homólogo reflecte um crescimento de 77% face às 3.066 queixas registadas em 2019.
Segundo a análise do Portal da Queixa, estes resultados demonstram que os esquemas de burla e fraude registam uma tendência de crescimento, tendo sido igualmente ampliados pelo actual contexto pandémico. Inverter esta realidade passa por potenciar a literacia digital dos portugueses, uma aposta recentemente encabeçada pelo Portal da Queixa com a criação do movimento cívico #NãoSejasPato. Esta campanha, lançada pela altura da Black Friday, já alcançou a adesão de mais de 7.000 consumidores que quiseram, voluntariamente, testar os seus conhecimentos de literacia digital através de um 'Quiz' disponível na plataforma: www.naosejaspato.pt.
Mas como está a literacia digital dos consumidores? De acordo com os resultados do 'Quiz' lançado pelo Portal da Queixa, em parceria com várias entidades que se uniram à campanha #NãoSejasPato, dos 7.318 testes de conhecimento realizados até ao momento, a média da avaliação do resultado do 'Quiz' foi de 61.6% (em 100%), facto que evidencia a existência de lacunas de conhecimento sobre literacia digital e financeira na sociedade de consumo em Portugal. De referir que 2.898 dos testes foram realizados no desktop (40%) e 4.420 em mobile (60%).
As restrições de circulação impostas pela condição pandémica fizeram disparar as compras online e acelerar o 'e-Commerce', uma realidade que merece a atenção do Portal da Queixa enquanto maior comunidade de consumidores em Portugal, que defende a criação urgente de medidas que defendam os direitos da nova sociedade digital que está a emergir.
Na opinião de Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e fundador da Consumers Trust: “Os consumidores, ao estarem confinados no seu espaço habitacional, normalmente, adoptam um comportamento mais relaxado – por se sentirem mais protegidos no seu lar –, baixando a guarda e ficando mais vulneráveis a serem alvo de crime informático. Portanto, é fundamental dar continuidade à partilha de conhecimento, através das iniciativas privadas e nas redes sociais, entre consumidores, tendo em conta que, infelizmente, e assistimos a uma total inércia por parte dos decisores políticos, que não revelam preocupação perante este flagelo, que coloca em perigo milhares de consumidores todos os dias”.
Assim, Pedro Lourenço defende: “É tempo de o Governo tomar medidas que realmente defendam os direitos dos consumidores, que na sua maioria são focadas nos comerciantes e esquecem o elemento principal da equação, que são os consumidores. Sem a confiança destes, não é possível existir um crescimento económico, assente no ecossistema digital. Da nossa parte, tudo continuaremos a fazer em conjunto com os parceiros deste movimento cívico #NãoSejasPato, para chegar ao maior número de consumidores, com vista a potenciar a sua literacia digital e mitigar o risco das compras online, contribuindo para a evolução do 'e-Commerce' em Portugal.”
Sobre o movimento #NãoSejasPato
A campanha #NãoSejasPato terá a duração de um ano e tem como objectivo aumentar a literacia digital da população e evitar que caia em burlas e esquemas fraudulentos. Este movimento cívico de educação para o consumo digital, efectuado em segurança e com confiança, conta com a adesão de várias entidades como: OLX, MB WAY, Worten, CTT, KuantoKusta e euPago.