O Dia Mundial da Osteoporose assinala-se com uma descoberta que poderá ajudar no tratamento desta doença. É possível melhorar a densidade óssea com recurso a células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, avança um novo estudo.
O processo de renovação dos ossos acontece ao longo da vida: o osso é uma estrutura dinâmica, com células responsáveis pela reabsorção óssea, e outras responsáveis pela formação de novo osso, o que permite que os tecidos fragilizados sejam removidos e substituídos por tecido novo.
Porém, quando velocidade de absorção do osso é superior à da formação de novo osso, ocorre uma diminuição da densidade óssea e o risco de fratura aumenta. Este desequilíbrio, conhecido por osteoporose, afecta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo mulheres acima dos 60 anos.
Apesar das estratégias actualmente disponíveis para tratar a osteoporose, promovendo o aumento da massa óssea ou prevenindo a progressão da fragilidade óssea, estas revelam-se, muitas vezes, insuficientes.
Na procura por novas soluções que promovam o aumento da massa óssea ou previnam a progressão da fragilidade do osso, as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical foram testadas neste contexto devido às suas propriedades anti-inflamatórias, imunorreguladoras e regenerativas.
Neste estudo, foi avaliada a administração intravenosa de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical a animais com osteoporose induzida por stress oxidativo – uma condição associada à diminuição da densidade óssea e que tem por base um desequilíbrio entre a geração de espécies reativas de oxigénio e a sua remoção, provocando danos em células e em tecidos.
Durante a investigação, observaram-se melhorias significativas na qualidade dos ossos no grupo tratado com células estaminais, comparativamente ao grupo não tratado, tendo os animais tratados apresentado uma qualidade óssea muito próxima da dos animais saudáveis. Este resultado sugere que as células estaminais mesenquimais têm um efeito preventivo, ainda que parcial, na progressão da osteoporose, no modelo animal testado.
Os autores realizaram, ainda, experiências in vitro, em que procuraram observar os efeitos das células estaminais do cordão umbilical sobre osteoblastos (células precursoras que se podem diferenciar em células do osso) previamente expostos a espécies reactivas de oxigénio. Os resultados revelaram que as células estaminais tiveram um efeito benéfico, promovendo a capacidade de proliferação e de migração dos osteoblastos, o que reforça o seu potencial para o tratamento da osteoporose.
“Embora este seja ainda um estudo em modelo animal, os resultados mostram que as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical têm capacidade de melhorar a densidade óssea, demonstrando o seu potencial para o tratamento da osteoporose, um problema grave que afecta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, podendo no futuro constituir uma possibilidade terapêutica para esta condição”, explica Carla Cardoso, Directora do Departamento de I&D da Crioestaminal.
Para aceder aos estudos científicos mais recentes sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.